quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Bom dia...

Bom dia!

Quarta-feira, 25 de setembro de 2019. Hoje é Dia de São Cléopas, Nacional do Trânsito e do Rádio. Vivemos a Primavera brasileira.

Na história:

Em 1919, era inaugurado o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro.

Em 1923, Roquete Pinto fundava a primeira emissora de Rádio do Brasil, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

Em 1991, a Justiça condenava a União pela morte por AIDS de Chico Mário, músico hemofílico, irmão de Henfil e Betinho.

Em 1992, PC Farias era indiciado por nove crimes.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

A visão de líderes indígenas sobre discurso de Bolsonaro na ONU

'Ofensivo', 'racista' e 'paranoico'


João Fellet - @joaofelletDa BBC News Brasil em São Paulo



Image captionPara O-é Kayapó, líder na Associação Floresta Protegida (AFP), no Pará, indígena levada por Bolsonaro à ONU 'só tem o apoio da própria família' entre comunidades do Xingu

"Lamentável", "ofensivo", "racista" e "paranoico" foram alguns dos adjetivos com que lideranças de algumas das principais organizações indígenas brasileiras classificaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24/9).


A BBC News Brasil ouviu líderes da Associação do Território Indígena do Xingu (Atix), da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), da Associação Floresta Protegida (AFP) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) — entidade que agrega associações de todas as regiões do país e representa os 305 povos indígenas brasileiros.

Todos repudiaram o discurso de Bolsonaro, defenderam o cacique Raoni Metuktire de críticas feitas pelo presidente e afirmaram que Ysani Kalapalo — jovem indígena que integrou a comitiva presidencial na ONU — não tem representatividade no movimento indígena brasileiro.

Líderes indígenas brasileiros que estão em Nova York para a Cúpula Climática da ONU convocaram uma coletiva de imprensa para se pronunciar sobre a fala do presidente.


Bolsonaro se referiu várias vezes aos indígenas brasileiros ao defender as políticas de seu governo em relação à Amazônia e ao criticar o que ele considera uma ingerência indevida de estrangeiros na região..


Ele fez a primeira menção aos grupos ao se referir às queimadas na Amazônia, tema que ganhou o noticiário global nos últimos meses. Bolsonaro disse que "o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas" nesta época do ano, e que "existem também queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e forma de sobrevivência".

Coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara diz que comunidades nativas fazem, sim, pequenas queimadas para abrir roças, mas que "o incêndio florestal (de larga escala) não é uma cultura dos povos indígenas".

"Ele utiliza essa informação sobre nossas queimadas para esconder todo o desmonte da política ambiental autorizado por ele", afirma Guajajara, que foi candidata a vice-presidente na chapa liderada por Guilherme Boulos (PSOL) na eleição de 2018, vencida por Bolsonaro.

A maioria dos incêndios que consomem florestas brasileiras nos últimos meses tem ocorrido fora de terras indígenas. Por estarem mais preservadas, essas áreas retêm mais umidade e estão menos sujeitas a queimadas descontroladas.

Direito de imagemARQUIVO PESSOALImage captionMarivelton Baré, presidente da FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), diz que fala de Bolsonaro na ONU é 'paranoica'

Dados imprecisos

Ao citar os indígenas brasileiros na ONU, Bolsonaro usou dados que destoam de informações de órgãos do governo. O presidente disse que existem no Brasil "225 povos indígenas, além de referências de 70 tribos vivendo em locais isolados". Segundo o IBGE, porém, há 305 povos indígenas no Brasil, e, segundo a Funai, há registros de 107 povos isolados.

Bolsonaro disse ainda que "o Brasil não vai aumentar para 20% sua área já demarcada como terra indígena, como alguns chefes de Estados gostariam que acontecesse" — mas não citou quais líderes teriam esse interesse, nem disse de onde tirou a menção aos 20%.

Um dos trechos do discurso que causaram mais revolta entre os entrevistados foi a crítica que Bolsonaro fez ao cacique Raoni Metuktire, líder do povo caiapó reconhecido como um dos maiores ativistas da causa indígena no Brasil e no mundo.

Nas últimas semanas, um grupo de antropólogos, ambientalistas e indígenas brasileiros propôs a indicação de Raoni ao Prêmio Nobel da Paz por sua atuação em prol da defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas.

Segundo Bolsonaro, porém, Raoni é um exemplo de líderes que são usados "como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia".

"O discurso do presidente é uma ofensa muito grave aos povos indígenas. Ofende o reconhecimento e o trabalho que Raoni vem fazendo durante mais de 40 anos na defesa de direitos dos indígenas", rebate Yanukula Kaiabi Suiá, presidente da Associação Terra Indígena do Xingu (Atix).

A associação representa os 16 povos indígenas que habitam o Território Indígena do Xingu (MT), entre as quais a etnia kalapalo, à qual pertence a indígena levada por Bolsonaro à ONU.

A presença de Ysani Kalapalo na comitiva presidencial foi duramente criticada pelo representante da Atix e pelos outros líderes entrevistados, que destacaram a falta de representatividade da convidada no movimento indígena brasileiro.

Em carta divulgada após o anúncio de que Ysani integraria a delegação presidencial, a Atix disse que "o governo brasileiro ofende as lideranças indígenas do Xingu e do Brasil ao dar destaque a uma indígena que vem atuando constantemente em redes sociais com objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil".

Ysani, que nasceu no Território Indígena do Xingu e hoje passa a maior parte do tempo em São Paulo, ganhou notoriedade com um canal no YouTube no qual expõe visões políticas de direita e o apoio a posições de Bolsonaro.

O presidente citou diversas vezes a indígena em seu discurso, mas errou a pronúncia de seu nome: ele a chamou de Yzaní, embora o correto seja Yssâni.

Ao mencioná-la, Bolsonaro leu uma carta do Grupo de Indígenas Agricultores, única organização indígena a se manifestar publicamente em favor da presença de Ysani na comitiva.

O grupo disse que "o ambientalismo radical e o indigenismo ultrapassado e fora de sintonia com o que querem os povos indígenas representam o atraso, a marginalização e a completa ausência de cidadania".

A carta é assinada por supostos líderes de comunidades favoráveis a mudanças na legislação sobre terras indígenas e a abertura dos territórios para a exploração econômica em larga escala.

Todos os líderes ouvidos pela BBC dizem que as posições chanceladas pelo Grupo de Indígenas Agricultores são minoritárias entre os povos indígenas brasileiros, a maioria dos quais defende a preservação da floresta e os modos de vida tradicionais dos grupos.

Para O-é Kayapó, representante da Associação Floresta Protegida (AFP), entre as dezenas de milhares que indígenas que vivem na bacia do Xingu, Ysani só tem o apoio de sua própria família.

"Ysani tem um pensamento muito ao contrário da maioria do povo que vive nas aldeias. Por ela ter crescido na cidade, acabou confundindo ou se perdendo entre as duas culturas branca e indígena", afirma.

Ela diz ainda que o Grupo de Indígenas Agricultores é desconhecido pela grande maioria das comunidades.

Direito de imagemREPRODUÇÃO/YOUTUBEImage captionYsani Kalapalo ganhou notoriedade com um canal no Youtube no qual expõe visões políticas de direita

'Homens das cavernas'

Em seu discurso, Bolsonaro disse ainda que "algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas".

Para O-é Kayapó, ao se referir aos indígenas como "nossos índios", Bolsonaro assume a mesma postura de tutela que ele atribui às ONGs. "Nós não somos posse do presidente Bolsonaro."

Sônia Guajajara, da Apib, diz que a relação que Bolsonaro estabelece entre indígenas e homens das cavernas é "racista e revela seu desrespeito quanto aos diferentes modos de vida dos povos indígenas".

Para Marivelton Baré, presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), entidade que representa 23 etnias no Amazonas, "é Bolsonaro quem ainda parece viver nas cavernas".

"Ele diz que nós queremos ingressar na sociedade, mas a gente já faz parte da sociedade, mas sem esquecer nossa cultura e sem buscar uma integração total. Nós lutamos pelo nosso modo de ser", afirma.

ONGs e riquezas minerais

Ao criticar as ONGs, Bolsonaro exaltou os depósitos minerais que estão nas terras indígenas e disse que a demarcação dessas áreas atenderia a interesses estrangeiros por impedir o Brasil de explorar essas áreas.

Ele disse que "o índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terras ricas" e afirmou, sem citar fontes, que as terras indígenas Yanomami e Raposa/Serra do Sol são "as mais ricas do mundo".

"Isso demonstra que os que nos atacam não estão preocupados com o ser humano índio, mas sim com as riquezas minerais e a biodiversidade existentes nessas áreas", disse o presidente.

Para Baré, da FOIRN, o discurso do presidente é "paranoico". "As riquezas minerais sempre estiveram nos nossos territórios sagrados", afirma ele.

Marivelton diz ainda que as ONGs "são parceiros de trabalho que nos ajudam a desenvolver atividades e respeitam nossa forma de existência".

"Bolsonaro deveria respeitar nossas escolhas sobre os grupos com quem queremos trabalhar. Ele só critica as organizações filantrópicas e não mostra nenhuma proposta alternativa para implementar políticas públicas para os povos indígenas", diz o representante dos povos indígenas rio-negrinos.

Lava Jato também bloqueia bens do ex-governador Eduardo Campos e do ex-senador Sérgio Guerra




Da Redação do Blog


O bloqueio da Justiça federal também atingiu o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB). No espólio de Eduardo Campos foram bloqueados R$ 258.707.112,76 e, no de Sérgio Guerra, cerca de R$ 107.781.450,0.

Dois esquemas que desviaram verbas da Petrobras foram descritos na ação que tramita na Justiça Federal.Um deles envolve contratos vinculados à diretoria de Abastecimento, principalmente contratos com a construtora Queiroz Galvão. Esses contratos foram firmados individualmente ou por intermédio de consórcios.

Outro contrato é relacionado ao pagamento de propina no âmbito da CPI da Petrobras, em 2009.

O MPF explicou que a força-tarefa da Lava Jato e a Petrobras consideraram as atividades ilícitas como atos de improbidade e, por isso, foram pedidas a sanção de ressarcimento ao erário e a condenação à compensação dos danos morais e coletivos.

O blog está tentando contado o PSB e PSDB.

Documentos apreendidos no Senado citam empreiteira acusada de propina a FBC, diz jornal

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado


Fillipe Vilar

Os documentos encontrados pela Polícia Federal no gabinete da liderança do governo no Senado, na última quinta (19), teriam citações a Paulista S/A, empreiteira investigada por supostos pagamentos de propina ao senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

O material foi encontrado no computador de João Paulo Recco de Faveri, assessor parlamentar do gabinete. Os agentes também apreenderam agendas com anotações, outros computadores e HDs.

FBC e seu filho, o deputado federal Fernando Filho (DEM-PE), são suspeitos de receber R$ 5,538 milhões de quatro empreiteiras – OAS, Paulista, Constremac e Barbosa Mello. Eles foram alvos da Operação Desintegração , deflagrada por decisão monocrática do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No gabinete de Fernando Filho, a PF apreendeu um envelope contendo comprovantes de diversos depósitos.

Reagindo à operação, a presidência do Senado anunciou que vai ao Supremo contra a missão que a PF executou por determinação de Barroso.

Acusações

De acordo com as investigações da PF, os pagamentos teriam sido feitos entre 2012 e 2014. Na época, FBC era ministro da Integração Nacional do governo Dilma Roussef (PT). O então ministro era responsável pela contratação de grandes obras na região Nordeste, como a Transposição do Rio São Francisco e o Canal do Sertão.

Em delação, o empresário João Carlos Lyra disse ter recebido em 18 de setembro de 2012, na sede da Paulista, em São Paulo, R$ 330 mil supostamente destinados ao senador. Ele também afirmou ter feito transferências para contas indicadas por Iran Padilha Modesto, homem de confiança de FBC.

A PF afirma que Lyra teria sido auxiliado na movimentação dos recursos no Recife pelo escritório de advocacia Morales & De Paulo. Nos autos das investigações, a companhia aérea TAM encontrou passagens emitidas em setembro de 2012, entre São Paulo e Recife.

“Também os dados bancários comprovam os créditos efetuados pela MRTR Gestão Empresarial, uma das contas operadas pelo escritório Morales & de Paula, em favor de João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho justamente no período por ele mencionado”, diz a Polícia Federal.

De acordo com a PF, ‘foi possível comprovar o destino dos recursos mencionados pelo colaborador, conforme orientações recebidas de Iran Padilha Modesto’.

Uma delas no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), transferidos em 28/09/2012 da conta pessoal de JOÃO CARLOS LYRA mantida no banco Santander para Bruno Cristiano Gusmão.. Outras duas retiradas de cheque, na boca do caixa, contra a mesma conta pessoal do colaborador no banco Santander no valor de R$ 15.00,00 (quinze mil reais) ocorridas em 25/09/2012.

Segungod quebra do sigilo bancário, os referidos cheques foram depositados na conta de RENA BUARQUE DE GUSMÃO. 

A polícia detectou um saque de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ocorrido no dia 19/09/2012 da conta pessoal do colaborador João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, no banco Bradesco. Além de três transferências no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) cada para a empresa Arrow Comercial LTDA, apontada por Artur Roberto Lapa Rosal em contrapartida à correspondente entrega de recursos em espécie .

Dessa forma, teria-se a comprovação da movimentação no valor de R$ 280.000,00, em favor de FBC.

Discurso no senado

Em discurso na sessão do Congresso Nacional desta terça-feira (24), o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, criticou a operação da qual foi alvo na última quinta (19). “Se os fatos remontam ao ano de 2014, por qual motivo incluir o gabinete da liderança entre os locais da busca senão impor ao governo Bolsonaro um constrangimento?”, questionou na tribuna.

ação da Polícia Federal foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O cumprimento de mandados de busca e apreensão no Senado gerou reação do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

“Está claro que fui vítima de uma operação política articulada para atingir o Congresso e o governo Bolsonaro, do qual tenho a honra de ser líder”, disse Fernando Bezerra Coelho. “A presença da Polícia Federal no gabinete da liderança é uma afronta, um atentado contra independência dos poderes”.

“Não podemos esquecer que essa operação ocorre no momento em que o Senado avança com a agenda econômica e está na iminência de votar a reforma da Previdência“, afirmou ainda o senador. “Me parece que essa operação é deliberadamente uma tentativa de reavivar velhas práticas criminalizar a política, como se não fosse a política o único caminho para solucionar os problemas do país. Merece, sim, a contundente reação desta Casa. O Brasil precisa sair do atoleiro econômico e se distanciar do passado, em que os equívocos acabaram por mergulhar o país numa crise institucional”.

Para FBC, a operação foi um “ato flagrantemente inconstitucional” e classificou a decisão de Barroso como um “abuso”. O parlamentar enfatizou que o Ministério Público Federal (MPF) foi contrário ao pedido da PF para fazer as apreensões no gabinete.

A investigação da PF apura supostas irregularidades em obras da transposição do Rio São Francisco e do Canal do Sertão, no período em que o emedebista era ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff (PT).

O inquérito foi aberto com base no conteúdo de delações premiadas no âmbito da Operação Turbulência, que apurou a compra do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que era aliado de Fernando Bezerra Coelho. O socialista morreu em 2014, na queda da aeronave, durante a sua campanha presidencial.

FBC negou irregularidades. “Pela ausência de elementos comprobatórios, terá o mesmo destino de outras acusações que enfrentei: o arquivamento, inclusive por força de decisão do Supremo Tribunal Federal. Que fique claro, senhores parlamentares: não temo as investigações. Digo com veemência que jamais excedi os limites impostos pela lei e pela ética”, afirmou o senador.

Alcolumbre abre fogo e vota para derrubar vetos de Bolsonaro à Lei de Abuso

Parlamentares analisam mais de 15 vetos à lei que pune abuso de juízes e procuradores; se Congresso derrubá-los, presidente e Moro sofrerão derrota

Por Estadão Conteúdo



Davi Alcolumbre: presidente do Senado votou pela derrubada de vetos de Bolsonaro  (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), votou nesta terça-feira, 24, para que todos os vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei do abuso de autoridade sejam derrubados. A votação está sendo realizada em sessão do Congresso Nacional, que reúne a Câmara e o Senado.

O voto de Alcolumbre foi fotografado pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, quando o presidente do Senado registrava a cédula com seu posicionamento no plenário da Câmara. Foram pautados mais de 15 vetos presidenciais à lei que pune o abuso de juízes, procuradores e policiais. Se o Congresso derrubá-los, Bolsonaro – que está em Nova York para os debates da Assembleia Geral da ONU – e o ministro da Justiça Sergio Moro serão derrotados.


A votação desta terça está sendo vista como uma reação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que na quinta-feira autorizou buscas e apreensões em gabinetes e endereços ligados ao líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e ao deputado Fernando Filho (DEM-PE).

Os primeiros sinais de que o Congresso está mesmo disposto a derrubar os vetos de Bolsonaro foram dados no fim da manhã, quando Alcolumbre e outros senadores se reuniram com o presidente do Supremo, Dias Toffoli, para pedir que a Corte anule a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, que autorizou a operação de busca e apreensão em gabinetes do Congresso. O Senado entrou com ação neste sentido.

Congresso derruba 18 dos 33 vetos de Bolsonaro à Lei de Abuso de Autoridade


- Luis Macedo/Câmara dos Deputados




Após a votação dos vetos, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, encerrou a sessão e convocou uma nova para a quarta-feira à tarde. Votação foi vista com reação ao STF


Por Simone Kafruni

Após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ter apresentado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, um recurso pedindo a suspensão da decisão que permitiu uma operação de busca e apreensão no Congresso Nacional contra o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o Parlamento brasileiro decidiu rejeitar 18 dos 33 vetos do presidente Jair Bolsonaro à Lei de Abuso de Autoridade. Bezerra foi alvo de operação da Polícia Federal que apura desvios em obras públicas do Ministério da Integração Nacional, comandada pelo parlamentar entre 2011 e 2013. A votação dos vetos foi vista como uma reação.

Para Alcolumbre foi um fato contra o Poder Legislativo e contra o Poder Executivo. O presidente do Senado tentou rejeitar todos os vetos do presidente à lei de abuso, mas a votação acabou sendo realizada por meio de cédulas, com manutenção de 15 dos vetos presidenciais, nominais. Após a apreciação, Alcolumbre decidiu encerrar a sessão do Congresso Nacional e convocou outra para quarta-feira (25/9) às 16h. O Parlamento ainda precisa avaliar outros vetos, como o da franquia de bagagem nos voos domésticos, para limpar a pauta e votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020, o PLN 5/2019.

Rejeitados

Um dos vetos rejeitados foi em relação ao artigo 3º, que admite ação penal privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal

Outro veto derrubado determina que a ação privada subsidiária será exercida no prazo de seis meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. O veto ao artigo que decreta medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais também foi rejeitado, assim como o que vetava relaxar a prisão manifestamente ilegal, vetado pelo presidente. 

Outros vetos derrubados tratam dos seguintes artigos da lei: substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível; produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro; deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão; deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função. 

O artigo que impede, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado, vetado pelo presidente, foi rejeitado, assim como o que incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.

O veto ao artigo que dá início ou procede à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente foi derrubado, assim como negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível.

O Congresso também derrubou os vetos ao artigo 38, que determinar antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação e ao artigo 7º, que versa sobre constituir crime violar direito ou prerrogativa de advogado.

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Paulo Câmara defende um planeta mais humano



O governador Paulo Câmara participou, hoje, de uma série de eventos da Semana do Clima de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Como representante do Consórcio Nordeste - que reúne os nove Estados da região – ele assinou a Carta de Santa Fé, reforçando o compromisso de Pernambuco e do Nordeste com o desenvolvimento sustentável e a construção de uma agenda ambiental avançada. Ao discursar no encontro com líderes do Under 2 Coalition, o governador afirmou representar os 56 milhões de nordestinos e os outros milhares de brasileiros que não desejam a destruição das florestas, as agressões à natureza e à vida no planeta, e sim a busca de novos rumos para o futuro.


"Vamos, juntos, fazer com que esse nosso compromisso saia do papel e ganhe o mundo, e vamos trabalhar para formar e consolidar a coalizão dos Estados, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos", afirmou Paulo Câmara, advertindo que o Nordeste não aceitará, passivamente, a adoção de medidas ultrapassadas, criminosas e ambientalmente irresponsáveis. "Estamos assumindo posições e ações que nos permitam avançar no que for possível e também atuar para barras os retrocessos. Somos muitos no nosso País, atentos a esse debate, inquietos com as ameaças que a própria humanidade e algumas lideranças têm causado ao meio ambiente", reforçou.


O governador reafirmou sua disposição de dedicar esforços, estudos e experiências no combate aos processos destrutivos e na construção de alternativas renováveis para proteger e conviver de forma saudável com os recursos naturais. "Isso não se efetiva sem uma política clara, com ações contundentes a favor de um meio ambiente protegido, com trocas positivas, e jamais na agressão, exploração e destruição. Uma ideia não pode abrir mão de gestos, de atitude e de coragem para enfrentar interesses mesquinhos, imediatistas e materialistas", disse.


Paulo Câmara destacou ainda que Pernambuco tem fortalecido as estruturas públicas na área ambiental, e criticou as lideranças brasileiras que vêm seguindo uma contracorrente, caminhando no sentido inverso ao que a história ensina, contrário ao futuro. E fez um alerta: "Não há espaço para arrependimentos. O mal que se faz ao ambiente é um dano cada vez mais irreversível. É uma autodestruição".


Ressaltando que a ONU tem uma agenda positiva dedicada aos movimentos sustentáveis, apontando o ano de 2030 como um marco, o governador assegurou que esse referencial está presente em Pernambuco e no Nordeste, que seguem os caminhos universalmente pactuados. "Buscamos um futuro em que crianças não precisem faltar às aulas para fazer greve, tentando alertar os adultos de que eles estão promovendo uma ameaça em escala global", afirmou.


Por último, Paulo Câmara informou que o Fórum Pernambuco de Mudanças Climáticas está ativo e que foi implantado o Plano Estadual Ambiental, dentro dos preparativos do Estado para sediar, em novembro próximo, a Conferência Nacional de Mudanças Climáticas, prévia da COP 25. "A nossa política é de construção com respeito, diálogo e responsabilidade com Pernambuco, o Nordeste, o Brasil e com um mundo melhor. Nada diferente disso é aceitável. Somos defensores dos movimentos coletivos, da mobilização e da união. Não ficaremos insensíveis aos apelos de tantos, no mundo inteiro", completou.


Presidente da Câmara dos EUA anuncia abertura de processo de impeachment contra Trump

Presidente é acusado de tentar recrutar poder estrangeiro para interferir a seu favor na eleição de 2020. Ele teria pedido para presidente da Ucrânia ajudar seu advogado a investigar filho de Joe Biden, principal pré-candidato democrata e seu possível adversário em eleição presidencial.

Por G1

O presidente americano, Donald Trump, durante discurso nesta terça-feira (24) na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. — Foto: Carlo Allegri/Reuters

A presidente da Câmara de Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, anunciou nesta terça-feira (24) a abertura de um processo formal de impeachment contra o presidente Donald Trump.

A acusação é de que ele violou a lei ao tentar recrutar um poder estrangeiro para interferir a seu favor na eleição de 2020. "Ninguém está acima da lei", afirmou Pelosi em uma declaração na TV.

Em 25 de julho, Trump teria pedido ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que colaborasse com seu advogado pessoal, Rudolph Giuliani, em uma investigação sobre Hunter Biden – filho do ex-vice-presidente Joe Biden – que integrou o conselho de uma empresa de gás ucraniana.

Segundo um agente de segurança do governo americano que revelou o conteúdo da conversa, Trump disse oito vezes a Zelensky que ele deveria colaborar com essa investigação. Em entrevista à CNN, Giuliani admitiu que houve pressão à Ucrânia. "Claro que fiz isso", afirmou. E, em seguida, comentou no Twitter que Trump agiu corretamente no telefonema.

A ligação ocorreu no momento em que a Ucrânia aguardava a aprovação de um pacote de ajuda militar dos EUA no valor de US$ 250 milhões. A verba foi ratificada no mês seguinte pelo Congresso, mas suspensa logo depois pela Casa Branca, conforme informa a colunista Sandra Cohen.

Joe Biden é o principal pré-candidato democrata às eleições presidenciais de 2020 e lidera as pesquisas de opinião, sendo considerado a principal ameaça a uma reeleição de Donald Trump.

Segundo a rede CNN, o filho de Joe Biden, Hunter Biden, trabalhou na empresa ucraniana Burisma Holdings –que, de fato, esteve sob investigação. Não houve, entretanto, nenhuma revelação de que o filho do pré-candidato democrata tivesse participado do esquema de corrupção que levou à queda de um procurador da Ucrânia em 2016.

Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden, assiste a debate em que o pai participou em 2012 — Foto: Pablo Martinez Monsivais/Arquivo/AP Photo

Conteúdo do telefonema

Inicialmente, Trump se recusou a comentar o conteúdo da conversa com o presidente ucraniano, afirmando apenas que teve uma "conversa apropriada, como sempre". "Não interessa o que eu discuti", disse, na sexta-feira.

Depois, ele admitiu que falaram sobre Biden. "A conversa que tive foi principalmente congratulatória, principalmente sobre corrupção, toda a corrupção acontecendo e principalmente sobre o fato de que não queremos nosso povo, como o vice-presidente Biden e seu filho, criando a corrupção que já existe na Ucrânia", disse.

Nesta terça, porém, após dias de pressão para que divulgasse a transcrição do diálogo, ele cedeu. Pelo Twitter, Trump afirmou que o teor do telefonema poderá ser divulgado na quarta-feira de forma "completa, sem nenhuma classificação e sem edição".

"Vocês vão ver que foi uma ligação muito amigável e completamente apropriada. Nenhuma pressão e, diferentemente de Joe Biden e seu filho, sem quiproquó!", escreveu Trump.

Impeachment

Antes contrário a um pedido de impeachment, o presidente democrata do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, Adam Schiff, deu a entender no programa "State of the Union", da CNN, que o caso poderia fazer com que mudasse de ideia. "Se o presidente está essencialmente retendo ajuda militar ao mesmo tempo em que está tentando coagir um líder estrangeiro a fazer algo ilícito, a fornecer sujeira sobre seu oponente durante uma campanha presidencial, então este pode ser o único remédio que é equivalente ao mal que essa conduta representa", disse Schiff.

Mas, embora o Partido Democrata tenha maioria na Câmara, o pedido de um processo de impeachment também precisa ser aprovado pelo Senado, de maioria republicana, onde o cenário é mais favorável ao presidente Trump.