terça-feira, 24 de setembro de 2019

Validação facial para renovar CNH agora é obrigatória em Pernambuco



Segundo o Detran a novidade não irá afetar no valor final da CNH

NE10 INTERIOR

Por Antonio Virginio Neto



Diretor-geral do Detran explicou as novas regras da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) (Acervo/JC Imagem)


Pioneiro na região Nordeste, foi implementado em Pernambuco o sistema de validação facial para condutores que tiram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A novidade, que entrou em prática a partir dessa segunda-feira (23) visa prevenir fraudes e tornar o sistema de emissão de documentos mais seguro.

O processo de validação facial funciona como uma espécie de banco de dados. Ao tirar a foto para compor o documento, a imagem do motorista é armazenada coletada. Quando alguma atualização acontecer, serão necessárias novas imagens do condutor, as quais serão cruzadas em uma base nacional para comparação de compatibilidade. Após a análise, o processo solicitado pelo motorista só será aprovado se a nova imagem tiver 90% de compatibilidade facial com a antiga.

A validação deverá ser utilizada em casos de renovação de carteira, mudança de categoria ou qualquer alteração de dados que o consumidor deseje solicitar. A novidade, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE), não irá alterar o valor que os motoristas pagam para obter a licença.

Imprensa internacional lamenta o discurso de Bolsonaro na ONU



Por Redação SRzd


Bolsonaro na 74ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Foto: Alan Santos/PR


O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas provocou reações de correspondentes estrangeiros e teve cobertura reativa da imprensa internacional.


As negativas de Bolsonaro sobre a crise amazônica receberam amplo destaque, por conta das fotos de satélite, inclusive da Nasa, que registraram o aumento dos incêndios e desmatamento nos últimos dois meses no Brasil.



O jornal espanhol “El País” ressaltou o “discurso ultranacionalista” de Bolsonaro. O diário francês “Le Monde” destacou o ataque dele ao líder indígena Raoni, acusado de ser “manipulado por estrangeiros”. Washington Post abriu matéria pelas negativas dele sobre os incêndios na Amazônia, apesar das evidências que levaram à sua “condenação internacional” no mês passado.


O correspondente do jornal britânico “The Guardian”, Tom Phillips, mostrou surpresa no Twitter com o tom beligerante adotado pelo presidente do Brasil. “Mesmo nos piores pesadelos, não tenho certeza de que diplomatas brasileiros tenham imaginado um discurso de Bolsonaro na #UNGA [Assembleia Geral das Nações Unidas] tão arrogante, tão cheio de bílis e tão verdadeiramente calamitoso para o lugar do Brasil no mundo. #MeDaPenaPorBrasil”, escreveu.


Outro repórter do Guardian, estabelecido no Rio de Janeiro, o jornalista Dom Phillips, também destacou uma linha do discurso do líder brasileiro. “Os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos incêndios na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico”, escreveu no Twitter, reproduzindo link do jornal “Folha de São Paulo”.


O jornalista Vincent Beavis, correspondente do “Washington Post” na Ásia e que atuou no Brasil pelo jornal americano “Los Angeles Times”, também acompanhou o pronunciamento do presidente. E escreveu no Twitter: “Agora, o mundo certamente está prestando atenção ao Brasil como um país, talvez mais do que nunca. Mas acho que poucos membros importantes das comunidades liberais e pró-democráticas globais gostarão de Bolsonaro menos hoje do que ontem. Já estava muito claro quem ele é”.


A Reuters distribuiu material destacando que Bolsonaro acusou a mídia de mentir sobre incêndios e que exige “respeito pela soberania do Brasil”. O despacho repercutiu na imprensa europeia, asiática e do oriente médio. O jornal americano “The Wall Street Journal” ressaltou o tom “desafiador” adotado pelo presidente, que “acusa líderes globais e a mídia de espalhar mentiras sobre a floresta tropical”.


O influente site americano “The Huffington Post” apontou que Bolsonaro defendeu o desmatamento ao declarar que “a Amazônia não está sendo devastada”. A reportagem destaca que “o presidente de extrema-direita do Brasil (…) culpou as organizações internacionais de mídia e ambientais por espalharem “mentiras” sobre os incêndios que assolam a floresta amazônica durante um discurso nacionalista que abriu a Assembléia Geral das Nações Unidas na manhã desta terça-feira”.


A “Associated Press” também destacou as acusações do chefe de Estado brasileiro de que a “mídia está mentindo sobre os incêndios na Amazônia”. O material foi replicado em mais de 2,2 mil veículos globais nos cinco continentes.


Já a “France Press” deu na manchete que o presidente do Brasil “rejeitou a falácia” de que “a Amazônia pertence à humanidade”. O texto ganhou repercussão na Ásia e Europa, sendo reproduzido amplamente em veículos da França, como “France 24”, “Rádio France Internationale”, “Le Figaro” e “News 24”. O argentino Clarín também destacou a denúncia da “falácia” da Amazônia, assim como o “La Nación”.


Reportagem da “Bloomberg”, com o título “Mundo deve respeitar a soberania do Brasil na Amazônia, diz Bolsonaro”, relata que no discurso de 30 minutos, o presidente brasileiro enfatizou que “o Brasil está se movendo em nova direção depois de chegar à ‘beira’ do socialismo”.


A agência inglesa “BBC” destacou a declaração do presidente de que a “floresta amazônica pertence ao Brasil”. No material distribuído logo após o pronunciamento de Bolsonaro, o serviço noticioso britânico relatou que ele adotou um tom “desafiador” perante o parlamento mundial: “É uma falácia dizer que a Amazônia é a herança da humanidade, e um equívoco confirmado pelos cientistas de dizer que nossas florestas amazônicas são os pulmões do mundo”.


Entre diplomatas estrangeiros, também houve estupor com as ameaças de Bolsonaro. O chanceler cubano Bruno Rodriguez rechaçou os ataques do líder brasileiro no Twitter: “Eu rejeito categoricamente as calúnias de Bolsonaro a Cuba. Ele está delirando e anseia pelos tempos da ditadura militar. Deveria cuidar da corrupção de seu sistema de Justiça, governo e família. É o campeão do aumento da desigualdade no Brasil”, disse.


Duplo Homicídio em Belo Jardim


Duplo homicídio é registrado na zona rural de Belo Jardim nesta terça (24)Segundo informações da Polícia, as vítimas eram irmãos



Dois homens foram assassinados na manhã de hoje (24), em uma estrada de acesso ao Sítio Múquem, na zona rural de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco.

De acordo com informações apuradas pela reportagem do BJ1, a dupla estava em uma motocicleta quando foram abordados. Os homens eram irmãos, segundo informações, e apresentavam marcas de tiros pelo corpo.

A Polícia está no local do crime realizando os procedimentos necessários para encaminhamento dos corpos para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru. Até o momento a autoria e motivação são desconhecidas.

Homicídios

De acordo com Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), de janeiro até agosto foram registrados 20 homicídios em Belo Jardim. Com este duplo assassinato, sobe para 22 o número de mortes violentas em 2019 no município.

Bj1

Com discurso maníaco e agressivo, Bolsonaro envergonha o Brasil na ONU



Em discurso vergonhoso, Jair Bolsonaro afunda a imagem do Brasil e propaga mentiras na abertura da Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira (24)

Alan Santos/PR




As expressões dos líderes mundiais e parlamentares que presenciaram o discurso de Bolsonaro na Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira (24) demonstravam a incredulidade sobre o que saía da boca de Jair. O discurso foi permeado de ataques infundados, fake news e muita, muita teoria conspiratória dos anos 70: Bolsonaro atacou governos petistas, países vizinhos, a mídia internacional e a sanidade mental dos ouvintes.

Em um discurso maníaco e agressivo, Jair Bolsonaro não teve vergonha de mentir para o mundo sobre a preservação ambiental brasileira ao afirmar que a “a Amazônia permanece quase intocada”. Além disso, acusou, mais uma vez, os povos indígenas de provocarem os recentes incêndios na floresta. Citando uma carta com suposta maioria das representações indígenas, Bolsonaro ainda atacou o líder indígena Raoni – chamando-o de “peça de manobra” – e as ONGs, tentando deslegitimar quem se coloca na linha de frente na defesa da Amazônia.

Em artigo no UOL, o jornalista Jamil Chade comentou as principais repercussões do discurso de Bolsonaro na ONU. Entre as mensagens que recebeu, representantes da cúpula da ONU chegaram a afirmar que “Ele (Bolsonaro) acabou de perder a última chance de ser respeitado”. O vexame na Assembleia-Geral das Nações Unidas provocou comentários indignados de grande parte dos diplomatas perante as falas autoritárias e mentirosas de Jair. Segundo Chade, um embaixador asiático chegou a questionar “Quando é a próxima eleição?”, demonstrando ansiedade para que o Brasil saia desse desgoverno retrógrado que combate inimigos imaginários enquanto ignora os problemas reais do país e do mundo.

Mais mentiras

 

“Hoje o Brasil está mais seguro e ainda mais hospitaleiro”, diz Bolsonaro ao citar que o número de homicídios está diminuindo no país. Não parece que fala do mesmo país que no final de semana se despediu de mais uma criança inocente vítima de violência policial, Agatha Vitória Sales Félix, que morreu com um tiro nas costas por conta da política de extermínio e uso de armas incentivadas por Jair.

Com elogios a Donald Trump e um discurso que remete aos tempos de Guerra Fria, Jair prega o retrocesso em todas as esferas. Ao citar versículos da Bíblia, Bolsonaro age também contra a Constituição de seu próprio país. O Brasil é um Estado laico e, por isso, seu representante deveria exalar neutralidade, sem destacar qualquer religião, principalmente em eventos internacionais onde estão presentes lideranças de todas as religiões do mundo. Jair se diz patriota, mas não consegue nem mesmo respeitar sua Constituição.

Bolsonaro discursou frases bizarras, absurdas e sem sentido. Um pseudo líder confuso que mistura religião e um combate ao que chama frequentemente de “ideologia” e que diz ser o grande mal do país. “A ideologia invadiu a alma humana expulsando Deus. Ela sempre deixou um rastro de ignorância e morte por onde passa”, afirmou. Com frases desse tipo num discurso vergonhoso transmitido para o mundo inteiro, Jair envergonha o povo brasileiro ao tentar justificar a destruição que provoca no país, desmontando estatais, prejudicando os mais pobres e instaurando a censura e o preconceito.

Algumas pérolas da vergonha Bolsonaro na ONU

Em plena ONU, Bolsonaro defende a ditadura militar!


E ainda diz que a Amazônia não está em perigo!




Jair Bolsonaro discursou na manhã desta terça-feira 24 na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA).


E a expectativa de que o Brasil pudesse passar pelo evento sem dar (mais um) vexame não se confirmou.

Logo no início de sua intervenção, Bolsonaro voltou a fantasiar sobre o socialismo e, de modo inacreditável, defendeu o Golpe Militar de 1964 e a ditadura que se seguiu a ele.

"[Os comunistas] tentaram mudar o regime, mas foram derrotados. Vencemos aquela guerra e resguardamos a nossa liberdade", disse Bolsonaro.

Conversa Afiada reproduz, de modo não literal, outras pérolas do presidente brasileiro nas Nações Unidas:

- apresento um novo Brasil, depois de estar à beira do socialismo

- no meu governo, o Brasil vem trabalhando para reconquistar a confiança do mundo

- em 2013, um acordo entre o PT e a "ditadura cubana" trouxe 10 mil médicos para um verdadeiro "trabalho escravo"

- já nos anos 1960, agentes cubanos foram enviados para diversos países para colaborar com a instalação de ditaduras

- tentaram mudar o regime, mas foram derrotados. Vencemos aquela guerra e resguardamos a nossa liberdade

- o Foro de São Paulo é uma organização criminosa criada para levar o socialismo à América Latina

- a economia está reagindo (sic), ao romper vícios e amarras de duas décadas

- meu governo tem o compromisso solene com a preservação ambiental (quá, quá, quá) e o desenvolvimento sustentável

- sofremos ataques sensacionalistas da mídia internacional

- um outro país se portou de modo desrespeitoso e com espírito colonialista

- um desses países, no G7, ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem sequer nos ouvir

- nossos nativos são seres humanos, como qualquer um de nós. Quero deixar claro que o Brasil não vai aumentar para 20% sua área demarcada como terra indígena

- Raoni e outros caciques são usados como peça de manobra por governos estrangeiros em uma guerra informacional

- nossa política é de tolerância zero com a criminalidade, inclusive com os crimes ambientais

- qualquer iniciativa de apoio à preservação da Floresta Amazônica deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira

- estamos prontos para, em parceria, aproveitar de forma sustentável todo o nosso potencial

- o Brasil reafirma seu compromisso intransigente com os mais altos padrões de direitos humanos, com a defesa da democracia e da liberdade

- seguiremos contribuindo com a construção de um mundo em que não haja impunidade para criminosos e corruptos

- Moro é símbolo do meu país

-  a Amazônia não está sendo devastada, nem consumida pelo fogo

- o Brasil que represento é um país que está se reerguendo e reconquistando sua confiança política e econômica

- durante as últimas décadas, nos deixamos seduzir por sistemas ideológicos de pensamento (sic)

- a ideologia invadiu nossos lares para investir contra a família

- o politicamente correto expulsou a racionalidade

- a ideologia invadiu a alma humana para expulsar Deus e a dignidade

- fui covardemente esfaqueado por um militante de esquerda e só sobrevivi por um milagre de Deus

Em tempo: não à toa, a hashtag #BolsonaroEnvergonhaOBrasil está nos trending topics do Twitter...

Em discurso na ONU, Bolsonaro escancara programa de ultradireita e anti-indígena

Em seu primeiro discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, presidente do Brasil também negou que Amazônia esteja sendo devastada: "É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade"

O presidente Jair Bolsonaro discursa na cerimônia de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira. MARY ALTAFFER (AP)

EL PAÍS


O presidente Jair Bolsonaro usou o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York para escancarar, diante do mundo, seu programa de ultradireita, pró-ditadura militar e anti-indígena para o Brasil. Para a audiência brasileira, não houve surpresa em relação às ideias que o capitão da reserva do Exército defende desde a campanha. O ultraconservador iniciou seu discurso reivindicando o golpe militar de 1964 que instalou uma ditadura militar no Brasil. Repetiu seu argumento, sem base na realidade, que sua chegada ao poder salvou o Brasil do "socialismo".

Em um discurso de pouco mais de meia hora e lida sem grandes interrupções, Jair Bolsonaro desafiou os críticos de sua política ambiental e discurso contra multas ambientais, para dizer que as queimadas recordes nos últimos cinco anos no país e na Amazônia, medidas por órgãos oficiais, são infladas pela mídia global que deseja atacá-lo.

"É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade", disse, em uma crítica ao francês Emmanuel Macron. O presidente brasileiro também repetiu ao mundo que não haverá nova demarcação de terras indígenas no Brasil e ainda atacou a extensão das atuais.

Morador de Garanhuns é preso em São Caetano após roubar ambulância do Dom Moura para fugir só de toalha






Um homem foi preso após roubar e fugir numa ambulância do Hospital Regional Dom Moura, após ser atendido em um hospital em Recife. De acordo com a Polícia Militar, José Leonardo Ferreira da rocha, de 26 anos sofreu um acidente em Garanhuns e foi socorrido para o Hospital Dom Moura na cidade.

Após o atendimento, o médico decidiu transferir o homem para o Hospital da Restauração no Recife, onde foi atendido e liberado. Ao receber alta José, o motorista da ambulância e uma enfermeira voltavam para Garanhuns quando pararam para lanchar. Quando os dois profissionais desceram do veículo, José Leandro ligou a viatura e fugiu.


A Polícia Militar foi acionada e conseguiu prender o suspeito em São Caetano. José foi levado para Delegacia de Plantão de Caruaru e ao chegar no local a polícia descobriu que ele tem um mandado de prisão em aberto por um homicídio cometido em Garanhuns no ano de 2015.

O homem foi levado para Delegacia de Belo Jardim, que é responsável pela área de atuação das ocorrências que acontecem em São Caetano, onde foram tomadas as medidas cabíveis.

Com informações e imagens do Caruaru no Face.

Fala mentirosa, odiosa, desastrosa e falsa de Bolsonaro piora a imagem do Brasil no mundo

Falsa e desastrosa, fala de Bolsonaro na ONU só piora imagem do Brasil. Por Kennedy Alencar

POR KENNEDY ALENCAR

Numa primeira avaliação, o discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU foi falso e terá impacto danoso para a imagem internacional do Brasil. Foi falso porque negou a realidade que os dados mostram e que o mundo inteiro conhece: cresceram o desmatamento e as queimadas na Amazônia no primeiro ano da administração Bolsonaro. Além de falso, o discurso foi desastroso.

A verdade: está em curso no Brasil uma política de desmonte da proteção ambiental criada ao longo das últimas três décadas. Foram enfraquecidos órgãos de fiscalização, como o Ibama e o ICMBio. Ricardo Galvão, um cientista respeitado, foi derrubado da direção do Inpe por dizer a verdade: cresceu a devastação da floresta tropical brasileira, conforme alertas do sistema Deter.

Há sinais públicos e notórios de estímulo a fazendeiros e garimpeiros ilegais dados por Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Esse ministro adota políticas contra avanços ambientais. Bolsonaro faltou com a verdade ao dizer que a mídia mente sobre a devastação na Amazônia.

Bolsonaro destacou a soberania brasileira sobre a Amazônia. Ora, essa soberania não está em questão. É teoria conspiratória alimentada por setores das Forças Armadas.

É uma visão obtusa num mundo que sofre com o aquecimento global, algo negado por nosso ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A solução é global. São legítimas as preocupações internacionais sobre a Amazônia. A proteção da floresta tropical interessa a cidadãos do mundo, mas sobretudo aos brasileiros, que poderão sofrer consequências negativas na agricultura e no abastecimento de água se a Amazônia for devastada a um ponto que impeça ou torne muito difícil a sua sobrevivência.

O que está em questão, portanto, é a preservação da Amazônia. Também importa o fortalecimento da fiscalização que foi deliberadamente enfraquecida pelo atual governo. Mas Bolsonaro e Salles adotam caminho contrário ao meio ambiente. Os satélites da Nasa e a comunidade científica mundial têm como averiguar os dados da devastação no Brasil.

Esse negacionismo de Bolsonaro, num tom duro, com cores religiosas e claramente irrealista diante de 193 mandatários estrangeiros e seus representantes, só vai piorar a imagem brasileira no exterior. O mundo já percebeu que Bolsonaro, além de autoritário e demagogo de extrema-direita, é um inimigo da preservação ambiental e do combate ao aquecimento climático. Seu discurso aprofundou essa percepção perante líderes mundiais na abertura hoje da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Fala desastrosa

Bolsonaro disse que seu governo tem “compromisso solene com a preservação do meio ambiente”. Culpou o clima seco e falou em “queimadas espontâneas”. Falou em ataques sensacionalistas da imprensa internacional, que retratou a realidade do que acontece lá. Sugeriu que o presidente da França, Emmanuel Macron, comportou-se com espírito irrealista, num tom nada conciliador. Alfinetou França e Alemanha, fundamentais para o acordo União Europeia-Mercosul, sair do papel

Sugeriu que continuará com medidas para implementar atividades econômicas em reservas indígenas e que não demarcará mais áreas desse tipo. Falou que cacique Raoni é usado por países estrangeiros. Atacou ONGs que desejariam manter os índios “como homens da caverna”. Afirmou que fará “nova política indigenista” no Brasil. Negou retrocessos sociais em direitos humanos e na política de segurança pública.

Além de falso, o discurso é desastroso do ponto de vista da imagem internacional. Irrealista, agressivo em relação a países que enxergariam o Brasil “como colônia”.

Soou absurdo o presidente dizer que “meu país esteve muito próximo do socialismo” e sugerir que cubanos do programa Mais Médicos seriam agentes socialistas parecidos com espiões de Cuba nos anos 60. O Brasil nunca esteve próximo do socialismo. Isso é mentira. É totalmente insensata essa ideia de risco socialista no Brasil e na América Latina. Pega mal internacionalmente, parece paranoico e antiquado.

As medidas para frear órgãos de controle adotadas por Bolsonaro, como escolher um procurador-geral da República do bolso colete, tira autoridade do presidente para falar de corrupção. O presidente hoje é um inimigo da Lava Jato.