Antes da deliberação final sobre o empréstimo, os parlamentares derrubaram o substitutivo apresentado por Waldemar Borges, que buscava destinar 50% dos recursos diretamente aos municípios pernambucanos, proposta que havia sido defendida pelo deputado Antônio Coelho. A justificativa da base governista foi de que a sugestão tinha vícios de inconstitucionalidade, argumento sustentado para barrar a mudança. A derrota do substitutivo abriu caminho para a votação do texto original enviado pelo Executivo, que foi aprovado de maneira expressiva.
Chamou atenção a ausência de seis parlamentares, sendo cinco da oposição, incluindo o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, além de Fabrizio Ferraz, único governista que não compareceu. Mesmo assim, a base mostrou articulação e força política ao garantir presença em peso e superar com folga o número mínimo de 25 votos necessários para validar a autorização. O placar elástico demonstrou a capacidade do Governo em mobilizar sua bancada e articular apoios diante da resistência encontrada nos debates prévios.
O projeto havia se tornado um dos principais pontos de conflito entre situação e oposição, estendendo-se por mais de noventa dias em discussões nas comissões e nos bastidores. Durante esse período, os argumentos contrários ao empréstimo destacaram a preocupação com o endividamento do Estado e a falta de garantias sobre a destinação dos recursos, enquanto os defensores da proposta ressaltaram a necessidade do investimento para alavancar obras e serviços em áreas estratégicas como infraestrutura, saúde e educação. A decisão de hoje, entretanto, deixa claro que a governadora conseguiu consolidar maioria consistente e evitar maiores desgastes dentro da Assembleia.
Com a aprovação, o Governo ganha fôlego para executar projetos que dependem de recursos adicionais, enquanto Waldemar Borges se mantém como voz solitária da oposição em um momento que expôs as divisões internas, mas também a força de articulação política da gestão Raquel Lyra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário