REBECA LUCENA DEVE DISPUTAR VAGA NA ALEPE PELO PODEMOS

O cenário político pernambucano começa a ganhar forma para as eleições de 2026 com o anúncio da pré-candidatura de Rebeca Lucena à Assembleia Legislativa do Estado. O movimento é articulado por Marcelo Gouveia, um dos líderes do Podemos em Pernambuco e presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), que tem apostado na construção de nomes competitivos para reforçar a presença da legenda no Parlamento estadual. Rebeca é uma figura já conhecida do eleitorado evangélico e das pautas sociais. Filha do pastor Roberto José, presidente da Assembleia de Deus em Abreu e Lima, ela aposta na força da fé e da sua base religiosa como motor principal da sua campanha. Em 2022, disputou uma vaga na Alepe pelo PL e, mesmo sem se eleger, obteve 24.140 votos, ficando como primeira suplente. Já havia tentado uma cadeira em 2018, pelo Progressistas. Sua trajetória mostra consistência eleitoral e fidelidade a um segmento que tem demonstrado força crescente nas urnas.

A pré-candidatura de Rebeca surge em um momento estratégico para o Podemos, que ainda não conta com representantes na Assembleia Legislativa de Pernambuco, tampouco na Câmara dos Deputados. Marcelo Gouveia, ex-prefeito de Paudalho, tem buscado reestruturar e fortalecer o partido no estado. A legenda é comandada por uma tríade de peso: além do próprio Gouveia, estão à frente o ex-deputado federal Ricardo Teobaldo e o ex-senador Armando Monteiro Neto, figuras com experiência e influência nos bastidores da política pernambucana. Com essa composição, o Podemos tenta ocupar espaços que ainda lhe são escassos no cenário estadual.

O fortalecimento da legenda tem sido visível nas eleições municipais de 2024, quando o partido conseguiu ampliar significativamente sua atuação em Pernambuco. Foram eleitos prefeitos em oito cidades, além de um crescimento expressivo no número de vereadores: 165% a mais do que em 2020, segundo dados do próprio partido. Esse avanço municipal pode se traduzir em maior musculatura eleitoral para 2026, facilitando a construção de campanhas mais robustas e enraizadas nas bases locais.

Mesmo contando com o apoio do irmão, o deputado estadual Gustavo Gouveia, filiado ao Solidariedade e primeiro-cavalheiro de Carpina, Marcelo ainda não conseguiu eleger um deputado estadual próprio do Podemos. Isso torna a pré-candidatura de Rebeca uma prioridade estratégica, não apenas por sua viabilidade, mas também por representar a chance concreta de colocar, pela primeira vez, um nome da sigla na Alepe. Além disso, com Marcelo ventilando a possibilidade de disputar uma vaga na Câmara Federal, a montagem de palanques regionais e candidaturas proporcionais pode ampliar a capilaridade do partido durante o período eleitoral.

O envolvimento de Rebeca Lucena com projetos sociais e sua atuação voltada à defesa da família e da moral cristã ressoam entre os evangélicos, segmento que vem se tornando cada vez mais decisivo no cenário político brasileiro. Seu nome aparece como uma aposta para consolidar essa representatividade dentro da Assembleia. O apoio institucional de lideranças evangélicas como o pai, pastor Roberto José, deve ser um dos pilares da sua campanha. O desafio, no entanto, será ampliar sua visibilidade fora da esfera religiosa, disputando votos com candidaturas que possuem maior inserção nos grandes centros urbanos e nas regiões mais densamente povoadas do estado. Nesse xadrez político, a movimentação de Marcelo Gouveia ao lançar Rebeca Lucena se insere como mais uma tentativa de consolidar o protagonismo do Podemos no tabuleiro eleitoral de Pernambuco.