segunda-feira, 29 de setembro de 2025

PAULO CÂMARA BALANÇA NA PRESIDÊNCIA DO BANCO DO NORDESTE E DISPUTA PELO CARGO SE INTENSIFICA

O clima nos bastidores do Banco do Nordeste (BNB) é de incerteza. Paulo Henrique Saraiva Câmara, ex-governador de Pernambuco, que assumiu a presidência do banco em março de 2023, começa a enfrentar sinais de desgaste político no comando da instituição. Embora continue oficialmente no cargo, a movimentação em Brasília indica que seu futuro na cadeira mais alta do BNB está em aberto.

O principal indício dessa fragilidade veio em março deste ano, quando Ana Teresa Barbosa assumiu interinamente a presidência, tornando-se a primeira mulher a ocupar a função, ainda que temporariamente. A troca foi interpretada por muitos como um teste de confiança e um recado político de que o Palácio do Planalto não descarta mudanças na direção.

Nos corredores do banco e em reuniões reservadas com parlamentares, já circulam nomes de possíveis substitutos. A própria Ana Teresa, atual diretora de Administração e eleita para ocupar interinamente a presidência, surge como uma candidata natural à sucessão, sendo vista como perfil técnico e de confiança do governo. Outro nome ventilado é o de aliados históricos do PT no Nordeste, que veem na presidência do BNB um espaço estratégico de fortalecimento político regional.

A pressão parte também de bancadas federais, que enxergam no comando do banco — responsável por bilhões em crédito para o desenvolvimento regional — uma peça-chave na engrenagem de articulação entre governo e prefeitos. O fato de Paulo Câmara estar atualmente sem partido, após se desligar do PSB, aumenta ainda mais as especulações, já que perde força nas negociações políticas e deixa de ter uma legenda para sustentá-lo nos bastidores de Brasília.

Enquanto isso, Câmara mantém sua agenda institucional, participando de eventos e reafirmando compromissos com pequenos e médios empreendedores do Nordeste. Ainda assim, sua presença é constantemente questionada por opositores internos, que enxergam nele um presidente enfraquecido.

Nos bastidores de Brasília, o consenso é de que a decisão final será política: ou o ex-governador se mantém no cargo como gesto de equilíbrio institucional, ou a presidência do BNB será usada como moeda de fortalecimento da base do governo. Até lá, o futuro de Paulo Câmara permanece incerto, e o comando do maior banco de desenvolvimento regional do país segue em disputa aberta.

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