Causou rebuliço no PT de Pernambuco a informação do deputado federal João Paulo (PT) de que o presidente nacional do partido, Rui Falcão, orientou a direção local - com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - a apoiar a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) na eleição para o Governo do Estado, em outubro.
O desconforto de lideranças locais ameaça provocar um novo embate interno. A presidente estadual da legenda, deputada Teresa Leitão, afirmou que a opinião de Rui Falcão será considerada durante o debate, mas não será “determinante” para a resolução a ser tomada no âmbito local.
“Eu não estou considerando que foi uma orientação partidária. João Paulo não foi [conversar com o presidente] em missão partidária, foi como liderança, como deputado. Pode haver análise, comentários, preferências... mas não houve nenhum posicionamento formal da direção nacional”, observou Teresa.
O mesmo discurso de que não houve uma resolução protocolar da cúpula petista foi endossado pelo presidente do PT do Recife, Oscar Barreto. “Onde tem este recado? João Paulo está inventando. Não vou comentar fala de João Paulo. Não sei a serviço de quem ele está”, protestou.
Desde que se tornou pública, a iniciativa de João Paulo de procurar as lideranças nacionais foi vista como antecipação, já que o diretório estadual começará a discutir formalmente as possibilidades eleitorais no próximo sábado (18). Caso apoie Armando Monteiro, o Partido dos Trabalhadores terá espaço na majoritária.
Ao comentar o encontro com o dirigente, João Paulo afirmou que “se depender dele [Rui Falcão] e do PT nacional, de Lula e Dilma, a gente faz composição com Armando Monteiro”. Questionado sobre a reação interna, o ex-prefeito disse ontem que nunca declarou que há uma resolução formal da cúpula petista, mas, sim, que Rui Falcão, Lula e Dilma defendem o apoio a Armando Monteiro.
“Eu digo sempre que a melhor posição para o PT é, primeiro, ele se unificar e ter a unidade interna do partido. Segundo, não ter nenhum tipo de atrito, nem dificuldade com a direção nacional do partido, nem com Lula e nem com Dilma. De forma que eu vou incorporar a posição desse entendimento entre o PT de Pernambuco e o PT nacional”, declarou