Os autos da ação mencionam discursos e inserções em que Aleudo teria sido enaltecido como responsável exclusivo pelas festividades, mesmo diante de recursos advindos de diferentes esferas governamentais. Enquanto a tensão jurídica se desenrola, documentos do Diário Oficial revelam contratos celebrados por inexigibilidade com artistas de projeção nacional. Somente a apresentação de Wesley Safadão foi contratada por R$ 1,1 milhão. A grade inclui ainda Henry Freitas, por R$ 565 mil, Joelma, por R$ 500 mil, e a dupla Iguinho e Lulinha, por R$ 400 mil. Também constam valores de R$ 200 mil para a cantora Walkyria Santos, R$ 80 mil para atrações representadas por William Produções e R$ 15 mil para o “Esquenta do Jacó”, nome atribuído a uma das festas que antecedem o evento principal entre os dias 17 e 20 de julho.
Paralelamente à contratação das atrações musicais, a Prefeitura de Serrita estabeleceu uma rígida tabela para exploração comercial e publicitária nos espaços do evento. De acordo com a regulamentação publicada, barracas, ambulantes, áreas de estacionamento e espaços VIPs devem pagar taxas para atuar durante os festejos, cujos valores variam conforme a localização — seja no tradicional Parque Padre João Câncio, reduto da missa original, ou na sede urbana do município. Também foi estruturado um plano de patrocínios com cotas classificadas entre “Fã”, com valor mínimo de R$ 1 mil, e “Master”, cujo piso é de R$ 100 mil, evidenciando a profissionalização e a mercantilização da festa que, outrora, se resumia à união de vaqueiros, bois, fé e poesia. O modelo atual, mais corporativo, tem sido alvo de resistência por parte de lideranças locais e religiosos, que denunciam o distanciamento da essência que deu origem à celebração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário