Prefeito de Coari, Adail Pinheiro (Foto: Rede Globo)
Há cerca de seis anos, os processos contra Adail tramitam na Justiça sem conclusão. Após a veiculação no Fantástico, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou inspeção no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e parlamentares formaram uma comissão para pedir o afastamento do chefe do executivo municipal.
Segundo a nota divulgada à imprensa, o prefeito classificou como falsos os relatos de supostas vítimas. “Adail Pinheiro classificou como mentirosas as denúncias feitas pelas mulheres que se apresentam como vítimas, oportunamente nesta data, estando o prefeito às vésperas de um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.
Segundo a prefeitura, o chefe do executivo do município é alvo e de denúncias de adversários políticos. “Cabe ressaltar ainda que as mulheres [entrevistadas pelo Fantástico] nunca mantiveram nenhum relacionamento com Adail Pinheiro e são amplamente conhecidas no município de Coari como parentes de um opositor político envolvido com manifestações até em Brasília contra o atual prefeito do município”, cita trecho da nota.
Intervenção no município Um grupo de deputados estaduais do Amazonas informou que deve ingressar com representação no Ministério Público do Estado (MPE-AM) para que o órgão peça na Justiça o afastamento do prefeito. “A reportagem do Fantástico mostrou os relatos das pessoas que estão saindo do município com medo e perseguição sofrida. Então existe uma série de aspectos, mostrando uma situação que precisa de intervenção. É uma questão alarmante que vem ainda da primeira gestão de Adail”, disse o deputado estadual José Ricardo (PT) nesta segunda-feira, em entrevista ao G1.
Suspeitas
Membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começaram uma inspeção no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) na tarde desta segunda-feira (20). Processos relacionados a casos de exploração sexual que envolvem o prefeito de Coari, deverão ser prioridade. Há suspeitas de proteção ao político. Desde o início dos processos contra Adail, quatro juízes já foram punidos suspeitos de favorecer o prefeito.
Adail foi preso em 2008 durante a Operação Vorax, da Polícia Federal, por suspeita de desviar mais de R$ 40 milhões. Ele chegou a passar 63 dias preso. Adail é filiado ao Partido Republicano Progressista (PRP) e está no terceiro mandato.