Apesar dos recentes elogios trocados entre Lula e Campos, a costura política no estado segue indefinida. Ministros próximos ao presidente, como Rui Costa, defendem que o petista mantenha as portas abertas para os dois lados, evitando desgastes e garantindo espaço no palanque de quem sair vitorioso em 2026. Essa estratégia, contudo, dá margem para que Raquel Lyra avance silenciosamente, consolidando seu perfil de gestora técnica e moderada, capaz de dialogar com diferentes campos políticos.
Enquanto o prefeito do Recife tem intensificado o discurso de alinhamento com o Planalto, Raquel se mantém em rota independente, priorizando entregas de governo e resultados administrativos. Sua ausência em um evento com o presidente, em agosto, chegou a ser interpretada por setores do PT como um distanciamento político — mas, à luz dos novos números, parece ter sido uma aposta certeira em autonomia e trabalho.
Uma pesquisa Datafolha/CBN divulgada nesta semana confirmou o bom momento da governadora: 57% dos pernambucanos aprovam sua gestão, um índice que demonstra recuperação de popularidade e confiança da população após meses de ajustes fiscais e reestruturações administrativas. Embora João Campos lidere as intenções de voto com 52% contra 30%, os dados revelam que Raquel cresce de forma consistente, apresentando desempenho superior a levantamentos anteriores e consolidando-se como o principal nome de oposição ao bloco socialista.
O detalhe mais significativo está na pesquisa espontânea, onde Raquel aparece empatada com Campos, ambos com 23%, o que indica um equilíbrio crescente no reconhecimento popular. Para analistas políticos, esse avanço é reflexo direto da presença da governadora no interior, onde tem inaugurado estradas, escolas e programas sociais, reforçando sua imagem de gestora próxima das demandas reais da população.
Assim, enquanto o PSB tenta monopolizar o diálogo com Lula, Raquel Lyra emerge como figura de estabilidade e gestão eficiente, fortalecendo-se como opção real de continuidade administrativa sem amarras partidárias. A depender de como se desenrolar a visita presidencial a Noronha, o cenário pode surpreender: a governadora pode sair de coadjuvante a protagonista no tabuleiro nacional — e, ao que tudo indica, com vantagem política cada vez mais visível.
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