quarta-feira, 16 de julho de 2025

JUSTIÇA ELEITORAL ANULA VOTOS DO PT EM MANARI POR FRAUDE À COTA DE GÊNERO E CASSA MANDATOS DE DOIS VEREADORES

Em uma decisão inédita e de grande impacto para o cenário político de Manari, município do interior de Pernambuco, o Juiz Eleitoral da 63ª Zona Eleitoral, Dr. Lucca Saporito, anulou todos os votos obtidos pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições proporcionais de 2024. A sentença judicial se baseou na constatação de fraude à cota de gênero, prática que compromete a legitimidade da legislação destinada a promover maior participação feminina na política. A ação, que teve o Ministério Público Eleitoral como parte autora, revelou que o PT lançou candidaturas femininas fictícias com o único objetivo de cumprir formalmente a exigência legal de pelo menos 30% de candidatas mulheres nas chapas proporcionais. Essas candidaturas, no entanto, não apresentaram qualquer movimentação financeira, campanha eleitoral ativa ou envolvimento real com o processo eleitoral. As provas apresentadas no processo incluíram prestações de contas zeradas, ausência de atos públicos, além de votações irrisórias que indicam claramente a inexistência de campanha efetiva. As candidatas consideradas fictícias foram identificadas como Jucimara Aparecida Monteiro, que recebeu apenas 35 votos, Maria Alesandra dos Santos com 197 votos, Maria José de Brito Pereira, que contabilizou apenas 2 votos, e Síntia Henrique Vieira, com 3 votos. Além de anular os votos dessas candidaturas femininas, a sentença também determinou a cassação dos mandatos de dois vereadores eleitos pelo PT: Luno Cristo, que obteve 579 votos (5,31%), e Zé Baixinho, com 409 votos (3,75%). A decisão ainda abrange todos os demais candidatos vinculados ao Diretório Regional do PT, configurando uma medida abrangente e rigorosa contra a irregularidade constatada. Com base na Súmula 73 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que dispõe sobre a nulidade dos votos quando comprovada a fraude na cota de gênero, o juiz ordenou a recontagem dos quocientes eleitoral e partidário para refletir a exclusão desses votos fraudulentos. A anulação dos votos recebidos pelo PT nas eleições proporcionais do município não apenas altera o quadro eleitoral local, mas também reforça a importância do combate à instrumentalização das políticas de ação afirmativa, como a cota de gênero, que visa garantir a representatividade das mulheres na política brasileira. A decisão judicial chama atenção para o uso indevido dessa política pública, criada com o intuito de fortalecer a presença feminina nos espaços legislativos, mas que, neste caso, foi utilizada de maneira fraudulenta para obter vantagens eleitorais. O Ministério Público Eleitoral, após assumir a ação inicial – que teve seu autor desistente –, apresentou robustas evidências capazes de comprovar a existência da fraude, o que foi determinante para o resultado da sentença. A medida tomada pela Justiça Eleitoral evidencia a vigilância constante sobre o cumprimento das regras que garantem a lisura dos processos eleitorais, especialmente no que diz respeito à proteção dos direitos políticos das mulheres e à promoção da equidade de gênero. O caso em Manari torna-se emblemático na luta contra candidaturas fictícias, que prejudicam a democracia ao fragilizar mecanismos importantes de inclusão social e política. Com esta decisão, a Justiça Eleitoral reafirma seu compromisso com a transparência e a justiça eleitoral, garantindo que a cota de gênero não seja utilizada como artifício para burlar a legislação, mas sim como ferramenta legítima para ampliar a diversidade na representatividade política. A sentença também pode servir de alerta para outros partidos e regiões onde práticas semelhantes possam estar ocorrendo, ressaltando a necessidade de fiscalização rigorosa e punição severa para quem tentar burlar as normas eleitorais. Dessa forma, o episódio representa um marco no fortalecimento do controle democrático e na valorização das candidaturas femininas reais, incentivando a participação ativa das mulheres na política com campanhas legítimas e engajamento verdadeiro.

GABINETE DE HUGO MOTTA É ALVO DE DENÚNCIAS POR FUNCIONÁRIAS FANTASMAS E PAGAMENTOS IRREGULARES

O gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de uma nova polêmica envolvendo supostas funcionárias fantasmas. A fisioterapeuta Gabriela Batista Pagidis, nomeada como secretária parlamentar desde 1º de junho de 2017, já recebeu R$ 807,5 mil dos cofres públicos, apesar de não exercer atividades compatíveis com o cargo. Uma apuração conduzida pelo jornalista Tácio Lorran, publicada pelo portal Metrópoles, acompanhou a rotina de Gabriela em Brasília e constatou que ela mantém uma agenda profissional como fisioterapeuta em clínicas particulares, em dias úteis e durante o horário em que deveria estar à disposição da Câmara. Às segundas e quartas-feiras, ela atende no Instituto Costa Saúde, localizado na Asa Norte; às terças e quintas, trabalha no Centro Clínico Bandeirantes, no Núcleo Bandeirante. Na sexta-feira, dia 12, foi vista em uma academia e no Zoológico de Brasília, também dentro do expediente legislativo.

O caso chamou atenção pela recorrência de denúncias envolvendo o mesmo gabinete. De acordo com uma apuração da Folha de S.Paulo, outras duas funcionárias também estariam lotadas de maneira irregular na estrutura de Hugo Motta. Louise Lacerda, estudante de medicina em tempo integral, aparece na folha de pagamento da Câmara como assessora, mas não estaria cumprindo suas funções por conta da dedicação exigida pela universidade. Já Monique Magno, assistente social da prefeitura de João Pessoa, figura como integrante da equipe do parlamentar, mas segundo a reportagem, também não comparece à Câmara e estaria acumulando ilegalmente dois cargos públicos.

A nomeação de Gabriela, com vínculo ativo há mais de sete anos, foi feita de forma discreta, sem alardes, e com salário compatível ao de um servidor de nível médio, o que dificulta a percepção imediata de irregularidades. Mesmo assim, sua rotina desmente a natureza do cargo. Não há registros públicos de participação dela em sessões, comissões ou qualquer atividade legislativa que justifique sua permanência na folha. Além disso, a localização das clínicas onde trabalha demonstra que ela permanece em pontos fixos durante dias inteiros, distantes do Congresso Nacional. O caso agrava-se ainda mais com o volume de recursos públicos destinados ao pagamento da funcionária: mais de R$ 800 mil, valor suficiente para financiar dezenas de bolsas de estudo, tratamentos médicos e ações sociais.

O gabinete do deputado Hugo Motta emitiu nota alegando que os funcionários, inclusive os que atuam remotamente, cumprem suas obrigações dentro das normas previstas pelo regimento da Câmara. A assessoria reforça que o controle de ponto é dispensado para cargos comissionados que desempenham atividades externas ou remotas, desde que haja entrega das tarefas atribuídas. A justificativa, porém, entra em choque com a realidade observada nas investigações jornalísticas, que mostram uma ausência sistemática e atividades paralelas sem relação com o mandato parlamentar. A situação levanta questionamentos sobre a efetividade dos mecanismos de fiscalização da Câmara e sobre o uso de verbas públicas em nomeações de apadrinhados políticos. As denúncias, que envolvem diretamente o presidente da Casa, surgem num momento de tensão institucional e podem impactar a imagem da Câmara dos Deputados perante a opinião pública. Enquanto isso, os salários seguem sendo pagos sem interrupções, e nenhuma medida concreta foi anunciada para apurar internamente a conduta das servidoras.

TCE-PE NEGA PEDIDO DE SOBRINHA DE IZAÍAS RÉGIS CONTRA SIVALDO ALBINO, MAS EMITE ALERTA SOBRE IMPESSOALIDADE

Uma representação apresentada por Rayssa Godói Régis e Silva, ex-secretária de Cultura e sobrinha do deputado estadual Izaías Régis (PSDB), gerou movimentação no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), tendo como alvo o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB). Na peça, protocolada por meio de medida cautelar, Rayssa que é  presidente local do PSDB solicitou que o órgão impedisse o prefeito de subir ao palco e divulgar atrações dos principais eventos culturais da cidade, como o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), o Viva Garanhuns e o Viva Jesus. A justificativa apresentada foi a de que tais ações configurariam suposta promoção pessoal com uso da máquina pública. A petição foi assinada pelo advogado Cayo César do Amaral Galvão, que é assessor especial do parlamentar e tio da autora da ação.

A solicitação, no entanto, não foi acolhida pelo conselheiro Carlos Neves, relator do caso no TCE. Em sua decisão, o magistrado afirmou que não encontrou elementos jurídicos suficientes para embasar o pedido de liminar, destacando a inexistência de requisitos legais que justificassem a proibição pretendida. Apesar da negativa, o conselheiro emitiu um alerta formal ao prefeito de Garanhuns, recomendando atenção quanto à possível violação ao princípio constitucional da impessoalidade administrativa. A medida tem caráter preventivo e não acarreta qualquer punição imediata, mas chama a atenção para os cuidados que devem ser adotados em eventos institucionais com ampla visibilidade.

O prefeito Sivaldo Albino deverá apresentar sua manifestação ao TCE nas próximas horas, explicando as circunstâncias das falas e anúncios realizados durante os eventos. A discussão ganha relevância no cenário político local em virtude do histórico de rivalidade entre o prefeito e o grupo liderado por Izaías Régis, de onde Rayssa é originária. Mesmo sem ser candidato em 2026 — já que seu segundo mandato se encerra em 2028, sem possibilidade de reeleição consecutiva —, Sivaldo tem assumido protagonismo na condução de eventos públicos, o que tem gerado desconforto na oposição.

Durante sua gestão, Sivaldo tem adotado o hábito de participar ativamente das festas promovidas pela Prefeitura, aparecendo em palcos, discursos e entrevistas. Em ocasiões recentes, ele anunciou nomes de peso para o FIG 2026, como Raphaela Santos, Neiff, Hungria, Jota Quest, Belo e Tarcísio do Acordeon — alguns deles revelados durante o Viva Garanhuns. A presença de prefeitos e autoridades políticas em eventos culturais, no entanto, não é exclusividade de Garanhuns. No mês de junho, o prefeito de Gravatá, Padre Joselito (Avante), subiu ao palco em diversas apresentações, inclusive ao lado da governadora Raquel Lyra (PSD), que chegou a dançar quadrilha no mesmo palco em que se apresentou Wesley Safadão. Situação semelhante foi registrada em Belo Jardim com o prefeito Gilvandro Estrela (União) e em outras cidades com a presença da deputada estadual Débora Almeida (PSDB) e do deputado federal Mendonça Filho (União Brasil).

O debate sobre o limite entre a atuação institucional e a promoção pessoal em eventos públicos tende a se acirrar à medida que as eleições estaduais de 2026 se aproximam. Embora Sivaldo Albino não esteja na disputa, seu grupo político deverá lançar seu candidato natural, o que acirra a vigilância por parte dos adversários. Por ora, o TCE optou por não aplicar nenhuma medida restritiva, mas o episódio evidencia a tensão política local e a disputa por espaços de visibilidade em ano eleitoral.

JOÃO CAMPOS REFORÇA ALIANÇAS NO INTERIOR DE PERNAMBUCO COM DESTAQUE PARA GARANHUNS E SEU GRUPO POLÍTICO

João Campos, prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, está em uma intensa agenda pelo interior de Pernambuco, onde busca consolidar seu espaço político e fortalecer alianças estratégicas para o cenário estadual. Com uma presença marcante tanto em Brasília quanto em São Paulo, o gestor desembarcou na capital pernambucana ontem à noite para iniciar sua maratona no interior, que deve durar até o próximo domingo. O roteiro contempla cidades do Agreste e do Sertão, incluindo Brejão, Garanhuns, Petrolândia, Serra Talhada e Serrita.

A tarde desta sexta-feira será dedicada a Brejão, município no Agreste, onde João Campos mantém uma forte ligação política com o grupo liderado por Sandoval Cadengue, ex-prefeito da cidade. Sandoval, que tem uma trajetória política profundamente enraizada no município, é filho do também ex-prefeito Josa Cadengue. Esse legado familiar se mantém vivo, já que Sandoval foi o responsável por eleger sua filha, Beta Cadengue, sucessora que venceu a eleição municipal em 2016 e foi reeleita em 2020. Beta, hoje secretária da Mulher em Garanhuns, representa a continuidade dessa influência política da família Cadengue no Agreste. A última eleição municipal teve um episódio marcante: a disputa acirrada entre Beta e sua tia, Lena Cadengue, que acabou derrotada, evidenciando a complexidade das relações políticas locais. Além do vínculo político, Sandoval Cadengue também tinha uma relação pessoal próxima com Eduardo Campos, pai de João Campos, o que reforça o simbolismo desse encontro.

Ainda no Agreste, o prefeito do Recife segue para Garanhuns, cidade que se destaca como um polo cultural e político da região. O principal evento da cidade neste período é o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que reúne milhares de pessoas e se transforma em um espaço de celebração artística e diálogo político. João Campos chega em um cenário confortável, ao lado de aliados históricos: o prefeito Sivaldo Albino e o deputado estadual Cayo Albino, ambos integrantes do PSB. Essa aliança reafirma a influência do partido na região e o papel central de Garanhuns como um bastião político do PSB no Agreste. Durante o FIG, além de participar de eventos culturais, João Campos se reúne com a administração municipal para discutir parcerias e ações conjuntas. Na manhã seguinte à noite de shows, será realizada uma cerimônia na sede da prefeitura, onde João Campos e Sivaldo Albino formalizarão um acordo de cooperação entre a capital e Garanhuns, fortalecendo o intercâmbio de projetos e políticas públicas.

O Festival de Inverno de Garanhuns não é apenas uma vitrine para apresentações artísticas, mas um espaço importante para a consolidação de redes políticas no Agreste. Nesta edição, nomes consagrados da música sertaneja como César Menotti e Fabiano, além da dupla Bruno e Marrone, comandam o palco Mestre Dominguinhos, atraindo grande público e gerando visibilidade para os políticos locais. A presença de João Campos no evento destaca a importância da região para o projeto político do PSB e reforça a proximidade com lideranças influentes como Sivaldo e Cayo Albino, que têm desempenhado um papel vital no fortalecimento do partido.

A partir de Garanhuns, João Campos desloca-se para o Sertão, começando por Petrolândia, onde será homenageado com o título de cidadão petrolandense em reconhecimento à sua trajetória e à aproximação com a população local. A proposição da homenagem foi apresentada pelo corpo deliberativo da Câmara de Vereadores, presidida pelo vereador Erinaldo Alencar Fernandes, o Dedé de França, do PSD. Dez dos treze vereadores votaram favoravelmente, o que demonstra amplo apoio político ao prefeito recifense. A solenidade, aguardada para ocorrer no sábado, ainda não tinha local definido até a noite anterior à chegada de João Campos. Após receber a honraria, ele terá um almoço com o prefeito Fabiano Marques, do Republicanos, e demais lideranças locais, oportunidade para reforçar vínculos e discutir estratégias conjuntas para o Sertão de Itaparica.

Ainda no Sertão, João Campos visita Serra Talhada, no coração do Pajeú, onde acompanhará a abertura da 25ª edição da Exposerra, feira que reúne a indústria, comércio e serviços da região. O evento ocorre no Armazém Social do Sesc, bairro de Bom Jesus, e é uma importante plataforma para o desenvolvimento econômico local. Antes da feira, o prefeito do Recife terá um encontro político com a prefeita Márcia Conrado, do PT, com quem mantém diálogo frequente desde o Congresso Regional do PSB realizado em Afogados da Ingazeira, no final de março. Essa articulação evidencia o esforço para ampliar alianças no Sertão, buscando convergência entre forças políticas distintas para o fortalecimento da base regional.

O último compromisso de João Campos na viagem será em Serrita, município do Sertão Central, onde participará da 55ª Festa de Jacó, tradicional evento cultural da cidade que atrai moradores e visitantes. Em Serrita, João Campos estará ao lado do prefeito Aleudo Benedito, do MDB, que mantém relações estreitas com a governadora do estado, fortalecendo assim uma rede política integrada entre os principais polos do Sertão. Essa etapa final do roteiro consolida a estratégia do prefeito recifense de ampliar seu alcance político no interior, reforçando alianças diversas e dialogando diretamente com lideranças locais.

A agenda de João Campos pelo interior pernambucano demonstra a importância política crescente do Agreste e do Sertão para o PSB, especialmente com o destaque dado a Garanhuns, onde a força dos aliados Sivaldo e Cayo Albino sustenta o projeto do partido. Além de participar de eventos culturais de grande porte, como o Festival de Inverno, o prefeito do Recife articula políticas públicas e parcerias que poderão ser fundamentais para sua trajetória política nos próximos anos, sobretudo diante da perspectiva de uma candidatura ao governo estadual em 2026. O itinerário cuidadosamente planejado reflete um equilíbrio entre compromissos institucionais, homenagens, articulações políticas e a valorização de tradições culturais locais, consolidando João Campos como uma liderança em sintonia com as demandas e potencialidades do interior de Pernambuco.

PERNAMBUCO REDUZ HOMICÍDIOS E AVANÇA NO COMBATE AO CRIME COM TECNOLOGIA E INTEGRAÇÃO POLICIAL

A segurança pública em Pernambuco segue em trajetória positiva, com os dados mais recentes confirmando a continuidade de uma tendência de queda nos homicídios e avanços consistentes em outras áreas da criminalidade. Segundo balanço da Secretaria de Defesa Social (SDS), o estado registrou, em junho de 2025, 251 Mortes Violentas Intencionais (MVIs), o segundo menor número para o mês desde 2004, quando teve início a série histórica. A redução representa 1,2% a menos em comparação ao mesmo período do ano anterior, consolidando um ciclo de 14 meses consecutivos de retração no número de assassinatos.

O resultado é reflexo de uma série de medidas integradas adotadas pelas forças estaduais de segurança, incluindo maior presença policial em áreas sensíveis, investimentos em tecnologia de inteligência e o cruzamento sistemático de dados para antecipar e neutralizar situações de risco. As regiões que mais contribuíram para essa redução foram a Zona da Mata e a Região Metropolitana do Recife, onde as estratégias de policiamento ostensivo e preventivo vêm sendo aprimoradas com o apoio de informações em tempo real e operações conjuntas entre as polícias Civil e Militar.

Além da queda nos homicídios, os Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs), que incluem furtos e roubos, também apresentaram retração. Foram contabilizadas 3.563 ocorrências em junho, número que representa o segundo menor patamar já registrado para esse mês desde o início da série estatística. A repressão a esse tipo de crime ganhou impulso com o reforço de patrulhas nos corredores comerciais e no transporte público, assim como com ações integradas de monitoramento por câmeras e drones.

Outro destaque do balanço diz respeito aos crimes envolvendo veículos. A SDS aponta uma redução de 8,1% nos furtos de automóveis e motocicletas em relação ao ano passado. No mesmo período, as forças de segurança conseguiram recuperar 654 veículos, o que corresponde a 42,1% do total subtraído. Essa taxa de recuperação é uma das mais altas dos últimos anos e tem sido impulsionada por melhorias na articulação entre os batalhões e delegacias especializadas, além do uso mais eficiente de sistemas de rastreamento e comunicação entre estados.

Na área de telefonia móvel, Pernambuco também avança no enfrentamento ao roubo e furto de celulares. A diminuição de 7,4% nas ocorrências em junho é atribuída em grande parte à ampliação do uso da plataforma Alerta Celular. O sistema, que permite o cadastramento de aparelhos para facilitar sua identificação em caso de furto ou roubo, tem sido uma ferramenta importante na responsabilização dos receptadores e na desarticulação de redes de revenda ilegal de aparelhos. Policiais têm utilizado o banco de dados da plataforma para recuperar celulares durante abordagens de rotina e operações.

Os números, embora ainda desafiadores em determinadas regiões, indicam que Pernambuco caminha para consolidar uma nova fase no combate à criminalidade. Com ações baseadas em inteligência, integração entre instituições e respostas rápidas aos crimes, o estado começa a colher os frutos de uma política pública que prioriza a prevenção e a eficiência operacional.

LULA E EDUARDO DA FONTE COMEMORAM APROVAÇÃO DA PEC 66/2023 AO LADO DO VICE-PRESIDENTE DA AMUPE, PEDRO FREITAS

Os deputados federais Lula da Fonte (PP) e Eduardo da Fonte (PP) receberam, na Segunda-Secretaria da Câmara dos Deputados, o prefeito de Aliança e vice-presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Pedro Freitas, para reiterar a importância da aprovação da PEC 66/2023 para os municípios brasileiros. A proposta foi aprovada ontem, 15 de julho, no Plenário da Câmara dos Deputados, logo após o encontro.

A PEC representa uma conquista histórica para os municípios brasileiros, ao estabelecer novas regras para o pagamento de precatórios, criar um prazo especial de parcelamento de débitos previdenciários junto aos regimes próprios e ao INSS e definir diretrizes mais claras para a gestão previdenciária local.

Pedro Freitas tem exercido um papel importante no fortalecimento dos municípios. Ex-presidente da Caixa Econômica Federal, ele vem colocando sua experiência a serviço da Amupe, contribuindo para o avanço de pautas municipalistas em Pernambuco e no Brasil. 

Durante o encontro, os parlamentares reforçaram o compromisso com a pauta municipalista e destacaram a importância da medida para garantir mais autonomia, responsabilidade fiscal e capacidade de investimento às prefeituras, especialmente às de pequeno e médio porte. “A aprovação dessa PEC era uma das nossas principais prioridades. Ela garante mais fôlego fiscal aos municípios e permite que as prefeituras tenham mais condições de investir na melhoria da qualidade de vida da população”, destacou Eduardo da Fonte. 

Pedro Freitas elogiou a atuação de Lula e Eduardo da Fonte na defesa dos interesses dos municípios e afirmou que a aprovação da PEC vai permitir um respiro para as administrações locais, contribuindo para a manutenção e ampliação de políticas públicas em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.

A PEC também prevê que os regimes próprios de previdência de estados e municípios passem a seguir as normas do regime federal, promovendo mais justiça fiscal e controle, sem abrir mão da autonomia dos entes locais, que ainda poderão adotar regras mais rigorosas, conforme suas realidades.

GILSON MACHADO E ANDERSON FERREIRA TRAVAM QUEDA DE BRAÇO PELO SENADO NO PL DE PERNAMBUCO

O cenário político do PL em Pernambuco vive um momento de forte tensão, com uma disputa interna acirrada que opõe duas das principais figuras bolsonaristas do estado: o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, e o presidente estadual da sigla, Anderson Ferreira. Ambos pleiteiam a única vaga que o partido pretende lançar ao Senado Federal em 2026, mesmo com duas cadeiras disponíveis para Pernambuco na próxima eleição. A estratégia do PL visa evitar o fracionamento da base bolsonarista e garantir competitividade diante de candidaturas da esquerda, como a da atual senadora Teresa Leitão, do PT.

Gilson Machado, que em 2022 foi o nome de Bolsonaro para o Senado, e saiu derrotado, tenta novamente viabilizar sua candidatura. Ele alega lealdade ao ex-presidente e sustenta que sua trajetória política foi construída com base em decisões de Jair Bolsonaro. Em fevereiro deste ano, o próprio Bolsonaro deu uma entrevista à Rádio CBN Recife afirmando que gostaria de ver Machado novamente disputando o Senado. No entanto, esse apoio hoje encontra barreiras jurídicas. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilson Machado está proibido de manter contato direto com o ex-presidente, devido a medidas cautelares impostas no curso das investigações da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de fuga de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Gilson chegou a ser preso temporariamente, acusado de atuar na obtenção de um passaporte irregular para Cid sair do país.

Sem poder tratar diretamente com Bolsonaro sobre seu futuro político, Machado viu o controle do processo cair nas mãos de Anderson Ferreira, que, além de presidir o partido em Pernambuco, mantém influência crescente sobre a direção nacional do PL. Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e ex-candidato a governador, deseja ocupar o posto de candidato ao Senado, rompendo com o que ele considera uma "obsessão pessoal" de Machado com o cargo. Na última segunda-feira (14), Ferreira elevou o tom, chamando o ex-ministro de “egocêntrico” em declarações à imprensa, escancarando o racha interno.

A disputa expõe uma guerra silenciosa de bastidores que pode comprometer a unidade do PL no estado. Machado, apesar de aliado histórico de Bolsonaro e figura simbólica do bolsonarismo raiz em Pernambuco, não descarta deixar a legenda caso seja preterido por Ferreira. Nos bastidores, já cogita aceitar o convite de outras siglas conservadoras, a depender do posicionamento final do ex-presidente. A indefinição do comando nacional do PL sobre o impasse acirra a tensão e mantém em suspenso uma das decisões mais importantes da legenda no Nordeste.

TRUMP MANDA INVESTIGAR PIX BRASILEIRO E SISTEMA PODE LEVAR A NOVO TARIFAÇO PELO PRESIDENTE AMERICANO

O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o PIX, que rapidamente se consolidou como uma das maiores inovações financeiras do país, entrou no centro de uma disputa internacional. Em uma medida inesperada, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) anunciou a abertura de uma investigação formal contra o Brasil, apontando o PIX como possível prática desleal no setor de pagamentos eletrônicos. A solicitação partiu diretamente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vê no modelo brasileiro uma ameaça à concorrência global, especialmente no que se refere às empresas americanas de tecnologia financeira.

Na denúncia oficial, o governo dos EUA alega que o Brasil estaria adotando medidas que favorecem um sistema estatal em detrimento de soluções privadas, prejudicando empresas estrangeiras que operam ou tentam ingressar no mercado brasileiro. “O Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, afirma o documento divulgado pelo USTR. O texto sugere que o sucesso do PIX, apesar de seu alcance popular, pode estar ligado a incentivos estatais que interferem no livre mercado.

A movimentação norte-americana gerou surpresa no meio financeiro internacional, já que o PIX é frequentemente citado por organismos multilaterais como exemplo de modernização bancária e democratização do acesso aos serviços financeiros. Lançado em novembro de 2020, o sistema permite transferências e pagamentos em tempo real, 24 horas por dia, de forma gratuita para pessoas físicas, e com custos reduzidos para empresas. Desde então, o PIX tem acumulado recordes de uso, superando modelos tradicionais como TED, DOC e até mesmo cartões de débito em diversas situações.

O processo instaurado pelos Estados Unidos pode abrir um precedente inédito nas relações comerciais entre os dois países, uma vez que se trata de uma tecnologia desenvolvida por um banco central, e não por empresas privadas. Para os americanos, esse detalhe não elimina a possibilidade de competição desleal, principalmente considerando o uso massivo de dados financeiros e o alcance de mais de 160 milhões de usuários em território nacional. A preocupação de Washington parece residir no temor de que o modelo do PIX seja exportado para outros países, minando o espaço de plataformas privadas americanas.

O Banco Central do Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre a investigação, mas fontes ligadas à autarquia indicam que há confiança na legalidade e na transparência do sistema. O governo brasileiro, por sua vez, enxerga o PIX como uma conquista nacional que aumentou a inclusão financeira, reduziu custos bancários e estimulou a competitividade, inclusive para fintechs que nasceram a partir da infraestrutura criada. Analistas políticos acreditam que o movimento liderado por Trump também possui uma conotação eleitoral, já que o presidente norte-americano tem apostado em uma retórica protecionista para consolidar apoio interno em meio à campanha presidencial. A situação deve se intensificar nos próximos meses e colocar o PIX, símbolo da modernização econômica brasileira, sob os holofotes de uma disputa global sobre soberania digital, inovação pública e equilíbrio comercial.