“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também. Você tem uma troca: gente que vende porque tem gente que compra. Então é preciso que a gente tenha mais cuidado no combate à droga”, declarou o presidente, em tom reflexivo, mas sem prever o impacto que a fala teria.
As palavras de Lula provocaram reações imediatas de críticos e aliados, que pediram uma explicação sobre o contexto da afirmação. Diante da repercussão negativa, o presidente se retratou nas redes sociais ainda no início da tarde. “Fiz uma frase mal colocada nesta quinta e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado”, afirmou o petista em sua conta no X (antigo Twitter).
Lula destacou, em seguida, que suas ações à frente do governo demonstram o compromisso com a segurança pública e o combate ao tráfico de drogas. “Mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando, como é o caso da maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país. Continuaremos firmes no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado”, completou.
As declarações que motivaram a retratação ocorreram durante uma resposta sobre o posicionamento de Donald Trump, que havia afirmado que não é necessário declarar guerra a um país para matar traficantes. Lula discordou da postura do ex-presidente americano e defendeu o diálogo internacional como caminho para enfrentar o tráfico. “Os Estados Unidos deveriam abrir diálogo com os países, com foco em ações conjuntas”, disse.
O episódio evidencia mais uma vez o cuidado que Lula precisa adotar em temas sensíveis, especialmente no cenário internacional, onde suas falas são amplamente repercutidas. Apesar da correção pública, a declaração reacendeu debates sobre a forma como o governo brasileiro trata o tema das drogas e sobre a linha tênue entre política de segurança e abordagem social.
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