Na véspera do recesso parlamentar, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) viveu um dia de votações intensas que destravaram a pauta e garantiram a aprovação de projetos importantes para o Executivo estadual. Com o plenário cheio e clima de acordo entre as bancadas, foi aprovado o Projeto de Lei nº 2994/2025, que autoriza a abertura de crédito suplementar superior a R\$ 100,5 milhões. O montante tem como principal finalidade o financiamento das festividades juninas em cem municípios pernambucanos, além do reforço orçamentário para o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). Do total liberado, R\$ 50 milhões serão destinados à Empetur, que é responsável pela execução de políticas públicas voltadas ao turismo; R\$ 30 milhões irão para a Fundarpe, que organiza e apoia eventos culturais; e os R\$ 20,5 milhões restantes beneficiarão diretamente as atividades do TCE. A liberação do crédito, aprovada sem grandes resistências, foi interpretada como um gesto de alívio institucional antes do recesso, garantindo o suporte financeiro às festas de São João, especialmente importantes para o interior do estado.
Ainda na mesma sessão, a Alepe aprovou outro projeto estratégico do governo: a criação de cinco novos batalhões da Polícia Militar. A proposta passou pelas comissões de Justiça, Administração Pública e Segurança Pública na manhã da terça-feira e foi levada ao plenário no turno da tarde, onde também recebeu sinal verde. O projeto prevê a instalação do 27º BPM em Goiana, na Mata Norte; do 28º BPM em Bezerros, no Agreste Central; e do 29º BPM em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. Além disso, serão implantados o 3º Biesp em Arcoverde, no Sertão do Moxotó, e o 4º Biesp em Barreiros, na Mata Sul, fortalecendo o aparato de segurança pública em regiões estratégicas do estado. A medida é parte do esforço do governo para descentralizar e modernizar o policiamento, oferecendo uma resposta mais ágil aos crescentes desafios da segurança nas regiões contempladas.
Apesar das aprovações, o clima na Casa não é de plena satisfação. O deputado estadual Antonio Moraes (PSDB) avaliou que o semestre legislativo foi aquém do esperado e alertou para o risco de um segundo semestre ainda mais conflituoso, devido ao acirramento político. Segundo ele, é fundamental que os deputados coloquem os interesses do estado acima das disputas eleitorais e trabalhem para garantir avanços concretos. Moraes fez um apelo por mais diálogo e menos polarização, pedindo que os “palanques sejam desarmados” em nome da governabilidade. Já o líder da oposição, deputado Diogo Moraes (PSB), reconheceu que os debates tendem a se intensificar, mas negou que o fator eleitoral seja o principal causador das tensões. Para ele, as divergências em torno de temas como o empréstimo solicitado pelo Executivo, a suplementação orçamentária e a nomeação de novo gestor para Fernando de Noronha são naturais e refletem questões puramente administrativas. Ele pontuou que o calendário eleitoral influencia o clima político, mas não deve ser usado como desculpa para falta de planejamento por parte do governo estadual. A última reunião plenária do semestre deve ocorrer nesta quarta-feira, já que na próxima semana o feriado de São João antecipa o início do recesso oficial da Alepe, previsto para começar no dia 30.
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