sábado, 8 de novembro de 2025

UNIÃO BRASIL E PP SELAM FEDERAÇÃO GIGANTE, MAS NASCEM DIVIDIDOS ÀS VÉSPERAS DE 2026

A aguardada federação entre o União Brasil e o Progressistas (PP) será oficialmente registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima semana, marcando um dos movimentos políticos mais robustos da atual legislatura. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) confirmou que o registro já está em cartório e deve ser protocolado entre terça (12) e quarta-feira (13), consolidando uma força com 109 deputados federais e 15 senadores. O novo bloco nasce com potencial para influenciar diretamente a sucessão presidencial de 2026 e tende a se posicionar como principal eixo de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputará a reeleição.

Apesar do peso político, a federação surge com rachaduras evidentes. A mais notória envolve o próprio Ciro Nogueira e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que trocaram críticas públicas. Nogueira, defensor de uma chapa encabeçada por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), afirmou que apenas ele e Ratinho Júnior (PSD-PR) têm viabilidade para enfrentar Lula. Caiado rebateu, acusando o senador de agir por “interesses pessoais”. O embate expôs as dificuldades internas de um projeto que, antes mesmo de nascer, já enfrenta desconfianças e resistências.

Nos estados, a disputa também promete turbulência. No Paraná, o União Brasil quer lançar Sérgio Moro ao governo, enquanto o PP aposta em Cida Borghetti, esposa do deputado Ricardo Barros, aprofundando a crise. Em Pernambuco, porém, o cenário é de consolidação: o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) será o líder da federação no estado e deve usar o novo arranjo para ampliar sua influência política. Pré-candidato ao Senado, Da Fonte tem articulação sólida em dezenas de municípios e se firma como peça-chave para equilibrar as forças do União e do PP no Nordeste.

Com a formalização prestes a ocorrer, o desafio agora é manter a coesão até as eleições. As divergências regionais, os projetos presidenciais paralelos e a necessidade de atuação unificada imposta pelo TSE tornam o futuro da federação incerto. O movimento é grandioso, mas carrega em si o risco de implosão — um gigante que nasce forte, porém dividido.

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