No total, 30 integrantes da facção foram presos, sendo 25 em mandados judiciais e cinco que já estavam detidos por outros crimes, mas tiveram novas ordens de prisão expedidas. A ação mobilizou mais de 200 policiais, mostrando a complexidade e o alcance estadual da operação. Entre os itens apreendidos, cerca de 200 caixas de medicamentos de origem duvidosa, incluindo tarja preta, psicotrópicos, remédios abortivos, amoxicilina e ibuprofeno, além de uma quantia significativa em dinheiro em espécie.
As investigações tiveram início em 2024, a partir de celulares apreendidos de suspeitos do CV. Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, que inicialmente buscavam esclarecer homicídios e tráfico de armas, revelaram uma rede sofisticada de comércio ilegal de remédios, incluindo produtos voltados ao tratamento do TDAH, como o metilfenidato. Apenas estes medicamentos têm valor estimado de R$ 50 mil no mercado clandestino.
Segundo a Polícia Civil, a venda ocorria de forma organizada em feiras livres de Fortaleza e Caucaia, além de farmácias do interior, algumas das quais pertencentes a investigados. Em Aquiraz, por exemplo, um dos presos é proprietário de uma farmácia onde também foram cumpridos mandados e apreensões. A operação evidencia o avanço da facção em atividades ilegais diversificadas, que vão muito além do tráfico de armas e drogas.
Criminosos do CV exploravam a vulnerabilidade de consumidores e a dificuldade de fiscalização sobre medicamentos controlados para ampliar lucros de forma clandestina. As autoridades alertam para o risco que esses remédios representam, pois a venda sem prescrição médica pode causar danos graves à saúde, principalmente com psicotrópicos e abortivos.
A Operação Humanidade Eterna marca um novo capítulo no enfrentamento das facções criminosas no Ceará, demonstrando que a criminalidade organizada está se adaptando e expandindo seus negócios para setores antes pouco explorados. Especialistas em segurança pública destacam que a investigação será aprofundada para identificar fornecedores e desvendar a extensão da rede de distribuição, com foco no combate a fraudes e riscos à saúde pública.
O sucesso da operação também reforça a importância de ações coordenadas entre delegacias especializadas e o uso de tecnologia em interceptações e monitoramento de suspeitos. Para a população, a mensagem é clara: o tráfico de medicamentos é crime e será combatido com rigor. A expectativa é que novos desdobramentos da investigação tragam à luz conexões nacionais da facção, evidenciando o perigo de grupos organizados inserirem-se em áreas da economia formal de forma ilícita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário