BLOG DO EDNEY
NA LUPA 🔎
Por Edney Souto.
O CAFEZINHO FRIO DO FINAL DOS GOVERNOS
É uma praxe que no hiato que separa a vitória de um prefeito, governador e presidente a luz daquele que vai sair para dar lugar ao novo vencedor, já não brilhe tanto como antes, uma vez que em poucos dias o governante deixará de governar e passará do planalto à planície e será tratado apenas como ex-prefeito, ex-governador e ex-presidente. Essa semana que passou um visitante que teve acesso ao ainda presidente Jair Messias Bolsonaro relatou a angústia e mostrou como é de fato o sentimento dos que tiveram a primazia de chegarem ao final dos seus governos. Vamos narrar aqui na coluna de hoje um pouco dessa história que é real não só no Agreste Meridional e no Brasil, mas em todo os lugares do mundo. Vamos lá:
EUFORIA- Em fim de mandato não há mais euforia, esperança e perspectiva de cargo, função ou emprego temporário para nenhum dos que estão alojados no núcleo do poder. Com o fim dessa euforia os ânimos mudam e o respeito que antes era praxe em relação ao administrador de uma cidade ou governo, parece desaparecer. Ordens simples não são mais cumpridas. Pedidos não são atendidos nem
mesmo por aquelas pessoas que se prestaram ao ridículo de passarem 4 anos bajulando o detentor de cargo ou função. “Rei morto, rei posto”
O GOVERNO- O que é Rei morto, rei posto:
Rei morto, rei posto é um ditado popular na língua portuguesa, utilizado no contexto político quando há a necessidade imediata de substituir um governante por outro, sem com que haja um grande período de vacância de poder.
Existem várias teorias de como teria surgido esta expressão, sendo a mais aceita baseada em uma clássica história da mitologia grega.
REI POSTO- De acordo com o conto, o herói Teseu teria usado esta expressão quando derrotou o Minotauro (criatura mística, metade touro e metade homem) e Minos, o rei de Creta.
Imediatamente após derrotar Minos e a cristura monstruosa, Teseu herdou o trono de Minos, o amor da esposa viúva e a adoração do povo de Creta. Assim, o “rei morto” do famoso ditado popular seria uma referência à Minos.
Esta lenda está, inclusive, narrada no famoso livro “Rei Morto, Rei Posto” (The King Must Die, no título original), da escritora britânica Mary Renault (1905-1983). Aqui numa tradução literal o “rei posto” será o governante que vai assumir e “rei morto” é uma alusão ao prefeito, governador ou presidente que deixará o cargo. Embora esteja vivo, politicamente não serve mais de nada, pelo menos por enquanto e enquanto estiver sem mandato.
BOLSONARO - A consagrada jornalista Mônica Bergamo, Folha de São Paulo, em sua coluna relatou que o presidente Jair Messias Bolsonaro reclamou bastante desse período de “cafezinho frio” no Palácio do Planalto. O ainda Presidente da República, Bolsonaro(PL) teria dito que a lei precisa mudar e o vendedor deveria ser empossado logo após o resultado das eleições no mesmo dia que são contados os votos. Caro leitor aqui NA LUPA de hoje estamos relatando exatamente essa situação. “O que vai sair não tem mais poder algum, suas opiniões não possuem mais relevância de nada. Só resta ficar batendo ponto e deixar o tempo passar”. A longa espera é aflitiva”, colocou o presidente.
DA EUFORIA AO CAOS- Temos muitos exemplos do cafezinho gelado na política. O presidente Fernando Collor que ao deixar o Palácio do Planalto após o impeachment em 1990 se dirigiu ao helicóptero presidencial que o levaria até sua residência privada: a Casa da Dinda. Collor , ex-presidente havia apenas alguns poucos minutos que havia deixado o cargo, entrou no helicóptero e pediu para o piloto dar uma volta no Ciap (Centro Integrado de Apoio Profissional), e o piloto se recusou dizendo: "Não, não tenho combustível para isso". Aí ele viu que não era mais o presidente. Quando o piloto da Aeronáutica diz "não", embora tenha dado uma desculpa, naquele momento o Collor viu que acabou. Foi para casa. Ali tinha terminado tudo. É isso nunca mudou, acontece sempre que alguém deixa o poder.
O CAFEZINHO FRIO 1- Quando as eleições passam e o detentor do mandato não está mais concorrendo a reeleição significa que o mandato terminou. Da mesma forma que quando não se reelege e o mesmo sofre a derrota eleitoral não há mais “milhas a queimar”. Embora ainda haja quase 90 dias para passar a faixa ao sucessor, desde já o prefeito, governador e presidente (este último é inédito no Brasil pois Jair Messias Bolsonaro foi o 1° presidente desde o lançamento do instituto da reeleição a não se reeleger), perdem todo o brilho, o glamour e o poder da caneta. Os aliados temporais (aqueles de ocasião) são os primeiros a abandonar o “navio” tal qual os ratos de porão, desaparecem do radar e passam a agir como sequer tivessem alguma relação política ou funcional com aquele a quem prestava serviços ou a quem bajulava insistentemente. É o “cafezinho frio” do poder que chega para todos independente de ideologia, partido ou seja lá o que for. Todo governante é forçado aos dias de retorno aos “pés no chão”.
O CAFEZINHO FRIO 2- Nesse momento de final de mandatos nada funciona como antes, pois todos sabem que daqui a alguns dias o atual detentor do mandato não vai mandar em mais nada. E o pior de tudo é que em paralelo há o “novo eleito” que está no auge comemorando a própria vitória e se preparando para formar uma nova equipe que dará as cartas. A nível municipal esse colunista acompanhou de perto vários casos. Os prefeitos de fim de mandato são ofuscados pelo futuro sucessor e a cidade lá não tem mais um prefeito e sim dois. São dois e nesse momento há o desgoverno porque o vencedor não assumiu e o que está na cadeira não consegue mais despertar a atenção e o respeito temporário que são emprestados aos governantes pelo povo. E não se enganem caros leitores, pois eu vi e vivi isso de perto: nem o povo trata como antes o governo que está saindo. É nessa hora que é servido o cafezinho frio nas prefeituras, palácios estaduais e agora pela primeira vez no Brasil, no Palácio do Alvorada.
PREFEITO- Procuramos ouvir alguns prefeitos e ex-prefeitos aqui da região sobre o tema da coluna de hoje e eles foram unânimes em afirmar que não tem jeito, pois no final dos mandatos as cidades ficam com dois prefeitos e na prática com nenhum. Explico: o prefeito eleito ainda não manda, portanto não pode determinar nenhuma ação governamental. O prefeito de fim de mandato ainda “manda” embora não “mande” porque poucos se dispõe a obedecer as determinações. Tudo vira a “casa de mãe Joana” como diz o dito popular. Em tempo, “Casa da mãe Joana” é uma expressão popular que significa "o lugar onde todos mandam", sem organização, onde cada um faz o que quer. É isso aí!
PASSANDO A LUPA 🔎
MINISTÉRIO – Paulo Câmara (PSB), não está descartado da possibilidade de o socialista ocupar uma dos ministérios do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se inicia no dia 1º de janeiro de 2023. Pela competência e capacidade técnica, Paulo deve ser convidado pelo petista. O socialista não tem deixado escapar, mas é um dos nomes cotados do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
DEVOLVE - Um dia após suspender as investigações sobre fraudes e corrupção na Fundação Getúlio Vargas, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes determinou a “imediata” devolução de bens apreendidos a diretores da instituição de ensino. Segundo apurou o Estadão, entre os bens a serem devolvidos, estão valores em moeda estrangeira e de ouro, celulares e computadores que seriam essenciais para aprofundar as investigações.
LULA CABRAL - O Tribunal Superior Eleitoral deu provimento ao registro de candidatura de Lula Cabral a deputado estadual. Ele obteve 34.798 votos mas como seus votos não tinham sido validados pelo TRE, o PSB acabou ficando com 14 vagas e o Solidariedade apenas três. Diante da decisão do TSE, Lula Cabral será diplomado como deputado estadual no próximo dia 19 de dezembro, enquanto o deputado estadual Diogo Moraes ficará na primeira suplência do PSB.
PARTIU - A governadora eleita, Raquel Lyra (PSDB), viajará pela primeira vez como governadora do estado. A tucana participará de um curso na universidade de Oxford, na Inglaterra, do dia 24 ao dia 26 de outubro, juntamente com dez governadores eleitos.
CERVEJA - Para tristeza dos brasileiros que viajaram para acompanhar os jogos da Copa do Mundo do Catar, as regras são bastante rígidas quando o assunto é o consumo de bebidas alcóolicas. O tradicional conjunto de regras, de acordo com a religião muçulmana, detremina locais e quantidade de bebida permitida. O torcedor brasileiro só pode comprar e consumir bebidas alcoólicas, no Qatar, em lugares e horários específicos. Nos estádios, o consumo é terminantemente proibido. No entanto, os turistas que estão no país já tem dado "um jeitinho todo brasileiro" de driblar as regras da anfitriã do mundial. Com essas medidas, muitos brasileiros estão buscando uma maneira de burlar as normas. Nas redes sociais, imagens viralizaram após brasileiros relatarem que estão usando capinhas com marcas de refrigerante em latas de cerveja para assistir os jogos dentro dos estádios.
MAIA - O deputado federal pelo Rio de Janeiro e ex-presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (PSDB), foi hostilizado em um resort no litoral norte da Bahia. O parlamentar tentava iniciar o café da manhã, quando foi atacado com xingamentos pelos demais hóspedes.
COSTA NETO - Em live polêmica, Maria Christina Mendes Caldeira, ex-esposa do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, fez revelações bombásticas sobre casos de corrupção e ainda declarou que Michelle Bolsonaro, esposa do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi “peguete” de seu ex-marido. Em vídeo feito como um recado direto para o ex-marido, Maria Christina ainda disse que Valdemar sempre desdenhou de Bolsonaro, a quem chamava “baixo clero burro”.
DOADORES - Empresários ligados ao agronegócio, indústria e bancos. Este é o perfil dos suspeitos de financiar os atos antidemocráticos em apoio a continuidade de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República. Os empresários tiveram as contas bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após investigações apontarem que eles doaram mais de R$ 1,3 milhão para a campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e também para os atos antidemocráticos que ocorrem no país.
O Uol fez um levantamento sobre o valor das doações e o empresário bolsonarista do Mato Grosso, Atilio Elias Rovaris, foi o principal doador de campanha. Confira a lista completa:
R$ 500 mil - Atilio Elias Rovaris (da Transportadora Rovaris Ltda, de Sorriso-MT)
R$ 197 mil - Doações da família Bedin (Sorriso-MT)
R$ 147 mil - Doações da família Pozzobon (da Fermap Transportes, de Sorriso-MT)
R$ 103 mil - Doações da família Costa Beber (de Nova Mutum-MT)
R$ 80 mil - Doações da família Pedrassani (Drelafe Transportes de Carga Ltda, de Cuiabá-MT)
R$ 60 mil - Doações da família Piaia (de Campo Novo do Parecis-MT)
R$ 60 mil - Doações da família Ogliari (Muriana Transportes Ltda, de Nova Mutum-MT)
R$ 50 mil - Fausto Scholl (Sipal Industria E Comercio Ltda - Sorriso-MT)
R$ 50 mil - Gerson Luis Garbuio (da Agritex, de Querência-MT)
R$ 30 mil - Waldemar Verdi Júnior (do Banco Rodobens)
R$ 30 mil - Moyses Antônio Bocchi (do Berrante de Ouro Transportes Ltda, de Sorriso-MT).