Edson Bernardo de Lima, mais conhecido como Edson Café, ex-músico do grupo Raça Negra, morreu aos 69 anos em São Paulo, após ser encontrado desacordado em uma via pública na capital paulista. O artista, que marcou uma geração ao tocar violão nos anos de ouro do conjunto de pagode, vivia em situação de rua e enfrentava sérios problemas de saúde e dependência química. A morte de Edson foi registrada como suspeita pela Polícia Civil, que abriu inquérito para investigar as circunstâncias do falecimento. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, ele foi socorrido no dia 31 de maio e levado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde acabou não resistindo. O corpo foi encaminhado ao IML Leste e liberado à família após a realização de exames periciais. Edson participou da fase mais emblemática do Raça Negra, contribuindo para o sucesso de hits que ecoaram nas rádios e bailes dos anos 1990. No entanto, um acidente vascular cerebral o afastou da carreira musical, após perder os movimentos dos braços, impedindo-o de continuar nos palcos. O afastamento, somado a problemas pessoais, o empurrou para uma trajetória de sofrimento longe dos holofotes. Nos últimos anos, Edson passou a viver nas ruas, enfrentando o abandono e o esquecimento por parte da indústria que um dia o consagrou. Mesmo afastado da mídia, era lembrado por fãs que ainda reconheciam seu papel na construção da sonoridade do pagode romântico. A morte de Edson levanta reflexões sobre os destinos trágicos de artistas que, após alcançarem a fama, enfrentam o silêncio e a invisibilidade. Seu nome ressurge agora não pelo retorno aos palcos, mas pelo lamento de uma despedida marcada pela solidão e pela dureza das ruas.
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