quinta-feira, 19 de junho de 2025

COLUNA POLÍTICA | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

PSDB APOIARÁ JOÃO CAMPOS E PODEMOS FECHA COM RAQUEL LYRA
A aliança que nunca existiu entre PSDB e Podemos implode antes de nascer e revela os verdadeiros rumos eleitorais em Pernambuco.
O FIM DE UM NAMORO DE FACHADA

A anunciada união entre PSDB e Podemos não passou de um namoro midiático. A promessa de fusão entre as siglas parecia, desde o início, mais uma encenação política do que um projeto sério de reestruturação partidária. Em Pernambuco, o desenlace já era esperado. A falta de gestos concretos, encontros estratégicos ou alinhamento programático era o prenúncio do que se confirmou agora: cada um seguirá seu caminho nas eleições de 2026. A aliança que nunca existiu entre PSDB e Podemos implode antes de nascer e revela os verdadeiros rumos eleitorais em Pernambuco. Vamos dar uma analisada aqui NA LUPA desta quinta-feira. 

PODERES DEFINIDOS EM PERNAMBUCO
Com as cartas na mesa, os caminhos se desenham com nitidez. O PSDB pernambucano, sob comando do deputado estadual e presidente da Alepe, Álvaro Porto, já definiu seu alinhamento com João Campos (PSB), atual prefeito do Recife e favorito na disputa ao governo estadual. Álvaro, que buscará o quarto mandato em 2026, também prepara o lançamento do filho, Gabriel Porto, como candidato a deputado federal. O movimento confirma que o PSDB usará sua estrutura para fortalecer o projeto socialista em Pernambuco.

PODEMOS DE MARCELO GOUVEIA COM RAQUEL LYRA
Enquanto isso, o Podemos está sob controle de Marcelo Gouveia, ex-prefeito de Paudalho, aliado de primeira hora do ex-deputado federal Ricardo Teobaldo. Ambos têm trânsito direto com a presidente nacional da legenda, a deputada Renata Abreu, e preparam uma campanha robusta para a reeleição da governadora Raquel Lyra (PSDB). Gouveia já conta com o apoio de ao menos 15 prefeitos, o que dá ao Podemos musculatura para brigar por cadeiras na Câmara Federal.

A ENGENHARIA QUE NÃO SE ENCAIXA
A tentativa de fusão ou incorporação entre os partidos até poderia ter alguma lógica em outros estados, mas em Pernambuco não passou de peça publicitária. A inexistência de unidade entre as bases e a ausência de uma estratégia conjunta sempre foram obstáculos intransponíveis. Os líderes locais jamais sentaram para desenhar um projeto coeso, e agora a narrativa se esfarela.

CONVERSAS EM BRASÍLIA: A TAL MEGA FEDERAÇÃO
No Congresso Nacional, ainda circulam especulações sobre uma possível federação entre MDB, Republicanos e PSDB. Mesmo que essa costura se concretize, o cenário em Pernambuco não será alterado. As três legendas já estão no campo de João Campos e caminham com ele, independentemente das siglas que integrem. O movimento é mais simbólico do que prático, servindo muito mais à narrativa nacional do que à realidade estadual.

ALINHAMENTOS CLAROS PARA 2026
O xadrez político pernambucano começa a tomar forma com clareza. De um lado, João Campos atrai siglas tradicionais, como o PSDB de Álvaro Porto e o MDB. Do outro, Raquel Lyra busca rearticular sua base, agora com o reforço do Podemos e de lideranças do interior. A disputa deve ser polarizada, com pouca margem para candidaturas alternativas.

MARKETING POLÍTICO VERSUS REALIDADE
A política brasileira é movida, muitas vezes, por estratégias de marketing que visam mais a exposição midiática do que a efetividade eleitoral. O caso PSDB-Podemos é um exemplo clássico. Anúncios vazios, reuniões sem propósito e especulações jogadas à imprensa serviram apenas para manter as legendas nos holofotes. Quando chegou a hora da definição, restou a verdade: o acordo nunca existiu.

O RESTO É SÓ RESTO
No fim das contas, como diz o ditado popular, “o resto é só resto”. A política brasileira continua refém de arranjos oportunistas, ensaios sem roteiro e alianças que duram o tempo de uma manchete. PSDB e Podemos seguirão caminhos distintos. O eleitor, atento, começa a entender que por trás de muitas declarações de unidade, o que existe mesmo é o velho e conhecido fingimento político. Em Pernambuco, pelo menos, os rumos agora estão bem claros — e os bastidores, completamente expostos. É isso aí.

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