sexta-feira, 23 de maio de 2025

MALAFAIA DIZ QUE DEMISSÃO DE WAJNGARTEN POR VALDEMAR DO PL FOI "COVARDIA"

A recente demissão do advogado Fábio Wajngarten do Partido Liberal (PL) provocou reações contundentes dentro da base bolsonarista, revelando fissuras entre aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta última quarta(21), o pastor Silas Malafaia saiu em defesa pública de Wajngarten, classificando a exoneração como um ato de “covardia”. A crítica foi publicada por Malafaia em sua conta na rede social X, antigo Twitter, onde também lamentou a falta de reconhecimento pelas contribuições passadas do advogado, que foi um dos principais articuladores da comunicação do governo Bolsonaro. O episódio ganhou corpo após a divulgação, pelo portal UOL, de mensagens privadas trocadas entre Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid, obtidas pela Polícia Federal durante a perícia no celular do militar, que atualmente é investigado por suposta participação em esquemas de falsificação de cartões de vacina e venda ilegal de joias do acervo presidencial. Nas mensagens reveladas, datadas de 27 de janeiro de 2023, Wajngarten encaminha a Cid uma matéria indicando a possibilidade de o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, lançar Michelle Bolsonaro como candidata à Presidência da República em 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível. Cid responde de maneira cortante: “Prefiro o Lula”, ao que Wajngarten replica com um breve “Idem”. A reação irônica e negativa dos dois à eventual candidatura da ex-primeira-dama evidencia um mal-estar crescente nos bastidores do partido. Em um dos áudios enviados por Cid, o militar argumenta que Michelle seria alvo fácil de ataques políticos, por considerar que “ela tem muita coisa suja… não suja, mas a personalidade dela”, antecipando que qualquer tentativa de ascensão política por parte dela seria duramente combatida. Wajngarten, que ocupou a chefia da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e se manteve ao lado de Bolsonaro mesmo após a derrota nas urnas, também ironizou a remuneração de Michelle no partido, estimada em R\$ 39 mil, justificando o valor com a afirmação de que ela “carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”. A demissão do advogado acontece em meio ao esforço do PL para construir uma narrativa de unidade em torno da figura de Michelle, vista por setores do partido como um trunfo eleitoral frente à inelegibilidade de Bolsonaro. Porém, as mensagens vazadas escancaram a resistência interna à ideia, sobretudo por parte de figuras com histórico de lealdade ao ex-presidente. Malafaia, um dos mais proeminentes defensores do bolsonarismo, sugeriu que Wajngarten está sendo penalizado por expor sua opinião, e lamentou o que classificou como ingratidão e falta de memória por parte da cúpula partidária. A fala do pastor também é interpretada como um alerta aos dirigentes do PL, num momento em que o partido busca consolidar sua estratégia para as eleições de 2026, enfrentando divisões internas que podem comprometer seus planos de projeção nacional.

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