quinta-feira, 14 de agosto de 2025

GESTÃO JOÃO CAMPOS NO OLHO DO FURACÃO

Por Greovário Nicollas

Uma Operação do MPPE investiga suposto esquema de desvios na Prefeitura do Recife.  Isso foi assunto do dia na Capital. O clima político no Recife foi sacudido nesta quinta-feira com o anúncio de uma operação do Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) que investiga um suposto esquema de desvio de verbas envolvendo licitações e pagamentos duplicados em serviços de engenharia. A ação, que se estendeu a diversas cidades, cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, mobilizando equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e agentes da Polícia Civil. Embora o prefeito João Campos (PSB) não tenha sido alvo de nenhum mandado, o impacto político é inevitável. A investigação mira contratos celebrados por órgãos e empresas vinculadas à Prefeitura do Recife, colocando a gestão sob intenso escrutínio.

O alvo da operação ainda não está claro, mas segundo  o MPPE, as apurações apontam para possíveis fraudes em licitações e indícios de pagamentos em duplicidade por serviços de engenharia, prática que, se confirmada, pode configurar crime contra a administração pública e dano ao erário. Documentos, computadores e dispositivos eletrônicos foram apreendidos para análise.  João Campos (PSB) pode sofrer um dano político ainda imprevisível. No campo jurídico, a ausência do nome do prefeito entre os alvos da operação é um dado relevante. No campo político, porém, o simples fato de a ação atingir setores de sua administração é suficiente para gerar desgaste. Em um cenário de pré-eleições, operações dessa natureza têm potencial para alimentar narrativas da oposição e fragilizar a imagem de probidade do gestor.

A Prefeitura do Recife deve se manifestar nas próximas horas. A Procuradoria-Geral do Município declarou que colaborará integralmente com as investigações e reforçou que todos os envolvidos têm direito à ampla defesa e ao contraditório. João Campos, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente, mas aliados já se mobilizam para conter danos e destacar a postura de transparência da gestão. Haverá um efeito a médio prazo, calculam deputados em reserva nos corredores da ALEPE. Historicamente, casos assim têm dois desfechos possíveis: ou se consolidam como crises prolongadas, corroendo a popularidade e a credibilidade do gestor, ou se dissipam com a comprovação da inocência e a responsabilização de agentes secundários. O fator decisivo será a velocidade e a clareza das respostas apresentadas à sociedade.

O Papel do MPPE é cumprir as suas prerrogativas. A operação reforça o papel do Ministério Público como órgão de fiscalização e controle, capaz de alcançar qualquer esfera administrativa, independentemente do peso político de seus ocupantes. Em Pernambuco, investigações desse porte costumam ter repercussão imediata no debate público e no cenário eleitoral. À oposição ao PSB está alerta. Parlamentares da oposição já se articulam para levar o caso às tribunas, solicitando audiências e convocando secretários para prestar esclarecimentos. A narrativa de “prefeitura sob suspeita” deve ganhar espaço nas próximas semanas, principalmente nas redes sociais e programas de rádio de cunho político.

O DESAFIO PARA A GESTÃO

O maior desafio para João Campos será blindar sua imagem e manter a governabilidade enquanto a investigação avança. Mesmo sem envolvimento direto, a gestão sofre o “efeito sombra” de qualquer escândalo. O resultado, positivo ou negativo, só ficará claro nos próximos meses, quando o MPPE concluir a apuração e a opinião pública formar seu juízo.

Especial para o Blog.

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