sexta-feira, 2 de maio de 2025

MARÍLIA PARECE TER ACEITADO A EMPREITADA PARA FEDERAL MESMO ENFRENTANDO A IRMÃ


Nos bastidores da política pernambucana, a movimentação de Marília Arraes volta a ganhar corpo com força. A ex-deputada federal e ex-candidata ao Governo do Estado estaria articulando o seu retorno à Câmara dos Deputados, cargo para o qual foi eleita com expressiva votação em 2018 e que acabou deixando de lado em 2022, quando decidiu disputar o Palácio do Campo das Princesas. A escolha de Marília pela candidatura ao governo, embora tenha a projetado ainda mais no cenário estadual, também a afastou da base parlamentar que vinha construindo em Brasília. Agora, com o novo ciclo eleitoral se aproximando, a possibilidade de retomar o mandato na Câmara aparece como uma alternativa mais concreta diante das barreiras que surgiram no seu caminho para um espaço majoritário.

Marília chegou a nutrir a expectativa de disputar uma vaga no Senado na chapa do prefeito do Recife, João Campos, que já se movimenta como pré-candidato ao Governo de Pernambuco para 2026. Essa costura, no entanto, estaria praticamente descartada, segundo fontes próximas às articulações. O motivo seria a montagem de uma chapa que já estaria sendo fechada nos círculos do PSB e que inclui a adesão do PT ao projeto de Campos, repetindo a aliança que ambos selaram nas eleições municipais. Neste desenho, o PT reivindicaria uma das vagas ao Senado, com o nome do senador Humberto Costa despontando como natural para o posto, dada sua liderança no partido e sua trajetória consolidada em disputas majoritárias.

A outra vaga na chapa de João Campos estaria reservada para um nome de centro, numa estratégia de ampliar a base e dialogar com outros segmentos fora do campo progressista. Dois nomes ganham força nesse contexto: o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que já demonstrou disposição em construir pontes com setores mais ao centro. A montagem dessa chapa ocorre no contexto de um cenário estadual que caminha para uma polarização entre a governadora Raquel Lyra, do PSDB, e o próprio João Campos, do PSB, num embate que promete reproduzir a divisão nacional entre os polos de Lula e Bolsonaro, cada um puxando suas forças para o confronto local.

Diante desse quadro, a aposta de Marília Arraes na Câmara Federal aparece como uma alternativa mais realista, mas não menos desafiadora. Se decidir confirmar sua intenção de disputar uma vaga de deputada, Marília terá pela frente um embate direto com a própria irmã, Maria Arraes, atual deputada federal e que foi eleita em 2022 com o apoio decisivo da ex-candidata ao governo. O problema para Marília é que a votação obtida por Maria na última eleição ficou abaixo do esperado, o que acendeu alertas sobre a real extensão da influência eleitoral da líder do Solidariedade em Pernambuco.

Essa possível disputa entre as irmãs Arraes, que até pouco tempo marchavam juntas, adiciona um novo ingrediente às eleições proporcionais, já que ambas terão que dividir um mesmo eleitorado em um ambiente político que mudou consideravelmente desde 2022. Marília, que sempre buscou projetar sua força como uma liderança independente e alternativa ao PSB, agora se depara com o desafio de reconstruir sua base ao mesmo tempo em que o campo progressista caminha para se unir em torno da candidatura de João Campos ao governo. A equação política para Marília não será simples, num ambiente onde alianças se recompõem e onde a força eleitoral precisa se provar nas urnas a cada ciclo. É neste tabuleiro que a ex-deputada planeja seu retorno ao Congresso, numa movimentação que já movimenta conversas em Brasília e no Recife.
É isso!

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