Com o resultado da operação, a produção do sistema saltou para cerca de 30 litros de água por segundo, um avanço significativo diante da situação crítica enfrentada pelo município, que vinha sofrendo com a baixa disponibilidade hídrica provocada pelo nível alarmante da barragem de Jucazinho. A adutora, atualmente em fase de testes, é peça-chave na estratégia de levar água da transposição do Rio São Francisco para reforçar o abastecimento da região.
De acordo com a Compesa, a expectativa é que, após ajustes técnicos e novas etapas de fiscalização, a vazão possa alcançar até 50 litros por segundo. Esse volume é considerado fundamental para garantir maior regularidade no fornecimento de água, especialmente em um período marcado por escassez e forte pressão sobre os sistemas existentes.
Durante a operação, equipes técnicas e policiais percorreram os 22 quilômetros da adutora e identificaram um cenário de uso ilegal da água em diversos pontos. As irregularidades iam desde ligações clandestinas em chácaras e fábricas até lavanderias e clubes com piscinas, todos consumindo água diretamente do sistema, sem autorização. Além disso, vários furos foram encontrados na tubulação, o que obrigou a paralisações pontuais para reparos emergenciais, evitando perdas ainda maiores.
A ação contou com o apoio da Secretaria de Defesa Social (SDS), envolvendo efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil e do Instituto de Criminalística. A atuação conjunta reforçou o caráter de combate a crimes que impactam diretamente um serviço essencial, prejudicando milhares de moradores que dependem do abastecimento público.
A inversão da Adutora de Jucazinho integra um plano mais amplo para garantir água às cidades do Tramo Sul do sistema. Em uma fase posterior, Cumaru e Passira também deverão ser beneficiadas com o reforço hídrico proveniente do Rio São Francisco, ampliando o alcance da iniciativa.
A Compesa alerta que o sucesso da operação depende da manutenção das ações de fiscalização. O retorno de ligações clandestinas pode comprometer novamente a vazão conquistada e colocar em risco a regularidade do abastecimento. Para a companhia, enfrentar o furto de água não é apenas uma questão técnica ou legal, mas uma medida essencial de justiça social, garantindo que a água chegue, de forma equitativa, a quem realmente precisa.
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