terça-feira, 30 de julho de 2019

Sport joga pontos no lixo mais uma vez

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Mais uma vez Sport desperdiça pontos em casa e fica no empate com Guarani

Pela segunda partida consecutiva como mandante, o Sport desperdiça pontos. Desta vez, o Leão ficou no empate em 1×1 com o Guarani, nesta segunda-feira (29), na Arena Pernambuco, pela 13ª rodada da Série B. Os gols da partida foram marcados por Yan, para o Leão, e Davó para o Bugre. Com o resultado, os rubro-negros foram aos 22 pontos e permanecem na 4ª colocação, mas podem deixar o G-4 nesta terça-feira (30) hoje no complemento da rodada.

Agora, a equipe leonina vota a campo na quinta-feira (1º de agosto), quando enfrenta o Coritiba, às 21h30, na Arena Pernambuco.

O JOGO

Aproveitando o gramado mais ralo da Arena de Pernambuco, o Sport procurou dar velocidade a partida assim que foi dado o apito inicial. Já nos primeiros minutos, os rubro-negros trataram de encurralar o Guarani em seu campo defensivo, buscando abrir o placar logo no começo e ter mais tranquilidade para jogar.

Mesmo fazendo o abafa, o Leão não conseguia furar a retranca do Bugre, que mostrava uma marcação coesa. Sem dar brecha para as infiltrações rubro-negras. Porém, no único vacilo da equipe campineira, o Sport marcou o gol. Aos 18 minutos, Ezequiel faz jogada individual e saiu costurando a zaga adversária da esquerda para o meio até entregar a bola para Yan finalizar da entrada da área… O goleiro Jefferson Paulino ainda desviou, mas a bola morreu nas redes: 1×0.

Com o placar em vantagem, o Sport acabou diminuindo o ritmo e recuou suas linhas. Tanto que, passados os 30 minutos, a equipe leonina estava postada atrás da linha do meio de campo. Entretanto, o recuo excessivo foi prejudicial. Aos 36, o meia Igor Henrique acabou achando o atacante Davó entrando livre por trás da zaga do Sport e finalizando dentro da área com tranquilidade por entre as pernas de Maílson: 1×1.

Na volta da etapa complementar, os comandados de Guto Ferreira mostravam disposição para desempatar o placar. Com sete minutos de reinício de partida, Charles já tinha colocado o goleiro reserva Kléver (entrou na vaga de Jefferson Paulino, que saiu machucado) para trabalhar. Aos 25, após duas bolas alçadas na área do Guarani, Leandrinho pegou o rebote na entrada da área e finalizou no cantinho, mas a bola passou raspando a trave do Bugre.

Nesse momento da partida, o Guarani já tinha abdicado de atacar e se fechava em seu campo defensivo. Aos 33 minutos, falta perigosa para o Sport. Na cobrança, Guilherme bateu forte no ângulo, mas Kléver saltou para espalmar para escanteio.

Visivelmente pregado em campo e sem forças para tentar o desempate, o time do Sport cansou. Com isso, o Guarani criou esperanças de tentar beliscar a vitória e quase conseguiu. Aos 42, Igor Henrique levanta bola na área e encontra Davó livre. Mas o atacante campineiro finaliza mal e manda por cima da meta de Maílson. O placar do jogo permaneceu 1×1.

Ficha do jogo

SPORT

Maílson; Raul Prata, Rafael Thyere, Adryelson (Eder Ferreira) e Guilherme Lazaroni; Ronaldo, Charles e Leandrinho; Yan, Ezequiel (Guilherme) e Hernane (Elton). Técnico: Guto Ferreira.

GUARANI

Jefferson Paulino (Kléver); Bruno Souza, Ferreira, Luiz Gustavo e Giaretta; Deivid, Vitor Feijão (Arthur Rezende), Ricardinho e Igor Henrique; Davó e Michel Douglas (Deivid Souza). Técnico: Roberto Fonseca.

Local: Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata (PE).
Árbitro: Grazianni Maciel Rocha (RJ).
Assistentes: Carlos Henrique Cardoso de Souza e Gabriel Conti Viana (ambos do RJ).
Gols: Yan, aos 18 minutos, e Davó, aos 36 do 1º tempo.
Cartões amarelos: Adryelson e Elton (SPO) e Ferreira e Deivid (GUA)
Público: 18.403

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Bolsonaro é caso de insanidade absoluta, de interdição, não de impeachment, diz jurista




“É um fato gravíssimo”, classificou o jurista Miguel Reale Jr., ligado ao PSDB, sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que disse saber como o desaparecido Fernando Santa Cruz – pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz -, foi assassinado.


(foto fernando bizzerra – ag senado)

Durante participação no programa “Esfera Pública”, da Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, Reale disse que o caso do presidente Bolsonaro é de interdição, não de impeachment.

“Estamos realmente num quadro de insanidade, das mais absolutas. Não é mais caso de impeachment, mas caso de interdição”, defendeu o jurista, que foi um dos autores do pedido de impeachment da presidenta Dilma.

“Eu, há mais de ano, dizia que quem fosse democrata não deveria votar em Bolsonaro”, afirmou o jurista, que lembrou do discuso feito por Bolsonaro, como deputado, na votação do impeachment da presidente Dilma, em que homenageou Carlos Brilhante Ustra, torturador do regime de 1964.

“Hoje o presidente da República se sentiu no direito de ofender a todos nós, não só os advogados, mas todos que prezam pelos direitos humanos, provocando o presidente eda OAB”, repeliu ele, manifestando solidariedade ao presidente da OAB. (Do 247)

Filhos de vice-prefeito de Canhotinho acusados de tentativa de latrocínio

Edmar Lyra

Dois filhos do vice-prefeito de Canhotinho, Erinaldo Santos (PSD), Erinaldo Júnior, conhecido como Juninho, e Erick Barbosa, estão sendo acusados de tentativa de latrocínio (assalto seguido de morte) contra moradores do município. O ocorrido se deu na madrugada desta segunda-feira (29.07). A denúncia foi registrada na delegacia de plantão de Lajedo, cidade vizinha, no Agreste Meridional.

De acordo com relato das vítimas, identificadas como Danilo e Neto, os irmãos os abordaram quando eles passavam, de moto, pela entrada de Canhotinho. Aos gritos, os filhos do vice, que também estavam numa motocicleta, anunciaram a ação criminosa. As vítimas, entretanto, aceleraram e entraram na Rua Benjamim Constant, pegaram a André Miranda e seguiram até o Bar Pimentel. A ideia era intimidar os criminosos, uma vez que o estabelecimento estava movimentado, contando ainda com a presença de clientes.

Porém, Juninho e Erick mantiveram a perseguição. No bar, mesmo reconhecidos, deram continuidade à ação. Juninho atacou e feriu Neto com uma foice. Já Erick entrou em luta corporal com Danilo. Foi então que os frequentadores, vendo as agressões e ouvindo os gritos “ladrões” proferidos pelas vítimas, saíram em defesa dos atacados. Erick acabou linchado, mas Juninho consegui escapar e se encontra foragido.

Ferido, Neto foi levado ao Hospital de Canhotinho. Também machucado, Erick foi atendido na mesma unidade hospitalar, sendo transferido, depois, para Garanhuns.

HISTÓRICO – É importante destacar que não é a primeira vez que os filhos de Erinaldo Santos se envolvem em episódios criminosos. Juninho têm histórico de agressões. Circula pela internet um vídeo em que ele destrata, xinga, intimida e desafia moradores de Canhotinho. Curiosamente, o registro foi feito em frente ao mesmo Bar Pimentel.

Por sua vez, Erick foi preso em outubro de 2018, às vésperas do primeiro turno da eleição, por invadir, armado, uma casa em que era realizada uma festa, na Zona Rural de Canhotinho. Intimidados com a postura do rapaz, moradores acionaram a Polícia Militar que acabou por prender e conduzir o filho do vice-prefeito para a Delegacia de Canhotinho.

Erick, como divulgado na época, tem histórico de envolvimento em assalto, estupro, tentativa de homicídio, entre outros crimes. Ele, inclusive, foi solto recentemente e seu alvará de soltura não lhe dava permissão para circular em bares à noite.

Há que se ressaltar que a liberação de Erick da prisão foi viabilizada por ação do advogado Marcílio Amorim Albuquerque. No meio político de Canhotinho Marcílio é considerado o pré-candidato a prefeito do grupo de liderado por Erinaldo Santos.

É relevante observar também que entre os moradores de Canhotinho o que se comenta é que o vice-prefeito, sempre que os filhos se envolvem em crimes, age para evitar que eles sejam punidos. Chega até mesmo a negociar com vítimas para que sejam inocentados.

RESPOSTA

Em contato com o blog, a família afirmou que foi vítima de agressões e não o contrário e que o escrivão da cidade está recebendo todas as informações para dar prosseguimento às investigações que comprovarão a inocência dos citados.

Marinheiro e dono do Catamarã podem ser presos

Marinheiro e dono de catamarã podem responder por homicídio; MP vai pedir prisão preventiva de proprietários

Crime será qualificado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, caso seja constatado que embarcação não tinha segurança para funcionar

Fonte: G1

A Polícia Civil de Maragogi está investigando o acidente com um catamarã em Maragogi que matou duas idosas do Ceará no sábado (27). Nove passageiros já foram ouvidos. Uma mulher que foi apontada como dona da embarcação será intimada a prestar depoimento, assim como o marinheiro. Um laudo pericial da Marinha deve mostrar o que provocou o acidente e, se constatada a culpa do marinheiro e do proprietário, eles devem ser indiciados por homicídio culposo.

De acordo com o delegado de Maragogi, Aylton Soares Prazeres, as informações que a polícia tem até este domingo (28) são as repassadas por uma parte dos turistas que estavam na embarcação, todos do estado do Ceará. De acordo com os depoimentos, que incluem os dos familiares das duas idosas que morreram, quando eles saíram para realizar o passeio nas piscinas naturais o céu estava aberto e o mar calmo. No trajeto, o clima mudou, passando a ficar nublado.

Segundo o delegado, nenhum dos depoimentos confirmara que o barco bateu em uma pedra, como havia sido divulgado anteriormente. “O pessoal não estava nas pedras ainda. Segundo as informações dos passageiros, não houve batida em pedra. Eles dizem que a embarcação começou a pender para o lado e o capitão gritou para que todos fossem para o outro lado. O barco apresentou uma pequena queda lateral e virou”, diz o delegado. 

O acidente matou duas idosas que, segundo depoimentos à polícia, não estariam usando coletes salva-vidas. As vítimas foram Maria de Fátima Façanha Silveira, 67 anos, e Lucimar Gomes da Silva, 68. De acordo com o delegado Aylton Prazeres, a investigação também visa saber se havia coletes suficientes para todos. “O que sabemos é que parte do grupo usava colete e a outra parte não”, afirma.

Oficialmente, a polícia ainda não identificou o proprietário do catamarã. Uma mulher foi apontada como dona da embarcação. Ela deve prestar depoimento nesta semana. Informações extraoficiais citaram um ex-prefeito da cidade como o verdadeiro dono do catamarã, que estaria no nome da mulher. O delegado informou que o ex-gestor se apresentou na noite do sábado (27) à delegacia e negou que o barco seja dele.

“Próxima semana vou ter que ouvi-la e pedir que ela apresente todos os documentos. O marinheiro ainda não se apresentou, mas também esperamos que ele compareça esta semana”, ressalta o delegado. A autoridade policial explicou que aguarda o laudo pericial da Marinha do Brasil para identificar as reais causas do acidente.

“O laudo mais importante para mim é a avaliação de culpabilidade. É quando a Marinha fizer a perícia e ficar sabendo exatamente o que ocorreu. Se a embarcação estava irregular”, afirma o delegado. Ele explica que dono e marinheiro podem responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, se for constatada a falta de segurança na embarcação que a impossibilitaria de funcionar.

Entretanto, se a embarcação tinha todos os mecanismos de segurança, mas for detectada negligência ou imprudência, somente o marinheiro pode responder por homicídio culposo.

PF investiga invasão de garimpeiros em terra indígena cacique foi morto


Indígenas no AP relatam invasão de garimpeiros; Funai manda equipes ao local e confirma morte

A invasão de garimpeiros em terras indígenas da etnia Waiãpi no Amapá e a morte de um cacique estão sendo investigadas pela Polícia Federal. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), a PF abriu inquérito hoje após chegar ao local acompanhada de equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar. A área fica no município de Pedra Branca do Amapari, 189 km da capital Macapá.

A invasão teve início há cerca de cinco dias, mas o acompanhamento in loco das autoridades só começou após lideranças indígenas e moradores pedirem ajuda através de mensagens de celular, que repercutiram entre políticos e artistas nas redes sociais. No início da semana, o cacique Emyra Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facadas.

De acordo com a equipe da Funai na região, a invasão começou na última terça-feira, quando foi confirmada a morte do cacique. O grupo de cerca de 15 invasores está armado e ocupou as imediações da aldeia Yvytotõ. Os moradores da região tiveram que se abrigar em outra aldeia vizinha, chamada Mariry. Também há relatos de ameaças contra outros moradores nos últimos dias.

"Com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto. Nesse caso, solicitamos articulação da Presidência da Fundação Nacional do Índio e da Diretoria de proteção Territorial (DPT) junto ao Departamento de Polícia Federal (DPF) e/ou Exército Brasileiro, para planejamento e execução de ação emergencial para apurar denúncias tratadas neste processo", diz o memorando.

Apesar do memorando da coordenadoria regional ter sido publicado ontem, a assessoria de imprensa da Funai na esfera federal divulgou uma nota no mesmo dia falando em "suposta invasão". Questionada, a assessoria informou que, naquele momento, ainda não havia confirmação da PF se realmente havia ocorrido uma invasão.

"A Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão nesse sábado (27) memorando informando sobre um possível ataque à Terra Indígena Waiãpi. Por se tratar de um local de difícil acesso, a Funai alertou os órgãos de segurança da área para se certificar da veracidade das informações", diz nota da Funai neste domingo, 28.

"Neste domingo, após a chegada de servidores da Fundação, da Polícia Federal e do BOPE, foi aberto inquérito pela PF para apuração da morte de um cacique que foi a óbito na semana passada. Servidores da Funai encontram-se no local e acompanham o trabalho da polícia. Assim que tivermos informações oficiais sobre o caso, atualizaremos", afirma outro trecho do texto divulgado pela Funai hoje.

Sport encara o Guarani na Arena Pernambuco para se manter no G-4

Brocador considera "dívida" com o Sport praticamente paga

 

Ostentando uma invencibilidade de seis partidas (três vitórias e três empates) na Série B, o Sport (4º, com 21 pontos) tem uma excelente oportunidade de se consolidar no G-4 da competição, já que os próximos dois confrontos dos rubro-negros serão como mandante – ambos na Arena Pernambuco. O primeiro será nesta segunda-feira (29), às 20h, contra o Guarani (19º, com 9), na abertura da 13ª rodada da Segundona. Na quinta-feira, o adversário será o Coritiba.

Apesar de almejar as duas vitórias em casa, o técnico Guto Ferreira quer os seus comandado pensando jogo a jogo. “Essa última rodada foi importante porque nós conseguimos vencer fora de casa um concorrente direto. Conseguimos incorporar o espírito da Série B. Agora teremos essas duas partidas em casa, ao lado do torcedor. Esperamos presença maciça para nos fortalecer em campo e nos mantermos dentro do G-4. Precisamos dos dois resultados, mas não serão jogos fáceis. O Guarani vem respirando dentro da competição e fez muitas mudanças no elenco (durante a parada para a disputa da Copa América). Já o Coritiba é um concorrente direto e está buscando o seu espaço no G-4. Mas é pensar primeiro no jogo contra o Guarani e depois no Coritiba para seguirmos fortes na nossa busca pelo acesso”, contou.

Como não teve tempo suficiente para recuperar os jogadores do confronto contra o Paraná, na última sexta-feira, o treinador leonino não descarta a possibilidade poupar alguns atletas que apresentarem um maior desgaste muscular. “Isso que mais nos preocupa (questão física). Estamos aguardando o departamento de fisiologia para ver quem deve entrar em campo. Esse jogo é uma situação e a partida de quinta é uma situação acumulada. É pensar primeiro nesse”, contou Guto, sem revelar possíveis modificações no time. “Estamos avaliando. Mas, nesse momento, pode haver uma troca ou outra. Também posso manter o grupo que fez uma boa atuação no último jogo. O que importante é que independente de quem entra, mantemos uma equipe competitiva”, concluiu.

GUARANI

O Guarani vive realidade delicada na tabela. O Bugre está apenas na 19ª posição com nove pontos, dois a menos que o Vila Nova, primeira equipe fora do Z-4. Caso vença o Sport, o time campineiro sai da degola provisoriamente e passa a torcer por tropeços da equipe goiana, Guarani e São Bento. O técnico Roberto Fonseca terá a chance de repetir a equipe que venceu o São Bento na última rodada, já que não perdeu ninguém por cartão ou lesão.

Ficha do jogo

SPORT

Maílson; Norberto (Raul Prata), Rafael Thyere, Adryelson e Lazaroni; Ronaldo, Charles e Sammir; Ezequiel, Guilherme e Hernane Brocador.
Técnico: Guto Ferreira.
Esquema: 4-3-3.

GUARANI

Jefferson Paulino, Lenon, Brunno Lima, Luiz Gustavo e Bruno Souza; Deivid, Ricardinho, Igor Henrique e Bady; Davó e Michel Douglas.
Técnico: Roberto Fonseca.
Esquema: 4-3-3.

Local: Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata (PE).
Horário: 20h.
Árbitro: Grazianni Maciel Rocha (RJ).
Assistentes: Carlos Henrique Cardoso de Souza e Gabriel Conti Viana (ambos do RJ).
Ingressos: de R$ 10 a R$ 80.

Presidente da OAB reage a fala absurda de Bolsonaro


'Lamentavelmente, temos um presidente que trata a perda de um pai como se fosse assunto corriqueiro', disse Felipe Santa Cruz. 
Foto: Agência Brasil

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, se manifestou em reação às declarações do presidente Jair Bolsonaro, na manhã desta segunda-feira (29), sobre o desaparecimento de seu pai, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, na época da ditadura militar. Por meio de nota, Felipe pontuou que Bolsonaro demonstra “traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia”. 


Bolsonaro prometeu contar ao presidente da OAB como o seu pai Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira desapareceu na época da ditadura militar. "Se o presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu no período militar, eu conto para ele", disse. 


Confira nota de Felipe Santa Cruz na íntegra:


"Como orgulhoso filho de FERNANDO SANTA CRUZ, quero inicialmente agradecer pelas manifestações de solidariedade que estou recebendo em razão das inqualificáveis declarações do presidente Jair Bolsonaro. O mandatário da República deixa patente seu desconhecimento sobre a diferença entre público e privado, demostrando mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia. É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão. Lamentavelmente, temos um presidente que trata a perda de um pai como se fosse assunto corriqueiro – e debocha do assassinato de um jovem aos 26 anos. 


Meu pai era da juventude católica de Pernambuco, funcionário público, casado, aluno de Direito. Minha avó acaba de falecer, aos 105 anos, sem saber como o filho foi assassinado. Se o presidente sabe, por “vivência”, tanto sobre o presente caso quanto com relação aos de todos os demais “desaparecidos”, nossas famílias querem saber. 


A respeito da defesa das prerrogativas da advocacia brasileira, nossa principal missão, asseguro que permaneceremos irredutíveis na garantia do sigilo da comunicação entre advogado e cliente. Garantia que é do cidadão, e não do advogado. Vale salientar que, no episódio citado na infeliz coletiva presidencial, apenas o celular de seu representante legal foi protegido. Jamais o do autor, sendo essa mais uma notícia falsa a se somar a tantas. 


O que realmente incomoda Bolsonaro é a defesa que fazemos da advocacia, dos direitos humanos, do meio ambiente, das minorias e de outros temas da cidadania que ele insiste em atacar. Temas que, aliás, sempre estiveram - e sempre estarão - sob a salvaguarda da Ordem do Advogados do Brasil. 


Por fim, afirmo que o que une nossas gerações, a minha e a do meu pai, é o compromisso inarredável com a democracia, e por ela estamos prontos aos maiores sacrifícios. Goste ou não o presidente."


OAB também repudia o caso 


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também publicou uma nota de repúdio à declaração do presidente Jair Bolsonaro, atacando Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz. No texto, a OAB destacou que a Constituição Federal tem, entre seus fundamentos, a dignidade da pessoa humana, na qual se inclui o direito ao respeito da memória dos mortos.

Confira:


"NOTA DE REPÚDIO ÀS DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


A Ordem dos Advogados do Brasil, através da sua Diretoria, do seu Conselho Pleno e do Colégio de Presidentes de Seccionais, tendo em vista manifestação do Senhor Presidente da República, na data de hoje, 29 de julho de 2019, vem a público, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 44, da Lei nº 8.906/1994, dirigir-se à advocacia e à sociedade brasileira para afirmar o que segue:


1. Todas as autoridades do País, inclusive o Senhor Presidente da República, devem obediência à Constituição Federal, que instituiu nosso país como Estado Democrático de Direito e tem entre seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, na qual se inclui o direito ao respeito da memória dos mortos.


2. O cargo de mandatário da Chefia do Poder Executivo exige que seja exercido com equilíbrio e respeito aos valores constitucionais, sendo-lhe vedado atentar contra os direitos humanos, entre os quais os direitos políticos, individuais e sociais, bem assim contra o cumprimento das leis.


3. Apresentamos nossa solidariedade a todas as famílias daqueles que foram mortos, torturados ou desaparecidos, ao longo de nossa história, especialmente durante o Golpe Militar de 1964, inclusive a família de Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz, atingidos por manifestações excessivas e de frivolidade extrema do Senhor Presidente da República.


4. A Ordem dos Advogados do Brasil, órgão máximo da advocacia brasileira, vai se manter firme no compromisso supremo de defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, e os direitos humanos, bem assim a defesa da advocacia, especialmente, de seus direitos e prerrogativas, violados por autoridades que não conhecem as regras que garantem a existência de advogados e advogadas livres e independentes.


5. A diretoria, o Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB e o Colégio de Presidentes das 27 Seccionais da OAB repudiam as declarações do Senhor Presidente da República e permanecerão se posicionando contra qualquer tipo de retrocesso, na luta pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária, e contra a violação das prerrogativas profissionais.


Brasília, 29 de julho de 2019


Diretoria do Conselho Federal da OAB


Colégio de Presidentes da OAB


Conselho Pleno da OAB Nacional"


Anistia Internacional 


A Anistia Internacional divulgou no início da tarde desta segunda-feira (29) uma nota de repúdio aos comentários do presidente Jair Bolsonaro sobre Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. Oliveira foi morto durante a ditadura militar. E pediu que o caso seja levado à justiça


Jovem que estava desaparecido em Garanhuns foi localizado



Jovem apareceu agora a pouco na casa de sua mãe



O jovem José Bernadino da Silva Neto, de 16 anos, que estava desaparecido desde o último sábado já foi localizado, segundo familiares do mesmo ele acaba de chegar na casa de sua genitora, o mesmo foi levado para casa por um amigo e segundo o mesmo estaria na casa de amigos.

A família agradece a todos que de forma direta ou indireta ajudaram a encontrar o jovem.