Em tom contundente, Maia disse que o alinhamento de Tarcísio ao grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comprometeu sua imagem de gestor técnico e equilibrado, afastando o eleitorado moderado. “Tarcísio foi contaminado pela agenda maluca do bolsonarismo anti-Brasil, por um grupo que era nacionalista — uma incoerência total. Isso transforma o candidato de centro-direita no candidato a perder a eleição”, afirmou.
O ex-deputado reforçou que qualquer político que se vincule ao “bolsonarismo raiz” estará fadado à derrota. “Quem se colar ao bolsonarismo raiz não será presidente do Brasil, como não foi em 2022. As pesquisas já mostram isso claramente”, destacou.
Rodrigo Maia também avaliou que o episódio do chamado “Tarifaço” — polêmica envolvendo reajustes de tarifas e impostos — teve um efeito devastador para a direita bolsonarista, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu se beneficiar politicamente do desgaste. Segundo ele, o governo petista “soube surfar no tema”, apresentando medidas populares e um discurso de enfrentamento entre ricos e pobres.
“O governo, que vinha em queda, se abraçou com o nacionalismo que nunca defendeu e convergiu com a pauta do Imposto de Renda, muito bem sucedida no voto. Lula vinha num processo de piora, mas como ele é muito competente, experiente e carismático, conseguiu virar o jogo”, avaliou.
Maia ainda criticou o erro estratégico dos aliados de Bolsonaro que, segundo ele, acreditaram em Donald Trump. “Trump é pragmático. O erro foi achar que ele representa algo além disso. Suas falas não devem ser levadas a sério”, pontuou.
Para o ex-presidente da Câmara, o cenário de 2026 se desenha com vantagem para a esquerda, que teria “abraçado uma pauta populista com habilidade”, enquanto a direita se perde em radicalismos e contradições. “A direita perdeu a capacidade de representar o centro e o equilíbrio. E sem isso, ninguém chega ao Planalto”, concluiu.
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