O ex-prefeito de Caruaru e ex-deputado estadual Zé Queiroz assume, a partir desta sexta-feira (23), a presidência estadual do PDT em Pernambuco, marcando um novo momento para a legenda no estado. A mudança ocorre após a saída de seu filho, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, que vinha acumulando a função de líder partidário com sua atuação no governo federal. Apesar de ter sinalizado no início do mês a intenção de seguir conciliando os dois papéis, Wolney reviu sua posição e optou por delegar a tarefa de conduzir o partido no cenário estadual a uma figura de sua confiança e com vasta experiência política. Zé Queiroz, que já comandou o Executivo de Caruaru por quatro mandatos e foi por diversos anos parlamentar na Assembleia Legislativa de Pernambuco, retorna ao centro das articulações partidárias com a missão de preparar o PDT para os desafios eleitorais de 2026.
O novo presidente estadual da legenda terá sob sua responsabilidade a reorganização dos diretórios municipais, a articulação com as bases e, principalmente, a construção de chapas competitivas tanto para a disputa proporcional quanto para a majoritária nas próximas eleições. Em um cenário de reorganização partidária no estado, com diversas siglas em processo de renovação de suas lideranças e estratégias, o PDT aposta na bagagem política e no perfil articulador de Zé Queiroz para retomar protagonismo no debate eleitoral pernambucano. O ex-prefeito assume a sigla em um momento em que o partido busca se fortalecer nos municípios e ampliar sua representação na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, segmentos onde a legenda enfrenta desafios de crescimento.
Com a saída de Wolney da presidência, mas mantendo-se como primeiro vice-presidente, a transição não representa um afastamento da família Queiroz das decisões estratégicas do PDT. Pelo contrário, sinaliza uma espécie de revezamento planejado, onde pai e filho compartilham o controle político da legenda com objetivos bem definidos. A permanência de Wolney como vice, mesmo estando em Brasília à frente de uma das pastas mais sensíveis do governo Lula, indica que ele seguirá acompanhando de perto os rumos do partido no estado, garantindo uma linha de continuidade nas decisões e estratégias eleitorais. Para muitos analistas, a escolha de Zé Queiroz representa uma aposta segura e pragmática: trata-se de um nome com reconhecimento público, trânsito político consolidado e histórico de fidelidade às pautas do campo progressista, o que pode atrair alianças e facilitar a recomposição de quadros internos.
O desafio imediato do novo presidente será reorganizar o PDT em regiões estratégicas do estado, como o Agreste, Sertão e Região Metropolitana do Recife, onde o partido perdeu espaço nos últimos pleitos. Além disso, terá que dialogar com outras forças do campo da esquerda e do centro para compor federações ou alianças, num cenário político que exige articulação precoce e definição de candidaturas com antecedência. A movimentação também ocorre num momento em que partidos tradicionais enfrentam o avanço de siglas menores e novas lideranças políticas ganham espaço, o que exigirá do PDT uma reavaliação de seu discurso e das suas prioridades eleitorais. Ao assumir essa responsabilidade, Zé Queiroz também terá que lidar com questões internas, como a renovação de lideranças e o engajamento da militância, temas que se tornam centrais quando se busca retomar protagonismo em um ambiente de alta competitividade partidária.
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