No Cais do Sertão, Oficina Participativa discute a construção do Plano Nacional de Arborização Urbana
Evento reuniu atores voltados à temática da arborização urbana para auxiliar na elaboração do plano nacional, que será apresentado na COP30, em novembro
Pernambuco recebeu, durante toda essa sexta-feira (4), a 4° Oficina Participativa para construção do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com apoio técnico do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade. O encontro reuniu integrantes do poder público municipal, estadual e federal, membros de conselhos, especialistas e apoiadores ligados à temática no Cais do Sertão, na área central do Recife, para auxiliar na formulação do plano. A mesa-diretora do evento, que abriu a discussão, contou com a presença do secretário estadual de Meio Ambiente, Daniel Coelho, do secretário executivo do ICLEI na América do Sul, Rodrigo Perpétuo, do analista ambiental do MMA, Salomar Mafaldo, do reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Josenaldo Tonholo, e da presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), Ana Lícia Patriota, além do representante da Prefeitura do Recife.
O principal objetivo do evento foi elaborar contribuições, estratégias, ações e diretrizes que ajudarão a nortear a modelagem do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), que será apresentado, oficialmente, na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Pará, no próximo mês de novembro. Realizadas em todas as cinco regiões do país (a do Nordeste sendo, na ocasião, em Pernambuco), as oficinas participativas regionais são fundamentais para a compreensão, por parte dos participantes, dos desafios enfrentados no âmbito local, elencando os gargalos, as dificuldades e os possíveis caminhos que podem ser traçados para contornar os empecilhos.
O secretário Daniel Coelho, durante a sua contribuição no evento, fez uma breve contextualização da problemática da falta de arborização, enfatizando que as comunidades mais afastadas dos grandes centros urbanos estão, também devido à falta de uma agenda que priorize uma arborização urbana ampla, mais vulneráveis à mudança do clima e aos impactos trazidos por esse desequilíbrio ambiental.
“O meio ambiente urbano é tão meio ambiente quanto a área preservada, as áreas de mar e as áreas de preservação. Por isso, a importância da gente discutir a arborização urbana como um todo. Grande parte dos contratempos que nós vemos nos grandes centros urbanos são ocasionados pela falta de arborização e de um plano norteador para ela. A pauta ambiental tem que ser transversal e a gente tem que trabalhá-la especialmente olhando os seus aspectos sociais”, ressaltou o secretário.
O gestor, ao citar as determinações da governadora Raquel Lyra na pauta ambiental, destacou o decreto ‘Plantar Juntos Cidades Verdes’, lançado no Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano. A iniciativa determina que todas as obras públicas urbanas no âmbito estadual deverão trabalhar com o plantio de mudas nativas juvenis (já contando com alturas médias entre 2,5 e 3,5 metros). A medida foi promulgada para impulsionar o índice de arborização urbana em espaços públicos e, consequentemente, auxiliar no conforto térmico, diminuição da temperatura média, das ilhas de calor e no sombreamento urbano.
“Esse encontro que estamos tendo aqui é essencial porque a atividade presencial nos humaniza, e esse é o caminho da construção coletiva que fazemos aqui no processo participativo de edificação do PlaNAU. Estamos iniciando aqui um longo período de transição ambiental. As diretrizes, propostas e estratégias que sairão daqui são um pontapé para uma mudança imprescindível para o bem-estar geral", pontuou Rodrigo Perpétuo, secretário executivo do ICLEI na América do Sul.
Para formular as estratégias, o evento dividiu , posteriormente, os participantes em quatro Grupos de Trabalho (GT’s) menores que discutiram subtemas e elaboraram, cada um, as propostas que foram apresentadas no plenário do evento. Os eixos abordaram as subtemáticas ‘Mecanismos de financiamento e incentivos públicos’, ‘Cadeia produtiva expansão da arborização’, ‘Orientações, normativas, capacitação técnica e medidas compensatórias’ e ‘Biodiversidade, pesquisa, educomunicação e monitoramento’.
“Esse plano nacional, com a participação nas cinco regiões, vai ser extremamente saudável e enriquecedor, além de contar com os mais diferentes meios e tipologias florestais que envolvem o nosso estado. Nós precisamos ter esse conhecimento de saber onde e como plantar e saber como cuidar e fazer o manejo correto. Tudo isso para uma arborização que traz inúmeros benefícios para o meio ambiente e a saúde humana já conhecidos pela ciência”, acrescentou Ana Lídia Patriota, presidente da SBAU.
Sobre o Plano Nacional de Arborização Urbana
A construção participativa do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU) faz parte do Programa Cidades Verdes Resilientes (PCVR) e é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), realizada em parceria com a Universidade Federal do Alagoas (UFAL) e implementada pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade. Também conta com o apoio de instituições de ensino e pesquisa, da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), do Fórum de Secretários(as) de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras (CB27), da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), do Conselho Federal de Biologia (CFBio), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e dos governos municipais de Campinas, Manaus, Curitiba, Recife e Campo Grande, bem como dos governos estaduais de São Paulo, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.
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