segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Raquel Lyra demite secretária de Educação



Blog do Mário Flávio


Por meio de nota, a Prefeitura de Caruaru confirmou a mudança na Secretaria de Educação. Marta Medeiros foi exonerada e será substituída pelo secretário Henrique Oliveira. A saída de Marta se deu após vários problemas envolvendo a Pasta, como merenda escolar, reformas em períodos inadequados e questões estruturais. Segue abaixo a nota da Prefeitura na íntegra.


NOTA OFICIAL


A Prefeitura de Caruaru informa que as secretarias de Educação e de Administração terão novos titulares a partir desta terça-feira, dia 08/10. Na Educação assume a pasta Henrique Oliveira, que era titular da Secretaria de Administração. Ele será substituído por Ana Maraíza, que acumulará a Secretaria de Administração com a presidência do CaruaruPrev. A prefeita Raquel Lyra agradece os serviços prestados pela ex-secretária Marta Medeiros.


Prefeitura de Caruaru


Hernane desperdiça pênalti e Sport fica no 1×1 com o CRB

Foto: Anderson Stevens/Sport


Filipe Farias

Em mais uma partida que apresenta oscilação entre os dois tempos, o Sport acabou amargando mais um empate na Série B. Desta vez, os rubro-negros ficaram no 1×1 com o CRB, nesta segunda-feira (7), no estádio Rei Pelé, em Maceió, pela 27ª rodada. Os gols da partida foram marcados por Guilherme, para os pernambucanos, e Edson Cariús, para os alagoanos.

Com o ponto conquistado, o Leão chegou aos 46 pontos e assumiu temporariamente a vice-liderança (o Atlético-GO joga nesta terça-feira e pode recuperar a posição). A equipe leonina volta a campo na próxima sexta-feira (11), quando encara o São Bento, às 19h15, na Ilha do Retiro, pela 28ª rodada da Segundona.

O JOGO

Assim como aconteceu diante do Vitória, o Sport mais uma vez fez um primeiro tempo burocrático, apresentando muita dificuldade na saída de bola, errando muitos passes e sem criatividade ofensiva. Diante disso, como o CRB tinha por objetivo retornar ao G-4, tratou logo de impor seu jogo. Se aproveitando a insegurança defensiva rubro-negra, principalmente de Maílson, Rafael Thyere e Adryelson, a equipe regatiana fazia uma marcação alta, obrigando a zaga leonina a espanar a bola e logo recuperar a posse.

A primeira chance do CRB aconteceu logo aos 11 minutos, quando após cobrança de escanteio, o zagueiro Wellington Carvalho cabeceou dentro da pequena área para o chão, mas Maílson defendeu com o pé em cima da linha e depois segurou – poderia ter saído para socar a bola, mas como vem sendo bastante contestado, a insegurança tem o impedido de sair debaixo das três traves com confiança.

O Sport se mostrava inoperante ofensivamente… Tanto que, até os 38 minutos, não tinha finalizado nenhuma bola na meta de Fernando Henrique. Porém, aos 39, a jogada perfeita. Pedro Carmona viu bem Guilherme entrando em velocidade por trás da zaga do CRB e fez lindo lançamento. O camisa 11 entrou livre na área e finalizou com precisão: 1×0.

Atrás do placar, os alagoanos voltaram para o segundo tempo se expondo ainda mais. E, por pouco, o Leão não conseguia ampliar o marcador nos primeiros minutos. Logo aos quatro, Guilherme disparou em contra-ataque pela esquerda e rolou para Pedro Carmona finalizar no contra-pé de Fernando Henrique, mas o goleiro regatiano esticou a perna e defendeu com o pé.

O CRB seguia pressionando o Sport e quase chega ao empate aos 15 minutos. Edson Cariús recebeu dentro da área e finalizou forte para a defesa de Maílson. A pressão alagoana surtiria efeito sete minutos depois… Alisson Farias recebeu com liberdade na esquerda e cruzou na medida para Edson Cariús se jogar na bola e empurrar para a rede: 1×1.

A equipe rubro-negra teve uma grande oportunidade de ficar na frente do placar novamente. Aos 32, Hernane é derrubado pelo zagueiro Victor Ramos na área, pênalti. Na cobrança, o camisa 9 manda a bola na trave. Mesmo com as duas equipes se lançando ao ataque em busca do segundo gol, o placar se manteve em igualdade.

Ficha do jogo

CRB

Fernando Henrique; Daniel Borges, Wellington Carvalho, Victor Ramos e Igor Cariús; Claudinei, Lucas Siqueira, Iago (Willie) e Hugo Sanches (Willians Santana); Alisson Farias e Léo Ceará (Edson Carius). Técnico: Marcelo Chamusca.

SPORT

Maílson; Raul Prata, Rafael Thyere, Adryelson e Sander; Willian Farias, Charles e Pedro Carmona (Léo Arthur); Guilherme, Yan (Marcinho) e Hernane Brocador (Elton). Técnico: Guto Ferreira.

Local: estádio Rei Pelé, em Maceió (AL).
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ).
Assistentes: Carlos Henrique Cardoso de Souza e Lilian da Silva Fernandes Bruno (ambos do RJ).
Gols: Guilherme, aos 39 minutos do 1º tempo. Edson Cariús, aos 22, do 2º tempo.
Cartões amarelos: Victor Ramos (CRB), Hernane, Guilherme e Elton (SPO).

Homem é encontrado morto com tiros na cabeça em Caruaru



Principal suspeito é o irmão da vítima, que é menor de idade

NE10 INTERIOR

Por Antonio Virginio Neto


Principal suspeito é o irmão da vítima, que é menor de idade (Reprodução/NE10 Interior)

Um homem de 21 anos foi morto com tiros na cabeça na manhã desta segunda-feira (7), no bairro São Francisco, em Caruaru. Segundo informações da Polícia Militar (PM), o principal suspeito do crime é o irmão da vítima, que seria um menor de idade.

Câmeras de segurança flagraram o momento em que o suspeito teria entrado na residência da vítima e saído cerca de quatro minutos depois. Vizinhos que teriam ouvido os disparos revelaram que o crime aconteceu no mesmo horário que as imagens registram.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O suspeito foi levado para a delegacia para prestar depoimento e, de acordo com a polícia, teria informado que jogou a arma em uma via pública após o crime. A PM foi até o local no qual o caso aconteceu, entretanto, a arma do crime não foi encontrada.

O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML).

Loteiros de Pernambuco já podem circular sem restrições



Medida passou a valer após decreto assinado pelo governador Paulo Câmara


Agora veículos regulamentados podem circular normalmente após decreto do Governo de Pernambuco (Reprodução/O Povo Na TV/TV Jornal Interior)


Após uma medida sancionada em julho deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro, a qual pune com maior rigor quem trabalha com transporte alternativo sem regulamentação. Uma das punições é a multa que passa de média para gravíssima.

Na última sexta-feira (03), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, assinou um decreto na cidade de Surubim, no agreste, que cria o Sistema de Transporte Coletivo de Passageiros Intermunicipal Complementar. Agora os loteiros podem realizar seus trabalhos normalmente com as novas regras.

De acordo com o representante estadual dos motoristas de transportes alternativos João Chaves, a decisão significa dignidade para a categoria."Eramos taxados como clandestinos, agora estamos regulamentados através do decreto do governo estadual. Hoje, existimos legalmente", comentou. Ainda segundo ele, é importante que o loteiro trabalhe com o comprovante do pré-cadastro junto com o decreto que será distribuído pelo governo.

Para o loteiro José Cláudio o primeiro passo já foi dado e é um alívio para a categoria."Só temos a agradecer a todos que colaboraram conosco", afirmou.

Novo cadastro

Nesta quarta-feira (09) a Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI) irá disponibilizar um novo cadastro para a finalização do processo de regulamentação.

Bombeiros resgatam jiboia vermelha em telhado de residência em Maragogi



Foto: Divulgação CBM/ALAnimal foi solto em seu habitat natural após o resgate.

O Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL) foi acionado, na tarde desta segunda-feira (7), para capturar uma cobra que estava no telado de uma residência. O fato aconteceu na Rua Alto da Boa Vista, no Conjunto Residencial Adélia Lira, em Maragogi, município do litoral Norte de Alagoas.


Segundo informações do CB, a cobra, da especie jiboia vermelha, foi retirada do local por uma equipe composta por quatro militares.

Após o regate, o animal foi solto em seu habitat natural.


Depressão não é preguiça e nem desculpa, depressão é luta.


Por:
Padre Fábio de Melo



Ah, como eu queria que fosse frescura, como eu queria que fosse uma fase, como eu queria que fosse preguiça e que só a vontade bastasse para mudar tudo aquilo. O que ninguém entendia era a autoestima perdida e o desencanto que se fazia presente. 
Já ouvi várias coisas a respeito da depressão. Já a nomearam como “frescura” e dizem ser coisa de quem não tem o que fazer. Já falaram para eu ocupar minha cabeça e parar de pensar besteira. Falaram que eu deveria trabalhar mais, estudar mais e deixar de pensar em todas essas loucuras. Já falaram, também, que só reclamo e que uso o termo depressão porque me convém, para que as pessoas acabam tendo pena de mim. 

Outros já se incomodaram com o meu choro e falaram que eu precisava ir ao psiquiatra com urgência. O que ninguém entendia, porém, era o medo que eu sentia de falar das minhas dores, era o peso da angústia em me manter acordada, era o fato de eu buscar o refúgio dormindo para me esquecer da dor e fazer o tempo passar mais rápido. Era a luta de todos os dias de ter de enfrentar o seu “eu” em pedaços e, depois, juntá-lo novamente. Ninguém entendia o quanto eu queria sair daquilo: era uma como uma prisão. Eu era prisioneira de medos, fracassos, mágoas e angústia. 

Ninguém entendia que eu não via mais graça em nada e isso não tinha nada a ver com antipatia. Não entendiam que a força que me puxava para cama era bem maior do que a que me encorajava a levantar dela e sair para o mundo para ver e conhecer pessoas. Eu não tinha forças para falar, saudar alguém ou mesmo me arrumar. Eu me olhava no espelho e gostava do meu pijama velho, rasgado e do meu cabelo bagunçado. Eu não me preocupava com isso, pois a bagunça e os rasgos eram bem maiores dentro de mim. Ah, como eu queria que fosse frescura, como eu queria que fosse uma fase, como eu queria que fosse preguiça e que só a vontade bastasse para mudar tudo aquilo. 

O que ninguém entendia era a autoestima perdida e o desencanto que se fazia presente. 
Ninguém conseguia ver a minha luta diária para virar a página, como eu me sentia impotente demais diante de tanta dor e, quantas vezes, eu não pensei em entregar os pontos.

Quantas vezes eu chorei sozinha no banheiro para ninguém ver, quantas vezes eu quis dormir e acordar leve. Nunca chame algo assim de falta de fé ou de falta de Deus. Depressão não tem a ver com falta de religiosidade. Depressão tem a ver com conflitos, com situações que muitas vezes nos jogam no buraco. 

Depressão não é fraqueza e está bem longe disso.É como estar no meio da maré e ela querer te levar: você tenta, com todas as suas forças, mas uma hora cansa. A tal da depressão quase me levou e ela pode levar muita gente, se continuarem acreditando ser frescura, se continuarem achando que o outro precisa de motivos para as suas dores, que é falta de vontade ou que, sei lá, a pessoa é muito sentimental. Pode levar muita gente, como já tem levado, porque muitos continuam acreditando que remédios bastam e que ”é fase e vai passar”. Sabe, as pessoas querem ser ouvidas, elas têm sede de ver as suas dores acolhidas. Mas, em meio a tantos julgamentos e conceitos errados, eu preferia me calar, mesmo que isso não parecesse tão simpático. 

Era mais fácil dizer que estava tudo bem e depois chorar, do que ter que contar sobre mim e ter de ouvir uma resposta desagradável. Era mais fácil inventar desculpa para não sair, do que ter que enfrentar a mim mesma e a todos. Qualquer coisa era mais fácil do que ter que parecer bem. Ninguém parou para ver a tempestade que havia em mim. Ninguém entendia o quanto eu lutava pra não chorar quando estava rodeada de pessoas e que, cansada de tanto lutar contra esses sentimentos que me sufocavam, na maioria das vezes preferia o meu quarto. Não é do dia para a noite que você se liberta, é com apoio, é com ajuda, é com acolhimento e muito esforço. 

É um processo, é um leão que você mata todos os dias dentro de você, é sentir o seu dia tomando cor novamente devagarinho, é aprender a apreciar aqueles filmes velhos de que você tanto gostava e parou de assistir, é ler um livro novo e sentir prazer com cada frase terminada. É conseguir sorrir sem ter que fazer esforço, é olhar no relógio e querer parar o tempo ao invés de acelerá-lo. É ver a graça chegando aos poucos e a alegria fazendo morada. Não sou melhor do que ninguém por não ter me rendido totalmente, só eu sei o quanto era dolorido conviver com aquela dor e a imensa falta de força que sentia todos os dias. No entanto, posso ser melhor do que muita gente que não entende que depressão não é e está bem longe de ser frescura.

Edilson Silva se filia ao PCdoB



Postado por Magno Martins
Com edição de Ítala Alves


O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em Pernambuco realiza, na noite de hoje, um ato político e cultural de filiação de importantes quadros da política local, entre eles o ex-deputado estadual Edilson Silva e diversas lideranças do movimento social com atuação no estado. A recepção aos novos companheiros acontecerá na casa de festas Jardim Aurora, localizada na Rua dos Palmares, 1306, em Santo Amaro. A parte cultural do encontro estará a cargo da banda "Os Caetanos" e do DJ Iuri.


"A filiação de novas lideranças políticas e sociais traduz o esforço do partido no sentido de se fortalecer política e eleitoralmente para fazer face ao atual momento que vivemos com a extrema-direita atuando para instalar o obscurantismo e o retrocesso em nosso país. Para isso, estamos incorporando, de forma ousada e consequente, as novas energias trazidas pelas novas lideranças políticas e sociais que ora se filiam ao partido", destaca Marcelino Granja, presidente estadual do PCdoB.


O ex-deputado Edilson Silva, por sua vez, disse que sua entrada no PCdoB tem a ver com uma mudança bastante profunda que aconteceu na política do país, e coincide também com o fim de um ciclo de sua militância no PSol. "Então, o que aconteceu foi um casamento bastante natural. O PCdoB tem uma história muito bem estruturada de construção da unidade de forças de esquerda progressista. E isso para mim é o centro da política hoje. O PCdoB me acolheu e nós acolhemos o PCdoB como um partido extremamente necessário para cumprir o papel de militar pela unidade", afirmou.

Voltas da vida - Asa Branca entra na luta contra rodeios

Paciente de câncer em fase terminal, o locutor diz que paga hoje os pecados por ter participado do circuito de eventos em que os animais são maltratados

Por João Batista Jr.



A CONTA CHEGOU - Asa Branca, que torturou cavalos com arame farpado: morfina e lidocaína para minimizar as dores (Lailson Santos/VEJA)

Para a dupla de amigos de longa data acostumada a se encontrar em hotéis de luxo e diante de arenas de shows com público de 100 000 pessoas, o cenário da vez era bem diferente — um apartamento de 60 metros quadrados dentro de um condomínio modesto de Guarulhos, em São Paulo. Um dos principais ídolos sertanejos do Brasil, Sérgio Reis foi ao local para visitar na semana passada Waldemar Ruy dos Santos, o Asa Branca. O maior locutor da história dos rodeios do país encontrava-se deitado, de pijama, com uma sonda na narina esquerda. Há vinte dias, uma junta médica deu o diagnóstico desolador: o retorno de um tumor em pontos da garganta e na base na boca. Levando em conta o histórico de saúde do paciente, que é portador do vírus HIV e tem oito válvulas na cabeça em decorrência de uma criptococose contraída em 2013, os especialistas avaliaram que ele não aguentaria se submeter a sessões de quimioterapia nem muito menos a uma cirurgia. Passou então a ficar sob cuidados paliativos, quando não há mais esperança de cura e os tratamentos se destinam a minimizar as dores. “Vim aqui, meu amigo, me despedir de você”, disse Sérgio Reis ao colega.

Sedado com um coquetel de potentes analgésicos, que lhe são ministrados a cada quatro horas, Asa Branca, de 57 anos, enfrenta com coragem a situação e tem aproveitado o tempo para refletir sobre o passado. No auge de sua carreira, ele faturava mais de 300 000 reais por mês em cachês e namorava famosas como a modelo Alexia Dechamps e a atriz Isadora Ribeiro. Sua marca registrada era descer de helicóptero no meio das arenas lotadas. A queda veio no mesmo ritmo da ascensão alucinante. Esbanjou para valer com farras e drogas (“cheirava cocaína quase todo dia”) e ficou conhecido como o “Tim Maia dos rodeios”, depois de faltar a muitos compromissos. Se pudesse voltar atrás, conta que teria evitado o vício no pó (“a ‘muierada’ e as baladas eu faria tudo de novo”) e a gastança desenfreada de dinheiro.


O maior arrependimento, no entanto, está relacionado à sua participação em espetáculos em que os animais eram maltratados — por ele e pelos outros peões, com incentivo dos organizadores dos shows. Ao fazer vistas grossas a isso em troca da fama, acredita Asa Branca, um castigo divino caiu sobre ele na forma da sucessão de problemas de saúde. “Estou pagando toda a dor que causei e incentivei os outros a causar nos bichos dos rodeios”, diz, com a dicção bastante prejudicada pelos tumores, sem um pingo de vestígio da voz potente que lhe garantiu sucesso e fortuna nos anos 90.



5/5GLÓRIA E DOR - Os relacionamentos com famosas como Alexia Dechamps, Marília Gabriela e Isadora Ribeiro, o salto de helicóptero na arena e o encontro recente com Sérgio Reis: a queda ocorreu no mesmo ritmo da ascensão alucinante (//Arquivo pessoal)




1/5GLÓRIA E DOR - Os relacionamentos com famosas como Alexia Dechamps, Marília Gabriela e Isadora Ribeiro, o salto de helicóptero na arena e o encontro recente com Sérgio Reis: a queda ocorreu no mesmo ritmo da ascensão alucinante (//Arquivo pessoal)




2/5GLÓRIA E DOR - Os relacionamentos com famosas como Alexia Dechamps, Marília Gabriela e Isadora Ribeiro, o salto de helicóptero na arena e o encontro recente com Sérgio Reis: a queda ocorreu no mesmo ritmo da ascensão alucinante (Egberto Nogueira/VEJA)




3/5GLÓRIA E DOR - Os relacionamentos com famosas como Alexia Dechamps, Marília Gabriela e Isadora Ribeiro, o salto de helicóptero na arena e o encontro recente com Sérgio Reis: a queda ocorreu no mesmo ritmo da ascensão alucinante (Alexandre Sant'anna/VEJA)




4/5GLÓRIA E DOR - Os relacionamentos com famosas como Alexia Dechamps, Marília Gabriela e Isadora Ribeiro, o salto de helicóptero na arena e o encontro recente com Sérgio Reis: a queda ocorreu no mesmo ritmo da ascensão alucinante (//Arquivo pessoal)




5/5GLÓRIA E DOR - Os relacionamentos com famosas como Alexia Dechamps, Marília Gabriela e Isadora Ribeiro, o salto de helicóptero na arena e o encontro recente com Sérgio Reis: a queda ocorreu no mesmo ritmo da ascensão alucinante (//Arquivo pessoal)




1/5GLÓRIA E DOR - Os relacionamentos com famosas como Alexia Dechamps, Marília Gabriela e Isadora Ribeiro, o salto de helicóptero na arena e o encontro recente com Sérgio Reis: a queda ocorreu no mesmo ritmo da ascensão alucinante (//Arquivo pessoal)



Quando era aprendiz de peão, ele amarrava arame farpado em pneus para depois jogar no pescoço de cavalos. O sangue escorria pelas crinas enquanto os animais saltavam com dores. Após um tombo em que quebrou quatro costelas e perfurou o pulmão, mudou de ramo. Depois de uma temporada como imigrante ilegal no Texas, nos Estados Unidos, trouxe na mala um microfone sem fio. O negócio era uma novidade na época no Brasil, e Asa Branca utilizou-o para começar a narrar os espetáculos dentro da arena, em vez de ficar em cima de um púlpito, como faziam seus concorrentes. Assim, seguuuraaaaa, peão!, revolucionou o ofício e tornou-se o mais famoso profissional do gênero no país, justamente no momento em que esses eventos começaram a ganhar musculatura e a se espalhar pelo território brasileiro, junto com o estouro da boiada da primeira leva de astros sertanejos.

“Dos rodeios grandes aos pequenos, a festa era de alegria para o público, mas de dor e sofrimento para os bichos”, conta Asa Branca. Ele diz ter visto competidores usar um aparelho para emitir choques de 12 volts com o objetivo de fazer com que os bois saltassem de forma mais frenética, para garantir boas notas diante dos juízes. Havia também tropeiros que colocavam arames no sedém, a faixa de couro enrolada na região da virilha do animal, com o mesmo objetivo. “Eu via tudo isso na época, mas não me importava”, reconhece.

 NO AUGE – O narrador nos anos 90: fortuna perdida com farras e drogas

NO AUGE – O narrador nos anos 90: fortuna perdida com farras e drogas (Johnny de Franco/Sigmapress/.)

À medida que virou o principal animador desses shows, Asa Branca transformou-se também em celebridade e experimentou o que há de melhor e pior na fama. Fez pontas em novelas da Globo, como Mulheres de Areia, apresentou o especial sertanejo Amigos para a mesma emissora e era convidado dos programas de auditório de maior audiência. O homem de 1,87 metro, cabelo batido e voz grave fazia tremendo sucesso com o público feminino. “Ele me pegava de helicóptero em São Paulo para irmos namorar nas cachoeiras de Minas e voltar logo em seguida”, lembra a modelo Núbia Oliveira. “Mas o Asa não prestava: me traía com todo mundo.” Durante alguns meses, ele morou com a apresentadora Marília Gabriela. Sua fama passou também a atrair políticos. Asa Branca levou Fernando Henrique Cardoso para fazer um comício na festa do peão de Barretos de 1994 sem avisar a direção do evento, que esta­va fechada com o rival político Orestes Quércia. “Mandei o Joãosinho Trinta fazer uma réplica da taça, narrei o gol do Romário na final do tetra e ajudei e eleger o FHC”, conta ele.

Os organizadores não gostaram da surpresa, e o locutor nunca mais brilhou em Barretos. Ele continuou pisando fundo nos excessos mesmo quando a queda já era iminente. Asa Branca jura que “só” cheirava fora do trabalho, mas seu comportamento nas arenas dava a entender o contrário. Muitas vezes, colocava uísque dentro de um cantil para bebericar entre as montarias. Emulando as loucuras dos astros de rock, deu para quebrar suítes de hotéis e, diante de qualquer motivo que o contrariasse, não pensava duas vezes antes de faltar aos compromissos, deixando milhares de pessoas à sua espera.

A multidão já não existe mais. Com o comportamento errante, ele perdeu contratos importantes. A escassez do dinheiro fez desaparecer os amigos de farra. “Eu bancava para todos uísque, cocaína e prostitutas.” Pai de cinco filhos com cinco mulheres (recentemente uma sexta mulher o procurou para dizer que também tem uma filha dele), vive hoje ao lado de Sandra Santos, com quem se casou em 2017. Pendurou o microfone dos rodeios no ano passado e sobrevive com uma minguada aposentadoria.

Para Luisa Mell, a mais conhecida ativista do país na proteção aos animais, o mea-culpa de Asa Branca sobre seu papel nas arenas transformou o locutor de vilão em herói da causa. “Acho louvável ter uma referência de dentro do rodeio que reconhece como essa indústria é cruel”, afirma. Os produtores dos shows negam os problemas. Em nota enviada a VEJA, a organização da festa de Barretos afirma que “o evento foi pioneiro na criação do Centro de Estudos do Comportamento Animal para desenvolvimento de normas sobre bem-estar animal e monitoramento de todos os procedimentos durante as provas”. O narrador diz que não ficaria em paz se não contasse o que viu nesse circuito. O devoto de Nossa Senhora Aparecida (ele tem a imagem dela tatuada no braço) pedia sempre a proteção da santa aos peões que iam enfrentar a arena. As orações agora são para que ela cuide dele, quando a medicina não tem mais remédios para seus males. Antes da partida de Sérgio Reis no encontro recente em Guarulhos, fez questão de tirar o pijama para fazer uma foto com o amigo vestido com o velho chapéu de caubói. Na despedida, ambos choraram.

Publicado em VEJA de 6 de outubro de 2019