Raphael Guerra
Antônio de Pádua cobrou ajuda dos municípios para reduzir a violência. Foto: Diego Nigro/JC Imagem
O secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, cobrou dos prefeitos das cidades pernambucanas maior integração com o Estado para combater a violência. Ogestor afirmou que o gabinete dele está aberto para receber todos os líderes para discutir ações que contribuam para a criminalidade. A preocupação de Pádua não é para menos: Pernambuco registrou recorde de homicídios no último semestre (clique ao lado e veja a lista das cidades mais violentas).
“Sozinhos não vamos conseguir avançar, por isso a participação dos municípios e da União é imprescindível no enfrentamento à violência. Deixo aberto meu gabinete para dialogar e encontrar soluções que sejam viáveis para cada município”, afirmou Antônio de Pádua, em palestra no 4º Congresso Pernambucano de Municípios, nesta semana.
A discussão sobre a responsabilidade dos municípios é antiga, mas pouco se avançou em relação ao assunto. Em 2011, período em que o programa Pacto pela Vida ainda conseguia reduzir a violência no Estado, o então secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, convocou prefeitos para uma reunião. O assunto era o mesmo: formas de as prefeituras contribuírem para barrar o avanço da criminalidade. Na época, poucos prefeitos estiveram presentes no encontro e, sem investimento, o resultado se traduziu nos números atuais.
Segundo a SDS, no âmbito dos municípios,algumas ações podem ajudar no trabalho da segurança pública: a guarda municipal pode identificar pontos vulneráveis à violência, a instalação de câmeras de videomonitoramento, o disciplinamento territorial para evitar a favelização, a qual dificulta o acesso da polícia a indivíduos envolvidos com crimes, o investimento em iluminação pública e a inibição da perturbação do sossego.
RECIFE
Em 2013, ao assumir a Prefeitura do Recife, Geraldo Julio criou a Secretaria de Segurança Urbana. Foi um avanço, mas, na prática, poucas ações deram resultado. A iluminação pública ainda é bastante precária, principalmente nas regiões periféricas, onde há maior número de homicídios. A Guarda Municipal também teve pouco investimento na primeira gestão do prefeito. Não à toa, a violência na capital cresceu consideravelmente nos últimos três anos.
A única exceção é o Centro Comunitário de Paz (Compaz) de Casa Amarela – equipamento grandioso que tem contribuído não só para tirar crianças e adolescentes da situação de vulnerabilidade, como também dado oportunidade para jovens e adultos com atividades esportivas e culturais. Apesar disso, a promessa era de construir cinco unidades ainda na primeira gestão, mas só uma foi inaugurada.