Em um gesto que simboliza maturidade política e compromisso com a unidade interna, o ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Messias Melo, retirou sua candidatura à presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco. A decisão, construída em diálogo com diversas forças internas da legenda, representa uma reconfiguração significativa no processo sucessório dentro do partido, consolidando o nome do deputado federal Carlos Veras, da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), como candidato de consenso. A candidatura de Messias havia sido articulada a partir de uma costura entre quatro correntes partidárias: o Coletivo PT Militante, liderado pela senadora Teresa Leitão; a Articulação de Esquerda; a Via Trabalho; e o grupo político de Mozart Sales. A aliança entre esses setores, que vinha sendo desenhada há semanas, refletia uma alternativa política à CNB, buscando ampliar a diversidade interna do partido. No entanto, diante da necessidade de fortalecer o PT no cenário estadual e nacional, prevaleceu a aposta em um entendimento coletivo.
O anúncio da retirada foi feito durante uma reunião entre lideranças e dirigentes dos grupos envolvidos, em clima de conciliação e compromisso programático. Carlos Veras, ao receber o apoio, destacou pontos considerados essenciais pelas forças que compunham a candidatura de Messias, como a defesa da unidade do partido e o fortalecimento de sua presença nos territórios populares, onde o PT tem raízes históricas. O parlamentar também se comprometeu a promover uma gestão partidária plural, que garanta representação efetiva das diferentes tendências e militantes de base. Além disso, assumiu como prioridades a preparação do partido para as eleições de 2026, com foco na reeleição do presidente Lula e na recondução do senador Humberto Costa, além de uma política de reaproximação com a militância de rua e as bases sindicais.
O gesto de Messias Melo foi interpretado como um movimento de responsabilidade histórica, diante dos desafios enfrentados pela esquerda no atual contexto político. Ele afirmou que a unidade do PT em Pernambuco é fundamental para dar sustentação ao projeto nacional liderado por Lula e para ampliar a presença do partido nos espaços institucionais e nos movimentos sociais. A eleição para a nova direção estadual da sigla está marcada para o dia 6 de julho, e com a adesão de quatro correntes à candidatura de Veras, a tendência é de que o processo ocorra em ambiente mais harmônico e programático. Nos bastidores, a expectativa é de que essa nova configuração ajude o partido a superar disputas internas fragmentadas e se apresente com mais vigor às disputas eleitorais e sociais dos próximos anos.
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