O principal indício dessa fragilidade veio em março deste ano, quando Ana Teresa Barbosa assumiu interinamente a presidência, tornando-se a primeira mulher a ocupar a função, ainda que temporariamente. A troca foi interpretada por muitos como um teste de confiança e um recado político de que o Palácio do Planalto não descarta mudanças na direção.
Nos corredores do banco e em reuniões reservadas com parlamentares, já circulam nomes de possíveis substitutos. A própria Ana Teresa, atual diretora de Administração e eleita para ocupar interinamente a presidência, surge como uma candidata natural à sucessão, sendo vista como perfil técnico e de confiança do governo. Outro nome ventilado é o de aliados históricos do PT no Nordeste, que veem na presidência do BNB um espaço estratégico de fortalecimento político regional.
A pressão parte também de bancadas federais, que enxergam no comando do banco — responsável por bilhões em crédito para o desenvolvimento regional — uma peça-chave na engrenagem de articulação entre governo e prefeitos. O fato de Paulo Câmara estar atualmente sem partido, após se desligar do PSB, aumenta ainda mais as especulações, já que perde força nas negociações políticas e deixa de ter uma legenda para sustentá-lo nos bastidores de Brasília.
Enquanto isso, Câmara mantém sua agenda institucional, participando de eventos e reafirmando compromissos com pequenos e médios empreendedores do Nordeste. Ainda assim, sua presença é constantemente questionada por opositores internos, que enxergam nele um presidente enfraquecido.
Nos bastidores de Brasília, o consenso é de que a decisão final será política: ou o ex-governador se mantém no cargo como gesto de equilíbrio institucional, ou a presidência do BNB será usada como moeda de fortalecimento da base do governo. Até lá, o futuro de Paulo Câmara permanece incerto, e o comando do maior banco de desenvolvimento regional do país segue em disputa aberta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário