O gesto de Kassab é estratégico. O PSD tem buscado ampliar sua presença no Nordeste, especialmente em Pernambuco, onde já abriga nomes influentes da política estadual. A entrada de Dueire fortaleceria o partido e garantiria um nome com experiência, credibilidade e bom trânsito político para representar o Estado em Brasília.
Dentro do MDB, no entanto, o cenário é menos favorável. Sob o comando de Raul Henry, o partido vive um momento de indefinição e fechamento em torno das decisões internas. Dueire, embora seja um quadro histórico e desejasse permanecer na legenda que por anos esteve sob influência do ex-senador Jarbas Vasconcelos, não tem hoje nenhuma garantia de espaço para concorrer à reeleição. Essa falta de perspectiva tem sido um dos principais motivos para que ele avalie com atenção o convite do PSD.
Nos bastidores, aliados enxergam no movimento uma saída natural e até coerente. O PSD vem crescendo nacionalmente e pode oferecer a Fernando Dueire o suporte político e partidário necessário para uma campanha competitiva em 2026. Além disso, a legenda mantém boa relação com diversas forças do centro e da direita, o que amplia o leque de alianças possíveis em Pernambuco.
Kassab, por sua vez, tem sido habilidoso ao construir pontes com lideranças que valorizam o diálogo e a moderação — características que se encaixam no perfil do senador pernambucano. A aproximação, portanto, não é apenas eleitoral, mas também ideológica e estratégica.
Com esse cenário, a pergunta que começa a ecoar entre os analistas políticos é inevitável: “Dueire 555, por que não?” O número do PSD pode ser o novo endereço partidário de um dos nomes mais respeitados da política pernambucana — e a senha para uma nova etapa de protagonismo em Brasília.
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