terça-feira, 25 de novembro de 2025

SÍLVIO COSTA FILHO ROMPE O SILÊNCIO E DETALHA BASTIDORES DA SAÍDA DE FERNANDO MONTEIRO DO REPUBLICANOS

Em uma coletiva marcada por franqueza e recados políticos, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), comentou nesta segunda-feira (25) a movimentação que mexeu no tabuleiro partidário de Pernambuco: a saída do deputado federal Fernando Monteiro do Republicanos rumo ao PSD, legenda comandada no Estado pela governadora Raquel Lyra (PSDB). A mudança, embora previsível para quem acompanha de perto as articulações nacionais, agora ganha contornos mais explícitos após a fala do ministro.

A migração de Monteiro para o PSD acontece cinco meses depois de Raquel Lyra tê-lo convidado publicamente, durante o ato de filiação do prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro. Naquele momento, o gesto havia sido interpretado como um aceno claro de que o deputado tinha espaço garantido no núcleo de alianças da governadora — e que sua permanência no Republicanos poderia ser apenas transitória. Agora, a filiação se concretiza, confirmando as expectativas.

Silvio Costa Filho, que acompanhou a breve passagem de Fernando Monteiro pelo Republicanos, tratou de esclarecer que a mudança não foi uma ruptura, mas o desfecho lógico de um processo que já se desenhava nos bastidores. “A realidade é que o deputado Fernando Monteiro praticamente nunca entrou no Republicanos”, declarou o ministro, enfatizando que não havia alinhamento suficiente para uma permanência duradoura. Segundo ele, as conversas foram “super positivas”, num tom que buscou afastar qualquer impressão de desgaste entre as partes.

O ministro ainda reforçou que o Republicanos já trabalha para recompor sua bancada, com negociações em andamento para atrair novos deputados federais. A fala indica que o partido pretende transformar a saída de Monteiro em uma oportunidade para reoxigenar sua composição parlamentar, mantendo-se competitivo no cenário político estadual e nacional.

Fernando Monteiro, por sua vez, encerra um ciclo de pouco mais de nove meses no Republicanos, período iniciado após sua saída do Progressistas no começo do ano. A breve estadia reforça o caráter estratégico de sua movimentação: Monteiro busca reposicionamento político, enquanto o PSD de Raquel Lyra consolida seu projeto de expansão, especialmente entre nomes com influência regional e trânsito em Brasília.

Nos bastidores, a filiação ao PSD é vista como um movimento que fortalece a governadora em seu objetivo de ampliar poder e capilaridade dentro do Congresso, especialmente em um momento de intensificação das articulações rumo a 2026. Já para o Republicanos, a saída de Monteiro se apresenta como mais uma fase de ajustes internos, num processo que Silvio Costa Filho tenta transformar em demonstração de maturidade e controle político.

A mudança, embora aparentemente pacífica, expõe as dinâmicas fluidas e cada vez mais aceleradas da política pernambucana — onde alianças se moldam de acordo com o ritmo imposto por lideranças que disputam espaço, influência e protagonismo em um Estado que voltou a ser centro de grandes negociações nacionais.

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