O cenário político em Pernambuco se aquece com a iminente oficialização da federação entre o PRD e o Solidariedade, prevista para esta quarta-feira (25), em Brasília. A articulação tem gerado tensões internas, especialmente após declarações do presidente estadual do PRD, Josafá Almeida, que também comanda a Prefeitura de São Caetano. Em entrevista nesta terça-feira (24), Josafá afirmou que o grupo político liderado por Luciano Bivar não aceitará ser relegado a um papel secundário na nova configuração partidária. O motivo do descontentamento está na possibilidade de o comando da federação em Pernambuco ser entregue ao Solidariedade, uma vez que a sigla conta com representação na Câmara dos Deputados por meio da parlamentar Maria Arraes.
Josafá lembrou que, quando assumiu o PRD no Estado, não havia qualquer negociação envolvendo o Solidariedade, e que a missão dada pela executiva nacional era a de estruturar o partido com independência. Segundo ele, o grupo de Bivar foi surpreendido pelo avanço das tratativas para formação da federação, sem ter sido devidamente consultado. Apesar de Luciano Bivar estar de saída do União Brasil e com planos de filiação ao PRD, ele segue legalmente vinculado ao atual partido até março de 2026, o que enfraquece sua posição formal na disputa interna pelo controle da federação em solo pernambucano.
A situação se torna ainda mais sensível por envolver a ex-deputada federal Marília Arraes, que atualmente preside o Solidariedade no Estado e tem se mobilizado para garantir o protagonismo da legenda no processo. Marília desembarca em Brasília com o objetivo de pleitear a liderança da nova federação no território pernambucano, articulando diretamente com a cúpula nacional das duas siglas. A deputada Maria Arraes, irmã de Marília, é o principal trunfo do Solidariedade na disputa, por representar a sigla na Câmara Federal — critério técnico que pode pesar na definição da direção estadual da federação, conforme as regras previstas.
Enquanto isso, outros movimentos políticos começam a orbitar o novo agrupamento. O PSDB, presidido em Pernambuco pelo deputado Álvaro Porto, atual chefe da Assembleia Legislativa do Estado, também pode integrar a federação. Essa possibilidade amplia o peso político da aliança, mas igualmente aumenta a complexidade das negociações e o risco de disputas internas por espaço e influência. Com uma série de interesses em jogo e lideranças fortes em lados opostos, a formação da federação entre PRD e Solidariedade pode se tornar um novo campo de batalha na política estadual, com reflexos diretos nas eleições municipais de 2024 e na construção de palanques para 2026.
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