A construção da nova Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco continua envolta em discussões e incertezas, mas, segundo o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o projeto está garantido enquanto ele permanecer à frente da pasta no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista exclusiva ao Blog do Alberes Xavier e à Rede Pernambuco de Rádios, o ministro reforçou o compromisso com a implantação da unidade em território pernambucano e foi enfático ao afirmar que, mesmo diante dos obstáculos enfrentados, a escolha por Pernambuco permanece firme: “De lá ela não sai, pode até nem começar, mas de Pernambuco ela não sai”.
A unidade será construída no município de Paudalho, na Zona da Mata Norte do estado, e é considerada estratégica para o Exército Brasileiro. A Escola de Sargentos funcionará como um centro de formação militar de alta complexidade, voltado para capacitar e graduar sargentos de carreira, com modernas instalações e estrutura de ponta. O projeto é visto como um divisor de águas tanto para a região, pela perspectiva de investimentos e desenvolvimento econômico, quanto para as Forças Armadas, que pretendem centralizar e modernizar a formação de seus quadros intermediários.
Apesar da expectativa positiva por parte do governo federal e de setores ligados ao desenvolvimento regional, a construção da Escola de Sargentos ainda não foi iniciada. O principal entrave, segundo José Múcio, vem de questões ambientais. O ministro relatou que ambientalistas têm apresentado diversas objeções ao projeto, o que tem dificultado o andamento da liberação das licenças necessárias. “Temos tido reuniões com ambientalistas, que têm criado empecilhos, mas mantenho a esperança de que tudo será destravado”, afirmou.
O impasse gira em torno da preservação de áreas de Mata Atlântica, uma das regiões mais sensíveis ambientalmente do estado, e que fazem parte do terreno escolhido para a obra. Mesmo assim, o Ministério da Defesa mantém o diálogo com órgãos ambientais e outras instâncias do governo para tentar viabilizar o início das obras sem descumprir normas de proteção ambiental. Internamente, no Exército, há pressa: a nova escola é vista como fundamental para o futuro da instituição, com planos de reunir em um único local a formação que hoje ocorre de maneira descentralizada pelo país.
A escolha por Pernambuco foi comemorada pela classe política local e anunciada com grande entusiasmo em 2023, após o estado vencer a disputa com outros concorrentes, como Minas Gerais e o Rio Grande do Sul. A localização estratégica, a proximidade com centros urbanos e logísticos, além da tradição militar da região, foram alguns dos fatores que pesaram na decisão. A promessa de geração de empregos diretos e indiretos também alimenta as expectativas da população de Paudalho e municípios vizinhos.
Embora o cronograma inicial já tenha sofrido atrasos, o ministro reiterou que a construção permanece como prioridade da pasta da Defesa. A obra é tratada como símbolo de prestígio para o estado e como um projeto pessoal do próprio ministro, que é pernambucano. A permanência de José Múcio no cargo é vista, inclusive, como um dos principais garantidores da continuidade do projeto em território pernambucano. Nos bastidores, porém, o clima é de cautela, principalmente diante da burocracia ambiental e da necessidade de articulações políticas mais amplas. Enquanto isso, a expectativa permanece alta, com o terreno reservado, os planos arquitetônicos prontos e um impasse que ainda parece longe do fim.
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