Desde que assumiu o governo paulista com apoio decisivo de Bolsonaro, Tarcísio tem sido tratado como uma figura de peso dentro da direita nacional, reunindo atributos técnicos, postura moderada e experiência administrativa que poderiam ampliar o alcance do campo conservador em setores mais pragmáticos do eleitorado. A eventual candidatura de Tarcísio é vista também como uma estratégia para fugir da rejeição ainda elevada que o próprio Bolsonaro enfrenta em algumas regiões do país, especialmente entre o eleitorado feminino e no Nordeste. Com isso, o ex-presidente estaria buscando garantir a continuidade de seu projeto político com um nome que mantenha fidelidade ao seu legado, mas sem carregar o mesmo grau de polarização.
No entorno de Bolsonaro, a escolha de Tarcísio como cabeça de chapa já conta com certo entusiasmo, mas o mesmo não se pode dizer sobre a composição da vice. Embora setores do PL defendam a inclusão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que vem sendo preparada como liderança feminina do bolsonarismo, o nome que desponta como favorito para vice é o da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura durante o governo Bolsonaro. Considerada uma liderança de perfil técnico e respeitada no agronegócio, Tereza Cristina agregaria musculatura política à chapa e ampliaria pontes com setores mais institucionais. Sua presença também agradaria ao Centrão e ajudaria a reforçar a pauta econômica do projeto.
Nos bastidores, parlamentares bolsonaristas avaliam que a escolha por Tarcísio e Tereza Cristina permitiria criar uma candidatura competitiva, com discurso liberal, conservador nos costumes e apoio maciço das bancadas ruralista, evangélica e da segurança pública. Bolsonaro, por sua vez, estaria disposto a concentrar seus esforços na campanha como principal cabo eleitoral, preservando-se das restrições judiciais que hoje o impedem de concorrer. Essa movimentação ocorre num momento em que o ex-presidente intensifica agendas políticas e participa de eventos em diversos estados, ensaiando uma retomada da articulação nacional com foco em 2026. A filiação de Tarcísio ao PL e a confirmação de sua candidatura podem ser anunciadas até o fim deste ano, dependendo dos acordos internos e da disposição do governador paulista de abrir mão da reeleição em São Paulo para disputar o Palácio do Planalto.
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