A fala de Anderson foi além do discurso oposicionista tradicional. Ele procurou reforçar que a direita, sob a liderança do PL, é quem ditará o rumo do jogo político em Pernambuco e no Recife, apostando no peso eleitoral da base conservadora. “O voto de direita é que define a eleição tanto no Pernambuco como em Recife. É matemática”, afirmou, de maneira categórica, dando o tom do que pode vir a ser uma estratégia de polarização para as próximas eleições. O partido, que já ensaia os primeiros passos da campanha para o Senado, vive ao mesmo tempo um momento de ascensão e tensão. A pré-candidatura do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, vem sendo motivo de embate interno e o próprio Anderson não escondeu seu incômodo ao falar sobre “projetos pessoais que se sobrepõem ao coletivo partidário”.
As críticas acenderam um alerta no grupo de Gilson Machado. Seu filho, o vereador do Recife Gilson Filho, rebateu prontamente, defendendo a trajetória do pai e classificando as declarações como desrespeitosas, em especial num momento delicado após recentes episódios judiciais enfrentados pelo ex-ministro. O jovem parlamentar ainda defendeu a possibilidade de o PL lançar dois nomes ao Senado, revelando que as divergências internas, até aqui sutis, tendem a ganhar corpo. Apesar do cenário de tensão, Anderson Ferreira não esconde que segue como uma peça-chave no xadrez da sucessão estadual. Ao afirmar que "ainda estou aqui", ele deixou claro que sua presença nas urnas em 2026 está longe de ser descartada e que, até lá, o protagonismo da direita em Pernambuco passará, inevitavelmente, pelas mãos do PL.
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