Apesar do peso político, a federação surge com rachaduras evidentes. A mais notória envolve o próprio Ciro Nogueira e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que trocaram críticas públicas. Nogueira, defensor de uma chapa encabeçada por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), afirmou que apenas ele e Ratinho Júnior (PSD-PR) têm viabilidade para enfrentar Lula. Caiado rebateu, acusando o senador de agir por “interesses pessoais”. O embate expôs as dificuldades internas de um projeto que, antes mesmo de nascer, já enfrenta desconfianças e resistências.
Nos estados, a disputa também promete turbulência. No Paraná, o União Brasil quer lançar Sérgio Moro ao governo, enquanto o PP aposta em Cida Borghetti, esposa do deputado Ricardo Barros, aprofundando a crise. Em Pernambuco, porém, o cenário é de consolidação: o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) será o líder da federação no estado e deve usar o novo arranjo para ampliar sua influência política. Pré-candidato ao Senado, Da Fonte tem articulação sólida em dezenas de municípios e se firma como peça-chave para equilibrar as forças do União e do PP no Nordeste.
Com a formalização prestes a ocorrer, o desafio agora é manter a coesão até as eleições. As divergências regionais, os projetos presidenciais paralelos e a necessidade de atuação unificada imposta pelo TSE tornam o futuro da federação incerto. O movimento é grandioso, mas carrega em si o risco de implosão — um gigante que nasce forte, porém dividido.
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