A CHAPA DOS PLANOS DE JOÃO CAMPOS SERÁ TODA DE UMA NOVA GERAÇÃO
UMA NOVA GERAÇÃO NO PALÁCIO
A estratégia já está delineada nos bastidores do PSB: o prefeito do Recife, João Campos, quer chegar ao Palácio do Campo das Princesas com uma chapa que traduza renovação. E isso não apenas no discurso, mas nas figuras escolhidas para compor sua aliança. Segundo fontes confiáveis e próximas da cúpula socialista, a formação ideal já está quase fechada. Silvio Costa Filho (Republicanos) e Marília Arraes (SD) para o Senado, e Miguel Coelho (União Brasil) como vice-governador. Todos, assim como João, fazem parte de uma nova geração que cresceu sob a tutela da velha guarda, mas que agora deseja ocupar seu próprio espaço no tabuleiro estadual. Vamos dar uma analisada NA LUPA desta segunda-feira.
A MÃO INVISÍVEL DE RENATA CAMPOS
Embora longe dos holofotes, Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, continua sendo a peça-chave nas decisões estratégicas do filho. Seu olhar político apurado e sua capacidade de articulação silenciosa fazem dela uma das mais influentes figuras do PSB. É dela, inclusive, a convicção de que a aliança com Silvio, Marília e Miguel representa não apenas renovação estética, mas a possibilidade real de vitória num cenário que exigirá oxigênio político. A chapa não é apenas a de João, é a chapa pensada por Renata.
SILVIO, MARÍLIA E MIGUEL: UMA NOVA TRINCA
Silvio Costa Filho é, hoje, um dos ministros mais bem avaliados do governo Lula, com trânsito livre entre Brasília e Pernambuco. Marília Arraes, apesar das rusgas passadas com o PSB, ressurge como nome popular e carismático, capaz de dialogar com setores que João não atinge sozinho. Já Miguel Coelho traz o peso político do Sertão, onde seu sobrenome ainda é forte. Juntos, representam regiões, perfis e forças complementares. A proposta é simples: uma chapa jovem, moderna e plural. Se vai funcionar nas urnas, é outra história. Mas como narrativa, é poderosa.
Para viabilizar o apoio do MDB, João Campos oferece um pacote que pode interessar — e muito. A primeira suplência de senador na chapa de Marília seria destinada a Paulo Roberto, pai da deputada federal Iza Arruda. Além disso, seriam asseguradas bases eleitorais para Raul Henry e a própria Iza. Em troca, o MDB se comprometeria a dar sustentação formal e estrutural à campanha de João. A proposta foi bem recebida nos bastidores, embora ainda haja resistências internas que precisam ser digeridas. A fome por espaço é grande e o prato servido precisa saciar todos os apetites.
EDUARDO DA FONTE: O ELEMENTO INDEFINIDO
Se há uma peça que ainda não se encaixou no quebra-cabeça, essa peça é Eduardo da Fonte. Líder do PP em Pernambuco e com um capital eleitoral relevante, Da Fonte é um aliado estratégico, mas também um complicador. Ele deseja protagonismo e espaço — e sua exclusão do núcleo duro da chapa pode causar fissuras. João sabe disso. Por isso, há quem diga que o PP será compensado com espaços administrativos ou federais. O problema? Eduardo quer palco, não bastidores. E essa equação segue sem solução definitiva. Porem Eduardo da Fonte é neste e um dos mais inteligentes políticos que essa geração pernambucana produziu. Ele sabe bem o desfecho do que lançou no ar. Quem viver verá!
O FATOR HUMBERTO COSTA: IMPASSE OU RUPTURA, DESCARTE FINAL NO PT
Humberto Costa, o senador do PT, é um dos entraves mais espinhosos da composição. O PSB, especialmente João, não quer Humberto na chapa. A relação entre ambos é fria — e nos bastidores, João considera Humberto um entrave à renovação. Mas o petista não dá sinais de que aceitará sair de cena. Pelo contrário: quer que Lula o imponha na chapa, seja ao Senado ou ao governo. A dúvida agora é se o PT vai bater o martelo a favor de Humberto ou buscará outro caminho. Como diz um estrategista da base: “Só falta combinar com os russos e, claro caro leitor, com os eleitores”. João quer descartar Humberto.
UMA CHAPA COM DISCURSO DE FUTURO, MAIS O FUTURO REPETE O PASSADO
Ao escolher nomes como Silvio, Marília e Miguel, João quer vender uma ideia: o futuro é agora. A mensagem da juventude, do frescor político, da superação das velhas práticas. É claro que todos têm sobrenomes históricos – Arraes, Coelho, Costa – mas todos também buscam se posicionar como versões modernas desses legados. O discurso será baseado em inovação, desenvolvimento sustentável, tecnologia e inclusão. Essa comunicação será o fio condutor da campanha. Se bem articulada, pode capturar o imaginário de um eleitorado cansado da velha política.
A COSTURA FINAL E OS DESAFIOS DE UNIDADE
Com a arquitetura da chapa praticamente desenhada, resta agora o desafio da costura fina. Cada nome agregado à chapa traz consigo apoios, vaidades e exigências. O PSB trabalha para evitar rupturas, mas a insatisfação é inevitável. Há grupos dentro do partido que ainda resistem à presença de Marília, por exemplo. Outros querem mais espaço do que o possível. A arte de compor é também a arte de ceder. João Campos, aos 31 anos, está prestes a comandar uma das mais complexas alianças políticas de Pernambuco. Se conseguir, marcará definitivamente sua entrada no núcleo duro da política nacional. Se falhar, será cobrado por ter ousado demais. João Campos aposta alto em uma chapa que reflete juventude, renovação e força política. A jogada é arriscada, mas tem lógica estratégica. Nos bastidores, o consenso é claro: a eleição de 2026 começa agora. E João quer começar do topo, com os ventos da mudança soprando a seu favor, porém uma jogada errada o vento muda. É isso aí.
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