sábado, 31 de maio de 2025

JOÃO CAMPOS DEFENDE "PSB NAS RUAS" EM CONGRESSO QUE SERÁ ACLAMADO PRESIDENTE

Durante a abertura do XVI Congresso Nacional do PSB, realizada nesta sexta-feira (30) em Brasília, o prefeito do Recife, João Campos, apontado como nome certo para assumir a presidência nacional do partido no domingo (1º), fez um discurso marcado por reflexões sobre os novos desafios da política progressista no Brasil. Diante de uma plateia formada por militantes e autoridades da legenda, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, Campos defendeu a necessidade de o PSB se reconectar com o sentimento das ruas e compreender o Brasil em transformação. “O que nos traz aqui são os sonhos, que não brotaram por acaso, mas do calor das ruas”, afirmou. Ele destacou que o partido precisa buscar uma ressignificação do seu papel, entendendo as novas demandas da população, que não se limitam mais aos modelos tradicionais de militância e representação. Para ele, é preciso olhar para as mudanças estruturais do país com atenção e responsabilidade. Mencionou, por exemplo, o aumento da população idosa, o protagonismo feminino em lares chefiados por mulheres e as transformações no mundo do trabalho, marcadas por relações cada vez mais fragmentadas e precárias. Chamou a atenção também para o fenômeno da instrumentalização da fé cristã por setores políticos, criticando a fusão entre religião e disputa eleitoral. Nesse contexto, defendeu que o PSB se posicione como uma alternativa capaz de dialogar com a complexidade da sociedade contemporânea. “Num momento em que o ruído substitui o diálogo e em que o ódio tenta calar a diferença, nós temos que saber conviver com a divergência e buscar a convergência naquilo que nos cabe”, afirmou, em tom de apelo à tolerância política e ao respeito à pluralidade. João Campos sinalizou ainda que o partido deve se apresentar como um abrigo para os que estão desencantados com a política, especialmente entre os jovens e setores que se afastaram da esquerda tradicional. Disse que o PSB tem a missão de mostrar que o campo progressista é capaz de entregar resultados concretos e de se reinventar para acolher diferentes vozes. “Sem idealizações imutáveis, teremos que conversar com esse Brasil”, reiterou, apontando para um reposicionamento estratégico da legenda como centro-esquerda moderna. Ressaltando que nenhuma construção política é feita de forma solitária, pediu a confiança dos militantes e afirmou que sua gestão será baseada na escuta e no trabalho coletivo. Encerrou seu discurso com um compromisso de liderar com responsabilidade, mas compartilhando o poder decisório com os quadros do partido.

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