quinta-feira, 29 de maio de 2025

MINISTROS ZANIN E MORAES ESTAVAM EM LISTA DE GRUPO DE EXTERMÍNIO

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (28), mais uma fase da investigação que vem desmantelando uma organização criminosa especializada em espionagem, monitoramento e assassinato de autoridades brasileiras. Durante a operação, anotações encontradas revelaram que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin Martins estavam entre os possíveis alvos do grupo, que operava sob o nome de “Comando de Caçadores de Comunistas, Corruptos e Criminosos”. As informações apreendidas apontam que a organização estruturou um esquema complexo de vigilância com fins de execução, revelando uma “tabela de preços” conforme a relevância política dos alvos: senadores custavam R\$ 150 mil, deputados R\$ 100 mil, e ministros do STF, até R\$ 250 mil.

A operação foi realizada simultaneamente em três estados — Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais — e resultou na prisão de cinco integrantes do núcleo de inteligência e execução do grupo. Entre os detidos estão militares da ativa e da reserva, o que reforça a gravidade do caso e o nível de infiltração institucional da quadrilha. Segundo os investigadores, esses membros atuavam com disciplina paramilitar, utilizando técnicas avançadas de rastreamento, escutas ilegais e ações de dissimulação para não levantar suspeitas enquanto realizavam o monitoramento de suas vítimas. A presença de militares sugere que havia um planejamento detalhado das ações, com logística e recursos de alto nível, o que potencialmente colocava em risco figuras centrais da República.

Além do plano de execução de autoridades, a investigação também foca na conexão entre o grupo e esquemas de corrupção envolvendo a venda de decisões judiciais em tribunais de Mato Grosso e até no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essa é a sétima fase da apuração conduzida pela PF, que tem revelado uma teia criminosa com tentáculos em setores do Judiciário, forças armadas e empresários. A descoberta das anotações com nomes de ministros do STF lança luz sobre o grau de ousadia do grupo, que não se limitava a ameaças genéricas, mas detalhava valores e etapas de monitoramento. Também reforça o alerta para os riscos reais que rondam autoridades no exercício de suas funções, principalmente aquelas ligadas à investigação e repressão de grupos antidemocráticos.

As buscas também apreenderam equipamentos eletrônicos, armas e documentos que podem comprovar o pagamento por serviços de espionagem e coleta de informações. O modus operandi incluía vigilância de rotina, dossiês fotográficos e cruzamento de dados públicos com informações sigilosas obtidas por meios ilícitos. A PF não descarta que outros integrantes do Judiciário e do Parlamento estejam sob risco, dada a sofisticação dos planos e a capacidade de mobilização da organização. As próximas fases da investigação devem aprofundar o rastreamento do fluxo financeiro, identificando os financiadores e mandantes das ações criminosas. O caso reacende o debate sobre a segurança institucional de autoridades brasileiras e a necessidade de monitoramento mais rigoroso de redes que se valem da ideologia para justificar o uso da violência contra o Estado de Direito.

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