sábado, 28 de junho de 2025

COLUNA POLÍTICA – NA LUPA 🔎- POR EDNEY SOUTO

QUEM QUER SER DEPUTADO DEVE ESCOLHER BEM O PARTIDO
MATEMÁTICA, NÃO EMOÇÃO

No jogo eleitoral para deputado estadual ou federal, a paixão não pode superar a razão. Muitos nomes promissores naufragaram por erros estratégicos. Em 2022, por exemplo, o ex-prefeito Delegado Rossine, Rebeca Lucena, Davi Muniz e outros que tiveram uma votação expressiva, mas, por estar no PSB, Solidariedade de Marília Arraes e Eduardo da Fonte, acabaram fora do páreo. É verdade que nesses casos aí era  inimaginável que as siglas não os elegessem. O mesmo ocorreu com muitos que tiveram performance competitiva, mas amargaram a suplência. Não adianta ter voto e errar na legenda em 2026. Por isso é hora de caneta, papel e calculadora nas mãos. Vamos dar uma analisada aqui NA LUPA deste sábado. 

AS ARMADILHAS DA PROPORCIONALIDADE
A eleição proporcional no Brasil é um terreno minado para os desavisados. Votos não são apenas pessoais – são somados aos das “caudas”. E muitas vezes quem menos vota se elege às custas de quem mais vota. O caso de deputado do PSB é emblemático: mesmo como 4º suplente, acabou assumindo mandato. Portanto, entender a engenharia das coligações e o papel das “buchas de canhão” é essencial. Sem elas, ninguém se elege – mas elas, por sua vez, quase nunca se elegem.


QUEM JÁ FICOU A VER NAVIOS
O histórico recente está cheio de candidatos com bom desempenho que ficaram fora da festa. O então deputado federal Daniel Coelho é um caso clássico. Com forte capital político, escolheu mal a legenda e ficou pelo caminho. Em 2022, muitos outros exemplos ilustram esse erro comum. É como treinar uma vida inteira para uma olimpíada e tropeçar no bloco de partida. Partidos errados são âncoras em vez de trampolins. Ancoras afundam e trampolins projetam para cima.  


O QUOCIENTE COMO BARREIRA REAL
A realidade é clara: para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, o coeficiente gira em torno de 100 mil votos. Para a Câmara dos Deputados, a marca pode chegar a 200 mil. Quem não leva isso em conta, vive de ilusão. Não existe milagre. O eleitor não distribui votos por compaixão, mas por estratégia, carisma, estrutura e presença. A legenda certa pode transformar uma votação mediana em vitória; a errada, transformar uma grande votação em frustração.

AS SIGLAS EM ASCENSÃO
Embora o PSB ainda seduza por causa das “caudas”, outras legendas vêm se tornando mais competitivas. PSD, Podemos e Avante estão se estruturando melhor. Essas siglas entenderam que para eleger seus candidatos, precisam ter puxadores e “buchas” na medida certa. E mesmo que essas buchas sejam esquecidas pós-eleição – um drama silencioso da política – sua função no jogo é vital. Quem ignora isso se perde no caminho.

A LÓGICA INJUSTA DAS CAUSAS

Os “puxadores de voto” de antigamente, como Miguel Arraes e até figuras folclóricas como Tiririca, já não existem na mesma força. Hoje, o fenômeno é mais difuso. E com isso, os partidos dependem mais da soma estratégica de votos do que de estrelas que explodam nas urnas. O pragmatismo domina: menos carisma, mais contabilidade. Os tempos das causas ideológicas ficaram para trás. O eleitor médio hoje se move por promessas imediatas, não por sonhos de longo prazo. A época da utopia é da ideologia de fato passou, infelizmente a política piorou e muito. Caro leitor, a tendência é piorar cada vez mais, sem subterfúgios. 

O SISTEMA QUE PRECISA MUDAR
Este colunista defende um sistema mais justo: que vença os 49 mais votados para deputado estadual, ponto final. A lógica proporcional virou um campo de distorções, onde o esforço individual é frequentemente derrotado por alianças artificiais. Os partidos montam chapas não para representar ideias, mas para somar votos. E no fim, quem deveria vencer pelo voto direto acaba assistindo a festa da arquibancada. A democracia não deveria ser uma loteria partidária. As regras atuais são feitas para tudo ficar como está. No Congresso Tramita mais uma reforma eleitoral de “mentirinha” pra mudar, deixando tudo exatamente como estar. Ilusão e fantasia para inglês ver, como diz o ditado popular. 

CONSELHO AOS PRÉ-CANDIDATOS: FAÇAM CONTAS!
A temporada de caça a candidatos está aberta. As siglas prometem céu, mar e terra – mas muitos acabarão no inferno eleitoral. O conselho é direto: ouça os experientes, avalie friamente, faça contas. Não existe surpresa em eleição proporcional. Existe planejamento, cálculo, base eleitoral e investimento real. Quem ignora essa equação será apenas mais um na suplência. E quem acerta na sigla, já pode encomendar o terno da posse.
Em 2026, como em todas as eleições anteriores, muitos bons nomes ficarão de fora. Não por falta de voto, mas por erro de legenda. Em tempos de pragmatismo eleitoral, não basta ser bom de urna. É preciso ser bom de planilha. E quem não fizer o dever de casa, infelizmente, continuará batendo na trave. É isso aí. 

Nenhum comentário: