quinta-feira, 21 de agosto de 2025

COLUNA POLÍTICA | ALEPE | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

PERNAMBUCO QUER SABER SE A DENÚNCIA CONTRA DANI PORTELA PROCEDE OU NÃO
UMA SEMANA TURBULENTA NA ALEPE

A política pernambucana vive dias intensos. O centro das atenções é a Assembleia Legislativa, que foi palco de um episódio inusitado e ruidoso: uma denúncia anônima contra a deputada Dani Portela (PSOL) ganhou contornos públicos e, em meio às revelações, deixou a população com uma pergunta direta e inquietante: a acusação é verdadeira ou não? A narrativa que começou sob sigilo ganhou corpo, nomes e um enredo que mistura embate político, disputa de versões e suspeitas de quebra de protocolos. Vamos olhar aqui NA LUPA. 

A DENÚNCIA E O SEU CONTEÚDO
O que está em jogo não é pequeno. Segundo o documento anônimo que chegou aos órgãos  de fiscalização e controle, a parlamentar teria contratado, por meio de recursos públicos, uma empresa ligada a um familiar de seu esposo. A gravidade da acusação é evidente: se confirmada, atinge diretamente a credibilidade de uma deputada que construiu sua carreira com o discurso de ética, fiscalização e defesa da transparência. É justamente esse choque entre discurso e prática que gera maior comoção na opinião pública.

QUEM ESTÁ POR TRÁS DO ANONIMATO
O sigilo da denúncia, garantido pela legislação, caiu por terra na tribuna da Alepe. O presidente da Casa, deputado Álvaro Porto, revelou que o autor do documento era Manoel Medeiros, jornalista e atual secretário-executivo de Políticas Estratégicas do Governo do Estado. A revelação abriu uma nova frente de discussão: teria a Alepe extrapolado seus limites ao investigar a identidade do denunciante? Medeiros, em nota, afirmou que agiu como cidadão, fora do expediente e que não usou meios públicos para fazer a denúncia e ainda acrescentou que não se intimidará e pediu proteção policial para si e para sua família.

O EMBATE POLÍTICO SE INTENSIFICA
A revelação não apenas expôs um denunciante, mas também inflamou os ânimos entre governo e oposição. Se antes a denúncia parecia um caso administrativo e interno, agora é um conflito que escancara os bastidores da política estadual. A narrativa se divide: de um lado, Dani Portela, que se diz vítima de perseguição política; de outro, um denunciante que se vê acuado pela quebra do anonimato e pela exposição pública de seu nome. Afinal como se faz uma denúncia anônima e o sigilo não é sigilo? No meio, uma opinião pública que observa e exige respostas.

O PAPEL DE DANI PORTELA
Dani Portela construiu sua trajetória política no PSOL, marcada pelo enfrentamento ao sistema tradicional e pela defesa de pautas progressistas. Por isso, a denúncia causa tanto barulho. Seus adversários encontram um prato cheio para questionar sua coerência, enquanto aliados tentam relativizar o episódio, destacando que até agora não há provas conclusivas. Para a deputada, o momento é de resistência: precisa manter sua base mobilizada, dar respostas claras e evitar que a narrativa de suspeita corroa sua imagem pública.

O QUE PESA PARA O GOVERNO
O fato de o denunciante ser um integrante do Governo do Estado também coloca a gestão em uma posição delicada. A oposição aponta uma possível tentativa de instrumentalização da máquina para atacar parlamentares. Já o governo nega qualquer articulação e reforça que o episódio é fruto de uma iniciativa individual de um servidor. De toda forma, o Palácio não consegue se manter distante: a revelação trouxe o Executivo para o centro do furacão, mesmo que involuntariamente.

A EXPECTATIVA DA OPINIÃO PÚBLICA
No fim das contas, o que importa para o cidadão pernambucano é saber se a denúncia procede. A quebra do anonimato, os pedidos de proteção e o desgaste político são acessórios diante da questão central: houve ou não favorecimento indevido? A população quer transparência, quer provas, quer respostas que não deixem margem para dúvidas. Sem isso, cresce a sensação de que a política estadual está mais preocupada em encenar batalhas do que em esclarecer fatos concretos.

A RESPOSTA QUE PRECISA VIR
A política vive de narrativas, mas sobrevive de credibilidade. Neste momento, Dani Portela precisa de uma resposta institucional, seja para ser inocentada, seja para enfrentar as consequências de um erro. A Alepe, por sua vez, precisa garantir que o processo seja conduzido com rigor, sem perseguições, mas também sem blindagens. Pernambuco quer e merece uma resposta. Até que ela venha, a denúncia continuará pairando como uma sombra sobre a deputada, sobre a Assembleia e sobre o próprio governo estadual.

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