A migração de Monteiro para o PSD acontece cinco meses depois de Raquel Lyra tê-lo convidado publicamente, durante o ato de filiação do prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro. Naquele momento, o gesto havia sido interpretado como um aceno claro de que o deputado tinha espaço garantido no núcleo de alianças da governadora — e que sua permanência no Republicanos poderia ser apenas transitória. Agora, a filiação se concretiza, confirmando as expectativas.
Silvio Costa Filho, que acompanhou a breve passagem de Fernando Monteiro pelo Republicanos, tratou de esclarecer que a mudança não foi uma ruptura, mas o desfecho lógico de um processo que já se desenhava nos bastidores. “A realidade é que o deputado Fernando Monteiro praticamente nunca entrou no Republicanos”, declarou o ministro, enfatizando que não havia alinhamento suficiente para uma permanência duradoura. Segundo ele, as conversas foram “super positivas”, num tom que buscou afastar qualquer impressão de desgaste entre as partes.
O ministro ainda reforçou que o Republicanos já trabalha para recompor sua bancada, com negociações em andamento para atrair novos deputados federais. A fala indica que o partido pretende transformar a saída de Monteiro em uma oportunidade para reoxigenar sua composição parlamentar, mantendo-se competitivo no cenário político estadual e nacional.
Fernando Monteiro, por sua vez, encerra um ciclo de pouco mais de nove meses no Republicanos, período iniciado após sua saída do Progressistas no começo do ano. A breve estadia reforça o caráter estratégico de sua movimentação: Monteiro busca reposicionamento político, enquanto o PSD de Raquel Lyra consolida seu projeto de expansão, especialmente entre nomes com influência regional e trânsito em Brasília.
Nos bastidores, a filiação ao PSD é vista como um movimento que fortalece a governadora em seu objetivo de ampliar poder e capilaridade dentro do Congresso, especialmente em um momento de intensificação das articulações rumo a 2026. Já para o Republicanos, a saída de Monteiro se apresenta como mais uma fase de ajustes internos, num processo que Silvio Costa Filho tenta transformar em demonstração de maturidade e controle político.
A mudança, embora aparentemente pacífica, expõe as dinâmicas fluidas e cada vez mais aceleradas da política pernambucana — onde alianças se moldam de acordo com o ritmo imposto por lideranças que disputam espaço, influência e protagonismo em um Estado que voltou a ser centro de grandes negociações nacionais.
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