Raquel Lyra amplia articulação política e prepara PSD para protagonismo nas eleições de 2026 em Pernambuco
Nesta segunda-feira, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, dá mais um passo estratégico em sua jornada rumo à consolidação política para 2026, ao presidir pessoalmente a filiação da professora Andrea Medeiros ao PSD. Esposa do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, Andrea é pré-candidata a deputada estadual e passa a representar um dos principais nomes da Região Metropolitana no projeto eleitoral da governadora. O ato político marca não apenas a entrada de uma liderança local de peso no PSD, mas simboliza o início de uma nova fase de articulação: a montagem das chapas proporcionais do partido que Raquel Lyra pretende transformar em uma das principais forças eleitorais do estado.
Ao assumir o protagonismo na reestruturação do PSD em Pernambuco, Raquel reforça sua estratégia de fortalecer as bases para sua candidatura à reeleição. A governadora já surpreendeu o meio político ao atrair dezenas de prefeitos para a legenda nos últimos meses, contrariando previsões céticas que duvidavam de sua capacidade de persuasão. Nos bastidores do Palácio do Campo das Princesas, a avaliação é de que o momento agora exige foco na atração de nomes competitivos para as disputas proporcionais de 2026, tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara dos Deputados. A meta é ambiciosa: eleger entre 10 e 15 deputados estaduais e alcançar de 5 a 8 cadeiras na bancada federal — algo inédito para a governadora, que em 2022, quando ainda estava no PSDB, viu apenas três deputados estaduais eleitos em sua coligação e nenhum federal.
Essa nova fase do projeto político de Raquel passa não apenas pela estruturação do PSD, mas também pela construção de uma frente partidária que a apoie diretamente em 2026. Além do PSD, outras siglas já orbitam em torno do núcleo do Governo, como o PP, que projeta alcançar dez cadeiras estaduais, o Podemos, que mira entre cinco e seis vagas, e o Avante, com expectativa de eleger de dois a três deputados estaduais. A convergência desses partidos em torno da liderança de Raquel Lyra visa criar uma base política sólida, não apenas para garantir a governabilidade no segundo mandato, mas para disputar com peso as eleições federais e estaduais.
Na Região Metropolitana do Recife, o PSD começa a consolidar seus quadros. Além de Andrea Medeiros, destaca-se a iminente filiação de César Ramos, filho da prefeita de Igarassu, Elcione Ramos, que também será candidato a deputado estadual. Outro nome confirmado é o do vereador Felipe Nascimento, marido da prefeita de Camaragibe, Mirella Almeida, igualmente cotado para a Assembleia Legislativa. O ex-prefeito de Olinda, professor Lupércio, permanece no partido e prepara-se para disputar uma vaga na Câmara Federal, contribuindo com sua base eleitoral consolidada na RMR.
Na atual legislatura da Alepe, alguns dos principais nomes da base governista estão prontos para migrar ao PSD assim que for aberta a janela partidária. Os deputados estaduais Débora Almeida, Izaías Régis, Joãozinho Tenório, Socorro Pimentel e Romero Sales Filho já são considerados nomes certos nas novas fileiras da legenda. A deputada Socorro pode ser deslocada para disputar vaga na Câmara Federal, enquanto seu esposo, o ex-prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel, voltaria à cena política como candidato à Assembleia Legislativa. Essa possibilidade de alternância entre os dois cargos está sendo cuidadosamente avaliada dentro do grupo político da Sertão do Araripe.
A composição da futura bancada federal do PSD também vem sendo construída com movimentos silenciosos, mas estratégicos. Como o partido ainda não conta com representantes na Câmara dos Deputados por Pernambuco, Raquel Lyra passou a dialogar diretamente com parlamentares em exercício, sondando possíveis migrações. Entre os nomes mais comentados estão o ex-ministro Mendonça Filho (UB), o deputado federal Junior Uchoa (União Brasil) e Clodoaldo Magalhães (PV), todos com densidade eleitoral relevante em suas regiões. A eles pode se somar o atual ministro da Pesca, André de Paula, presidente estadual do PSD, que também se movimenta para disputar novamente uma cadeira na Câmara Federal, após não ter sido eleito em 2022.
Nos bastidores, a leitura é de que o ritmo de filiações e movimentações partidárias tende a se intensificar até o final do ano. Apesar de muitas lideranças políticas ainda estarem em compasso de espera, avaliando o cenário e calculando chances reais de eleição, há consenso entre os aliados da governadora de que ela demonstrou força política e que seu projeto tende a crescer à medida que os espaços forem definidos. Como observou um deputado governista, os pré-candidatos estão agora em busca de portos seguros, e o PSD, sob a liderança direta de Raquel Lyra, começa a se apresentar como uma das embarcações mais estáveis para atravessar as eleições de 2026.
A estratégia de Raquel, segundo aliados, combina ação e tempo político: ela não apenas conquistou musculatura com o apoio de prefeitos e prefeitas, mas agora volta seus esforços para formar uma base eleitoral competitiva e de confiança. A montagem das chapas proporcionais é vista por sua equipe como essencial para garantir não apenas representação, mas lealdade nas votações e no fortalecimento do seu segundo governo. O que se desenha, portanto, é uma engrenagem em construção — com prefeitos, deputados, lideranças regionais e aliados nacionais — que deve colocar Raquel Lyra no centro do tabuleiro político pernambucano nos próximos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário