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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

TRAGÉDIA NO PÓS-PARTO: MORTE DE EMPRESÁRIA ABALA SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE

A segunda-feira (08) terminou sem respostas e com uma dor profunda que atravessou Santa Cruz do Capibaribe. A morte da empresária do ramo da moda, Monnika Marikinha, 37 anos, transformou o luto da família em comoção coletiva, após semanas de uma batalha médica intensa, incomum e delicada. O parto de gêmeos, celebrado inicialmente com alegria em outubro, marcou também o início de um quadro clínico raro e devastador.

A hemorragia sofrida logo após o nascimento das crianças abriu uma crise de saúde súbita e severa, exigindo medidas extremas em tempo recorde. Monnika, até então saudável e ativa, foi inserida imediatamente no topo da lista de transplantes, diante de um quadro hepático agudo que não permitia margem de espera. O transplante de fígado foi realizado com urgência, seguido de momentos que alternaram esperança e alerta. Nas primeiras semanas, médicos registraram melhora progressiva e uma recuperação considerada possível.

Mas a rara evolução pós-cirúrgica voltou a tomar um rumo contrário. O novo órgão, que representava a expectativa de cura, deixou de ser aceito pelo organismo da empresária. O quadro de rejeição avançou rapidamente, conduzindo novamente a paciente ao topo da fila por um segundo transplante. Desta vez, o tempo não foi suficiente. O novo procedimento não chegou, e a luta travada no Hospital Português, no Recife, se encerrou de forma silenciosa, deixando a cidade perplexa diante da dimensão da perda.

O empresário Gabriel Nóbrega, marido de Monnika, esteve diariamente ao lado da esposa, sustentando a fé enquanto acompanhava o vai e vem clínico, os boletins reservados, a espera por compatibilidade e a rotina dura de UTI. A família, amigos e o setor de moda regional, onde a empresária era figura ativa e reconhecida, receberam a notícia com choque e revolta pela imprevisibilidade de um pós-parto que se transformou em tragédia.

A morte de Monnika reacende debates delicados e, muitas vezes, evitados: a fragilidade do corpo feminino diante de complicações pós-parto, o risco de quadros hepáticos raros após hemorragias e a corrida contra o tempo enfrentada por pacientes que dependem de doação e compatibilidade de órgãos. Nos corredores do hospital, a equipe médica manteve total esforço até o último minuto, ciente da gravidade que envolvia cada etapa.

Em Santa Cruz do Capibaribe, o luto não se limita a quem conviveu diretamente com a empresária. A história ganhou dimensão pública, não apenas pela posição que ocupava no setor, mas pela forma como o caso expôs a imprevisibilidade da vida. O nascimento, que deveria marcar apenas festa e plenitude, tornou-se também o início de uma das jornadas médicas mais difíceis vividas recentemente por uma figura pública local.

O silêncio agora divide espaço com homenagens, palavras de fé e apoio dirigido ao esposo e aos filhos recém-nascidos, que serão rodeados por memórias e histórias de força, empreendedorismo e generosidade de quem, até o último dia, lutou para permanecer. Monnika partiu envolvida por esperança, oração e mobilização, deixando para trás uma cidade inteira que a despede com consternação e afeto.

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