sábado, 14 de junho de 2025

SEM ACORDO PELO COMANDO, PSDB E PODEMOS ENCERRAM ACORDO DE FUSÃO

A esperada fusão entre PSDB e Podemos, que vinha sendo articulada desde o início de 2025 como uma tentativa de reorganizar o campo do centro político brasileiro, foi oficialmente suspensa após um impasse em torno da presidência da legenda unificada. Segundo fontes ouvidas pelo Poder360, a principal divergência girou em torno da proposta do Podemos de comandar o novo partido por um período de quatro anos, condição considerada inaceitável pela cúpula tucana, que defendia um modelo de gestão compartilhada. A proposta do PSDB previa inicialmente um rodízio semestral na presidência, que depois foi flexibilizado para um revezamento anual, mas mesmo assim não houve acordo.

A articulação vinha sendo tratada como uma resposta à fragmentação do centro democrático, diante do avanço de polos mais radicais no espectro político. Em 5 de junho, a convenção nacional do PSDB aprovou com ampla maioria a fusão com o Podemos: foram 201 votos a favor e apenas 2 contrários. O gesto foi interpretado como uma sinalização clara da disposição dos tucanos em viabilizar o novo projeto, mesmo diante de resistências históricas internas. No entanto, a exigência do Podemos em assumir a presidência por quatro anos foi interpretada por integrantes do PSDB como um movimento de imposição, que rompia com a lógica de paridade e cooperação que se pretendia estabelecer.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, confirmou a suspensão das negociações, destacando que, apesar do recuo na fusão, o partido seguirá empenhado em construir uma aliança ampla de centro. “A ideia de uma fusão ou incorporação entre PSDB e Podemos neste momento está suspensa por conta de divergências relacionadas ao comando da nova legenda. Por outro lado, seguimos insistindo na ideia de construir uma plataforma política que agrupe o Centro Democrático e apresente ao país uma alternativa de poder”, afirmou.

Nos bastidores, lideranças políticas dos dois partidos demonstravam entusiasmo com a fusão, especialmente por enxergarem nela uma possibilidade concreta de reconquistar protagonismo no cenário nacional. A união das duas siglas garantiria não apenas uma bancada mais robusta no Congresso, mas também maior capilaridade nas disputas municipais e estaduais, com reflexo direto nas eleições de 2026. A fusão, ao contrário da federação, é definitiva: os partidos deixam de existir separadamente, passam a ter CNPJ unificado, estatuto único e diretórios integrados, o que exige concessões profundas e um elevado grau de alinhamento político e estratégico.

A frustração dos tucanos, que abriram mão de resistências internas para aprovar a fusão, tornou-se evidente com a retirada do Podemos da mesa de negociação. A movimentação também revela as dificuldades enfrentadas por forças de centro para se unirem num momento em que a política nacional se encontra polarizada. Apesar de manterem diálogo, PSDB e Podemos agora seguem caminhos paralelos, enquanto observam o redesenho do tabuleiro eleitoral e buscam novas alternativas de aliança para os próximos anos.

Nenhum comentário: