quarta-feira, 9 de julho de 2025

MÉDICO PRESTA DEPOIMENTO SOBRE NAUFRÁGIO EM SUAPE QUE MATOU ADVOGADA MARIA EDUARDA

O médico urologista Seráfico Pereira Cabral Júnior, de 55 anos, prestou depoimento na tarde desta terça-feira (8) na Delegacia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. Ele é uma das principais testemunhas e também protagonista do caso que resultou no naufrágio de uma embarcação em Suape, no último dia 21 de junho, acidente que terminou com a trágica morte de sua namorada, a advogada Maria Eduarda Medeiros, de 38 anos. O corpo da vítima foi localizado após quatro dias de intensas buscas feitas por equipes de resgate. O animal de estimação que acompanhava o casal, uma cadela pertencente a Maria Eduarda, não foi encontrado.

Seráfico, que pilotava o barco no momento do acidente, chegou à delegacia acompanhado de sua advogada, Giselle Hoover, e evitou contato com a imprensa. A oitiva do médico foi conduzida pela equipe da Polícia Civil responsável pela apuração do caso, que ainda está em andamento. O advogado de defesa, Ademar Rigueira, afirmou que o depoimento transcorreu dentro da “normalidade esperada” e que seu cliente respondeu a todas as perguntas formuladas pela autoridade policial, reforçando seu compromisso de colaborar com as investigações.

Segundo a versão apresentada pela defesa, o casal saiu para velejar em uma área considerada “extremamente protegida”, com profundidade estimada em cerca de 1,5 metro. Durante a navegação, Seráfico teria enfrentado dificuldades ao tentar fazer uma curva, momento em que a embarcação perdeu força, foi empurrada pelo vento e acabou virando. De acordo com os relatos, os dois permaneceram juntos por cerca de duas horas após o naufrágio, tentando resistir à força da maré nas proximidades do paredão do Porto de Suape.

Em depoimento anterior à imprensa, o advogado Ademar Rigueira havia detalhado a dinâmica do acidente, afirmando que, ao se aproximarem das pedras, Seráfico alertou a companheira para tentar se agarrar no paredão caso fossem empurrados pela correnteza. O médico só teria perdido o contato visual com Maria Eduarda após bater com a testa violentamente contra o paredão. A partir desse momento, não viu mais a namorada nem a cadela. A pancada o deixou atordoado, e ele foi posteriormente resgatado com vida. A tragédia causou grande comoção nas redes sociais e entre colegas da vítima, que era conhecida no meio jurídico pernambucano.

A Polícia Civil segue analisando os elementos reunidos, entre depoimentos, laudos e registros do local do naufrágio. A expectativa é de que as investigações avancem nos próximos dias, à medida que novos detalhes forem apurados e eventuais responsabilidades definidas.

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