De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, o número de pessoas em busca de trabalho recuou para 5,644 milhões, o menor contingente de desocupados já apurado pela pesquisa. O contraste é expressivo quando comparado ao auge da crise provocada pela pandemia da Covid-19, no trimestre encerrado em março de 2021, quando quase 15 milhões de brasileiros estavam desempregados. Desde então, a trajetória do indicador tem sido de redução contínua, impulsionada pelo crescimento da atividade econômica e pela ampliação do número de vagas formais.
O bom desempenho do emprego também se refletiu em um novo recorde no total de pessoas ocupadas no país, que chegou a 103 milhões. Com isso, o nível de ocupação — proporção da população com 14 anos ou mais que está trabalhando — alcançou 59%, o maior percentual já registrado na série histórica. Para o IBGE, esse cenário indica que o mercado de trabalho tem sido capaz de absorver a mão de obra disponível, reduzindo a pressão por procura de emprego.
Segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, a manutenção de um contingente elevado de trabalhadores ocupados ao longo de 2025 foi decisiva para a queda consistente da taxa de desocupação. Para ela, o comportamento do mercado demonstra maior estabilidade e capacidade de geração de empregos, especialmente em setores estratégicos.
Outro indicador que reforça o cenário positivo é a taxa composta de subutilização da força de trabalho, que caiu para 13,5%, o menor patamar da série histórica. Esse índice recuou tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período de 2024. A população subutilizada — formada por pessoas que gostariam de trabalhar mais horas ou que desistiram de procurar emprego — somou 15,4 milhões, o menor número desde o fim de 2014.
A análise setorial mostra que a Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi o grupamento que mais contribuiu para o avanço da ocupação no trimestre, com aumento de 492 mil pessoas. Na comparação anual, esse mesmo setor registrou crescimento ainda mais expressivo, ultrapassando a marca de 1 milhão de novos ocupados. O setor de transporte, armazenagem e correio também apresentou expansão relevante em relação a 2024, enquanto os serviços domésticos foram o único grupamento a registrar retração no período.
A formalização do trabalho também avançou. A taxa de informalidade caiu para 37,7% da população ocupada, alcançando o menor nível para um trimestre encerrado em novembro desde o início da série. O movimento foi influenciado, principalmente, pelo novo recorde no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 39,4 milhões. O setor público também atingiu um patamar histórico, com 13,1 milhões de empregados, resultado de crescimento tanto no trimestre quanto no acumulado do ano.
Por outro lado, o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado apresentou queda na comparação anual, enquanto o contingente de trabalhadores por conta própria alcançou 26 milhões, o maior já registrado. Esse dado evidencia a diversidade das formas de inserção no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à qualificação profissional e à formalização.
Com indicadores robustos e resultados inéditos, o mercado de trabalho brasileiro fecha 2025 com números que sinalizam um cenário de maior estabilidade, crescimento da ocupação e redução histórica do desemprego, recolocando o país em um dos melhores momentos da última década no que diz respeito ao emprego e à renda.
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