GLEIDE ÂNGELO PEDE URGÊNCIA EM INSTALAÇÃO DA DELEGACIA DA MULHER EM SERRA TALHADA

Em um discurso enfático e carregado de urgência, a deputada estadual Delegada Gleide Ângelo (PSB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na sessão plenária desta segunda-feira (19) para fazer um apelo direto ao Governo do Estado, cobrando a instalação de uma Delegacia da Mulher no município de Serra Talhada, localizado no Sertão do Pajeú. Conhecida por sua atuação firme na defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência de gênero, Gleide se dirigiu aos demais parlamentares e à população pernambucana apresentando dados alarmantes que evidenciam a vulnerabilidade das mulheres da região diante da ausência de uma estrutura especializada. De acordo com a parlamentar, em 2024 foram registrados 750 boletins de ocorrência envolvendo casos de violência doméstica em Serra Talhada, número que por si só já chama atenção, mas que se torna ainda mais grave quando comparado ao registro de apenas cinco casos de estupro, o que, segundo a deputada, revela uma subnotificação clara e preocupante.

Gleide argumentou que muitas mulheres ainda enfrentam barreiras psicológicas e sociais para denunciar os abusos sofridos, sobretudo em cidades do interior onde o acesso a unidades especializadas de atendimento é inexistente. Para ela, a falta de uma Delegacia da Mulher em Serra Talhada não apenas silencia essas vítimas como também perpetua o ciclo de violência, pois sem acolhimento adequado, as denúncias não acontecem e os agressores seguem impunes. O discurso da deputada foi marcado por um apelo emocionado à sensibilidade das autoridades governamentais, ressaltando que o Estado precisa garantir condições para que essas mulheres encontrem um espaço seguro e acolhedor, com profissionais treinados, escuta ativa e encaminhamentos adequados. Gleide destacou ainda que a impunidade costuma caminhar lado a lado com o silêncio, e que esse silêncio é alimentado quando o poder público falha em oferecer respostas concretas.

Durante sua fala, a deputada também reforçou que a ausência de uma delegacia especializada impede a coleta correta de provas, dificulta os procedimentos investigativos e gera uma revitimização das mulheres que procuram ajuda, muitas vezes sendo obrigadas a relatar os abusos a agentes despreparados ou em delegacias comuns, que não possuem a estrutura sensível exigida por casos de violência de gênero. Segundo ela, a realidade vivida pelas mulheres do Sertão não pode continuar sendo ignorada sob o argumento de limitações orçamentárias ou de planejamento logístico, pois o sofrimento das vítimas é real e diário. Gleide fez questão de frisar que a instalação de uma Delegacia da Mulher não é apenas uma demanda legítima da população, mas um direito básico garantido pela legislação e por tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

A deputada relembrou sua experiência como delegada de polícia civil e apontou que a presença física de uma unidade voltada exclusivamente para o atendimento às mulheres representa uma mudança concreta no enfrentamento à violência. Serra Talhada, que figura entre os maiores municípios do Sertão, não pode mais permanecer à margem dessa política pública essencial. O clamor da população precisa ecoar nas decisões do Governo do Estado, e o parlamento, na visão da deputada, tem a responsabilidade de se posicionar em defesa da vida e da dignidade das mulheres sertanejas. Ao final do pronunciamento, Gleide Ângelo deixou claro que continuará insistindo nessa pauta enquanto não houver uma resposta efetiva. Para ela, cada dia sem essa delegacia representa mais uma mulher silenciada, mais uma vida em risco, mais uma omissão institucional inaceitável.