“Vamos trabalhar para reeleger o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro, porque eu não quero ser presidente, eu quero ser primeira-dama”, declarou, arrancando aplausos da militância. A fala vai na contramão de especulações recentes que a colocavam como alternativa natural ao ex-presidente, hoje inelegível por decisão da Justiça Eleitoral.
Nos últimos meses, Michelle foi apontada como possível cabeça de chapa para disputar a Presidência, alimentando debates dentro e fora do PL. Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, publicada na última quarta-feira (24), ela chegou a dizer estar pronta para assumir protagonismo político e afirmou que se levantaria “como uma leoa” para defender valores conservadores no Brasil.
A declaração de hoje, no entanto, mostra que a ex-primeira-dama busca consolidar sua imagem como apoiadora fiel e não como postulante direta. Apesar da força de sua retórica e da habilidade de mobilizar a base feminina conservadora, Michelle sinaliza que prefere manter a linha de frente de um projeto político liderado pelo marido.
A estratégia do PL, no entanto, segue cercada de dúvidas. Jair Bolsonaro está inelegível até 2030 e, além disso, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão em processos relacionados a ataques à democracia. Essa condição coloca em xeque a viabilidade da promessa de reeleição feita por Michelle.
Mesmo assim, a ex-primeira-dama tem se consolidado como um dos principais rostos do bolsonarismo. Sua presença em agendas públicas, discursos de forte apelo religioso e alinhamento com a pauta conservadora fazem dela um nome de peso dentro do partido.
Com o movimento de hoje, Michelle Bolsonaro não apenas reforça a lealdade ao marido, mas também deixa claro que, se depender dela, a prioridade será manter acesa a chama da militância bolsonarista até 2026. Resta saber se a base aceitará a ausência de um candidato viável no pleito presidencial.
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