sábado, 24 de maio de 2025

COLUNA POLÍTICA | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

PEDRO LEITE CAVALCANTI: UMA HISTÓRIA DE AMOR A GARANHUNS
O HOMEM QUE VIU ALÉM DO SEU TEMPO 
Pedro Leite Cavalcanti deixou o chão da zona rural de Garanhuns para trilhar um caminho de dignidade, trabalho e respeito na cidade que tanto amou. Nascido no Sítio Cágados, filho de Luiz de Souza Cavalcanti e Maria Leite, ele simbolizou o percurso de quem transforma origem humilde em trajetória de honra. Vamos dar uma analisada aqui NA LUPA deste sábado. 

UM LEGADO QUE RESISTE AO TEMPO
Cinco anos após sua partida, aos 80 anos, a memória de Pedro Leite segue viva entre os que o conheceram. Sua história se tornou parte da própria identidade de Garanhuns — como comerciante, político e patriarca exemplar. Pedro foi um comerciante/empresario que fez da sua loja um ponto de encontro popular.  “A Principal”, loja fundada por Pedro Leite na Rua Santos Dumont, virou referência no comércio local. Em frente ao Mercado 18 de Agosto, era mais do que um ponto de vendas — era um ponto de encontro, de conversa, de cidadania. Era o reflexo de sua seriedade e compromisso com o povo. O local carrega muitas memórias importantes da cidade e da política. 

UM POLÍTICO QUE FEZ HISTÓRIA NA CÂMARA DE GARANHUNS
Pedro Leite Cavalcanti não foi apenas mais um vereador. Foi eleito por três mandatos e chegou à presidência da Câmara Municipal, tornando-se uma das vozes mais respeitadas da Casa Raimundo de Moraes. Atuante, eloquente, combativo, foi exemplo de como se honra cada voto conquistado. Foi um Leão na Casa Raimundo de Moraes numa época de expoentes como Paulo Gomes, Marlos Duarte, a Humberto Moraes, Margarida Cardoso e tantos outros. Pedro Leite era autêntico do MDB dos tempos áureos. Seus projetos, requerimentos e sua atuação parlamentar foram marcantes em defesa do povo. 


A TRIBUNA ERA SEU PALCO, A VERDADE, SUA VOZ
Na tribuna, Pedro Leite encantava. Seus discursos firmes, porém elegantes, eram escutados com atenção até pelos adversários. Jamais fugiu ao embate de ideias, mas o fazia com respeito e profunda convicção. O povo, que o elegeu, via nele um verdadeiro leão na defesa de suas causas. O MDB de Ulisses Guimarães era a escola da democracia e Pedro Leite fazia parte dela. Pedro militou no autêntico MDB, sob a inspiração de Ulisses Guimarães. Enfrentou a ditadura e defendeu com unhas e dentes o Estado Democrático de Direito. Tinha coragem de posicionamento, e sua fidelidade aos princípios democráticos era inegociável.

POLÍTICA, PARA ELE, ERA MISSÃO — NÃO OCUPAÇÃO
Mesmo em tempos de escassez de recursos, Pedro era conhecido por sua habilidade em viabilizar ações junto aos prefeitos da época. Sempre em prol do povo. Não fazia promessas fáceis — entregava o que era possível com trabalho duro, articulação e muito respeito ao dinheiro público. O vereador que era parte da comunidade.  Pedro Leite andava entre o povo. Estava nos bairros, nos sítios, nas feiras. O povo o conhecia pelo nome, e ele conhecia o povo pelo olhar. Sabia ouvir, sabia agir. Foi político à moda antiga — quando ainda se sabia o valor de uma palavra dada. Nas horas mais difíceis estava ali ao lado dos amigos, era o primeiro que chegava e o último que saía. 


UMA FAMÍLIA DE VALORES, FORMADA COM AMOR

Ao lado de Nalva Albuquerque, sua companheira de vida, Pedro construiu uma família admirável. Teve seis filhos — Pedro, Anízio, Luiz Leite, José Carlos, Maria Helena e outro falecido precocemente. Deixou netos, bisnetos e um legado moral que segue inspirando gerações. Luiz Leite seguiu o seu legado e também foi vereador e exerceu mandato na Casa Raimundo de Moraes. Luiz Leite também integra a política local e assim como sei pai, faz da política uma missão de servir. Pedro Leite tem um exemplo que foi passado adiante.  Os filhos de Pedro são, como ele, pessoas corretas e decentes. É na conduta deles que se vê o reflexo de quem foi Pedro Leite: um homem íntegro, de palavra, de firmeza. Um pai que educou com o exemplo e guiou com o coração.

A ESCOLA LUIZ DE SOUZA CAVALCANTI COMO SÍMBOLO DE GRATIDÃO
A Escola Municipal Luiz de Souza Cavalcanti, na zona rural de Garanhuns, leva o nome de seu pai — uma homenagem que eterniza a ligação entre essa família e o povo. Educação e cidadania: valores que sempre nortearam a vida de Pedro.


CARLOS EUGÊNIO, JORNALISTA E SOBRINHO, GUARDA O LEGADO
O jornalista Carlos Eugênio, sobrinho de Pedro Leite, costuma mencionar com orgulho o exemplo do tio. E não é para menos. Pedro Leite foi daqueles homens raros que fazem da vida pública uma extensão de sua moral privada.


GARANHUNS TEM UMA DÍVIDA DE GRATIDÃO
Pedro Leite Cavalcanti foi mais do que um político, foi mais do que um comerciante. Foi um cidadão exemplar, um homem de comunidade, alguém que viveu para melhorar a vida dos outros. Sua morte, há cinco anos, deixou uma lacuna — mas seu nome continua sendo sinônimo de honra. A memória de quem faz mal morre! Mesmo após sua partida, o nome de Pedro Leite ainda é falado com respeito em cada canto de Garanhuns. Ele representa um tempo em que a política era feita com alma, em que a palavra valia mais do que qualquer papel assinado.

UMA HISTÓRIA DE AMOR A GARANHUNS
Pedro Leite amou Garanhuns em cada gesto, em cada fala, em cada decisão. Transformou esse amor em ações, em cuidado, em legado. Sua história é uma carta de amor à cidade que o viu crescer e que ele ajudou a crescer. Que sua memória siga guiando novas gerações. Numa época de tanto descrédito na política, lembrar de figuras como Pedro Leite Cavalcanti é reafirmar que vale a pena acreditar. Que há grandeza em servir. E que a verdadeira política é feita com compromisso, respeito e amor pelo próximo. Pedro Leite honrou cada dia que viveu. É isso aí.

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