A eleição interna que definirá o novo comando do MDB em Pernambuco transformou-se em um ponto de inflexão para o grupo liderado pelo senador Fernando Dueire e pelo deputado estadual Jarbas Filho, que busca tomar o controle da legenda estadual das mãos do atual presidente, o ex-deputado federal Raul Henry. Caso sejam derrotados, os dois parlamentares não apenas perdem influência direta sobre o partido, mas também se veem diante de um redesenho político iminente com a provável formalização da federação entre o MDB e o Republicanos, o que, na prática, selaria a expulsão informal do grupo. Isso porque, em Pernambuco, o Republicanos é comandado pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, aliado de João Campos e figura estratégica na formação da futura chapa majoritária do PSB para 2026, onde é cogitado como candidato ao Senado. Com a federação, as decisões partidárias passam a ser tomadas em conjunto, o que esvazia a autonomia do MDB e enfraquece qualquer liderança que não esteja alinhada ao núcleo central do Republicanos. A permanência de Dueire e Jarbas Filho em um MDB fundido a um partido que tem orientação política diversa da deles, e sob comando de um rival estadual, torna-se insustentável. Perder a eleição interna, portanto, não representará apenas o fracasso de uma tentativa de reorganização partidária, mas também a perda completa de espaço em um partido historicamente ligado à trajetória de Jarbas Vasconcelos. A possibilidade de migrar para outra legenda já é considerada por aliados mais próximos, cientes de que, com a nova configuração federativa, qualquer dissidência será sufocada. A federação nacional altera toda a lógica de comando e tende a reposicionar o MDB em Pernambuco como uma sigla coadjuvante dentro do projeto de reeleição de João Campos e do PSB estadual, com Silvio Costa Filho como peça-chave dessa engrenagem. Nesse ambiente, não haverá lugar para o grupo que hoje tenta resistir.
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