sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

APÓS FALA, BOLSONARO SAI DO BRASIL AS 13:45 RUMO AOS EUA

Após pronunciamento, Bolsonaro deixa o Brasil rumo aos EUA 
O presidente Jair Bolsonaro vai decolar às 13h45 desta sexta-feira (30/12) rumo a Orlando, nos Estados Unidos, onde passará um período sabático após deixar o Palácio do Planalto.

Bolsonaro viajará no Airbus 319 da FAB (Força Aérea Brasileira) acompanhado de diversos auxiliares que já foram nomeados para serem seus assessores quando virar ex-presidente.

O voo que levará Bolsonaro para os Estados Unidos será direto e tem previsão de pousar no aeroporto de Orlando pouco antes das 20h, no horário local (21h, no horário de Brasília).

Filhos já nos EUA
Segundo apurou a coluna, ao menos dois filhos de Bolsonaro já estariam nos Estados Unidos. Entre eles, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que está no país desde o início da semana.

Ao viajar para o exterior, Bolsonaro deixa claro que não vai mesmo passar a faixa para Lula durante a posse do presidente eleito no domingo, 1º de janeiro de 2023.

Antes de viajar para Orlando, Bolsonaro fez um pronunciamento via redes sociais, na qual ressaltou feitos de seu governo e condenou as tentativas de atentado terrorista em Brasília.

AO VIVO - BOLSONARO JOGA A TOALHA, ASSISTA;

Presidente se pronuncia a naçao assista

TENSÃO - BOLSONARISTAS REAGEM AO EXERCITO NO DF

Bolsonaristas reagem e acampamento no DF não é desmontado
Chegada de três ônibus com militares que deram apoio à operação.
Do UOL — Responsável pela prevenção de invasões no Distrito Federal, o DF Legal planejou uma operação para desmontar o acampamento bolsonarista montado em frente ao comando do Exército em Brasília, mas foi expulso.

Os agentes foram cercados pelos manifestantes e precisaram de escolta da Polícia do Exército, que faz o patrulhamento do entorno de quartéis, para voltar para os carros, caminhões, caçambas e ônibus destacados para a operação.

Um carro ficou para trás e foi cercado por manifestantes golpistas. Houve discussão e o veículo foi atacado com socos e pontapés. O motorista fez uma arrancada brusca e derrubou uma pessoa, que não se feriu.
Como foi a ação
07h24
Três ônibus da Polícia do Exército estacionam ao lado do acampamento. Os soldados montam três formações e se encaminham para os fundos do acampamento em momentos alternados.

07h29
Os militares se reagrupam e a barreira que restringe o acesso de veículos à praça em frente ao QG do Exército é aberta. Em fila, 11 carros e uma van entram. Na mesma hora, os manifestantes de barracas próximas correm na direção deles.

07h36
O número de manifestantes cresce, muitos gravam a situação enquanto protestam contra os funcionários do DF Legal. Vários palavrões e ameaças são ditas e o governador Ibaneis Rocha (MDB) é xingado.

Acuados, os agentes não vão na direção das barracas, mas para trás da coluna de homens formada pela Polícia do Exército.

Neste momento, caçambas e caminhões do DF Legal estacionam ao lado acampamento. Os motoristas nem descem dos veículos.

07h38
A situação torna-se insustentável e os funcionários do DF Legal voltam para seus carros. Eles precisam ser escoltados pela Polícia do Exército.

Um cordão de militares fica na beira do meio-fio e não permite que nenhum manifestante entre na via.

Todos os veículos vão embora e os manifestantes golpistas se vangloriam do feito. Vídeo são gravados, lives são abertas. O Exército é exaltado e os manifestantes comemoram que eles e suas barracas foram protegidos pelos militares.

07h44
Um Toyota Etios para e o homem no banco do carona começa a filmar os manifestantes. Ele é rapidamente cercado, troca palavras com os manifestantes e promete ir embora.

Mas nesta hora o carro está sem condições de arrancar porque há pessoas por todos os lados. O clima fica mais tenso porque o carona desce e um manifestante afirma que ele está armado.
O carro recebe um chute na traseira que afunda a lataria. O homem volta para o Toyota Etios e o motorista pisa fundo no acelerador ameaçando arrancar. Ninguém arreda o pé.

O carro é chutado por todos os lados enquanto a Polícia do Exército não intervém. O veículo finalmente arranja uma brecha e sai. Mas não havia tanto espaço. Um manifestante é atingido e cai no asfalto. Susto! Mas ele se levanta na mesma hora

07h59
Os manifestantes se agrupam na parte frontal do acampamento e se vangloriam pelo feito. Um homem discursa falando que ninguém saíra do local enquanto Lula não seja afastado da Presidência.
Eles começam uma caminhada ao redor da praça em frente ao Exército. Nesta volta olímpica golpista mais impropérios são ditos contra a democracia.

SE LIGUE - BANCOS NÃO ABREM HOJE

As agências bancárias não irão abrir ao público nesta sexta-feira (30). O expediente bancário só retornará na  segunda-feira (2). As informações são da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo a entidade, nos dias em que as agências estiverem fechadas a população poderá utilizar os meios eletrônicos de atendimento bancário, como mobile e internet banking, caixas eletrônicos, banco por telefone e correspondentes para fazer transações financeiras.

“Os carnês e contas de consumo (como água, energia, telefone, etc.) vencidos no feriado [dia 1º] poderão ser pagos sem acréscimo no dia útil seguinte. Normalmente, os tributos já estão com as datas ajustadas ao calendário de feriados, sejam federais, estaduais ou municipais”, destacou a Febraban.

Na Lupa 🔍 Sexta 30/12/22, Blog do Edney

BLOG DO EDNEY 
NA LUPA 🔎 


Por Edney Souto. 


RAQUEL LYRA UM EXEMPLO DE CORAGEM E VITÓRIA QUE NÃO CONHECE DERROTAS 
PARTE 01

Depois da trilogia da coluna sobre o presidente Lula(PT) a pedido de leitores do nosso modesto Blog do Edney, trazemos aqui um pouco da história de coragem e vitórias ininterruptas de Raquel Lyra ao longo de sua vida pública. É muito interessante conhecer a linha de ação e a maneira com que Raquel Lyra deu todos os passos para chegar até o desejado Palácio do Campo das Princesas. Acompanhe aqui nesta coluna NA LUPA nessa  sexta e sábado (amanhã) um pouco dessa trajetória surpreendente. Vamos lá: 

RAQUEL LYRA 1- A governadora eleita nasceu em Recife, em 1978, e cresceu em Caruaru. Raquel é filha do ex-prefeito de Caruaru e ex-governador de Pernambuco, João Lyra Neto. Seu avô, João Lyra Filho, também foi prefeito do município. Fernando Lyra, tio de Raquel, foi ministro da Justiça no início do governo de José Sarney.

RAQUEL LYRA 2- Antes de ingressar na política, a governadora eleita se formou em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e atuou como delegada da Polícia Federal. Também foi procuradora-geral do Estado e chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo do Governo de Pernambuco, entre 2007 e 2010.

RAQUEL LYRA 3 - Raquel se elegeu deputada estadual em 2010 e se reelegeu em 2014. Na primeira disputa, elegeu-se como a mulher mais bem votada de Pernambuco. Nas duas ocasiões, a candidata era filiada ao PSB. O seu pai João Lyra era vice governador de Eduardo Campos e assumiu o governo com a renúncia de Eduardo Campos para disputar a presidência da República, tendo falecido num estranho desastre aéreo. João Lyra pai de Raquel Lyra foi governador de fato é de direito do Estado de Pernambuco. 
RAQUEL LYRA DEPUTADA - Filiada ao PSB desde 2007, em 2010, foi eleita deputada estadual com 49 610 mil votos. Em 2011 assumiu a Secretaria da Criança e da Juventude, cargo que exerceu até o final de 2012, quando retornou ao mandato de Deputada Estadual. 


SECRETÁRIA - No governo de Eduardo Campos, Raquel Lyra, ao atuar como secretária da Criança e da Juventude de Pernambuco, Raquel Lyra, foi aclamada, na época, presidente do Fórum Nacional de Secretários e Gestores de Juventude (Forjuve), que reúne gestores de estados e municípios, durante o biênio 2012/2014. A eleição aconteceu em Belo Horizonte, onde esteve presente gestores de juventude de todos os estados do Brasil. Até mesmo atuando como secretária, Raquel Lyra, naquela época já construía caminhos de destaque. Sempre foi assim até os dias atuais. 

DEPUTADA REELEITA- Em 2014, Raquel Lyra foi reeleita deputada estadual com a estrondosa votação de 80 mil votos. Dois anos depois queria ser a candidata do PSB a prefeitura de Caruaru, mas teve seu nome vetado pela cúpula dessa sigla. Em 2016 num ato de coragem, desses que marcam a sua trajetória até os dias atuais, deixou o PSB e filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e concorreu às eleições para a prefeitura de Caruaru.

PREFEITA DE CARUARU 1 - A Candidata do PSDB, Raquel Teixeira Lyra conquistou a prefeitura de Caruaru. Lyra conquistou 53,15% dos votos válidos e derrotou o peemedebista Tony Gel, que garantiu 46,85% da votação. Tornando-se assim a primeira mulher eleita prefeita na cidade. Dessa maneira Raquel já começava a quebrar paradigmas na eleição municipal. 

(Amanhã, dia 31 de dezembro será publicada aqui a segunda e última parte do especial sobre Raquel Lyra, vale a pena conferir. Até lá)

PASSANDO A LUPA 🔎


MIGUEL - "Tive a oportunidade de conversar recentemente com Raquel sobre o futuro do estado e seu projeto para o Governo de Pernambuco. Mesmo não sendo convidado a integrar sua equipe, estarei à disposição para contribuir para Pernambuco voltar a ser grande de novo. Como já havia dito publicamente, entrei na vida pública com o desejo de transformar a vida das pessoas. Meu único compromisso é trabalhar pelo nosso Pernambuco."

NOMES DE RAQUEL - Os nomes divulgados pela Governadora eleita até agora são os seguintes:

Secretaria de Defesa Social: Delegada Carla Patrícia Cunha;
Cultura: Silvério Pessoa;
Turismo e Lazer: Daniel Coelho;
Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur): Eduardo Loyo;
Secretaria da Mulher: Regina Célia Barbosa;
Desenvolvimento Urbano e Habitação: Simone Benevides;
Secretaria de Comunicação: Rodolfo Costa Pinto;
Secretaria Executiva de Imprensa: Daniella Brito Alves.

NOMES DE LULA - Presidente eleito conclui seu Ministério e liderancas, eis os nomes:

 Segurança Institucional - General Gonçalves Dias
. Secretaria de Comunicação Social - Paulo Pimenta
. Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Carlos Fávaro
. Integração e Desenvolvimento Regional - Waldez Góes
. Pesca - André de Paula
. Previdência - Carlos Lupi
. Cidades - Jader Filho
. Comunicações - Juscelino Filho
. Minas e Energia - Alexandre Silveira
. Desenvolvimento Agrário - Paulo Teixeira
. Esporte - Ana Moser
. Meio Ambiente - Marina Silva
. Planejamento e Orçamento - Simone Tebet
. Turismo - Daniela Souza Carneiro
. Povos Indígenas - Sônia Guajajara  
. Transportes - Renan Filho
. Relações Institucionais - Alexandre Padilha
. Secretaria-geral da Presidência - Marcio Macedo
. Advogado-geral da União - Jorge Messias
. Saúde - Nísia Trindade
. Educação - Camilo Santana
. Gestão - Esther Dweck
. Portos e Aeroportos - Marcio França
. Ciência e Tecnologia - Luciana Santos
. Mulher - Cida Gonçalves
. Desenvolvimento Social - Wellington Dias
. Cultura - Margareth Menezes
. Trabalho e Emprego - Luiz Marinho
. Igualdade Racial - Anielle Franco
. Direitos Humanos - Silvio Almeida
. Indústria e Comércio Exterior - Geraldo Alckmin (vice-presidente)
. Controladoria-Geral da União - Vinícius Marques de Carvalho
. Fazenda - Fernando Haddad
. Justiça - Flávio Dino
. Casa Civil - Rui Costa
. Relações Exteriores - Mauro Vieira
. Defesa - José Múcio Monteiro

Lideranças no Legislativo:
. Líder na Câmara dos Deputados - José Guimarães
. Líder no Senado - Jaques Wagner
. Líder no Congresso Nacional - Randolfe Rodrigues.

PELÉ - Morreu nesta quinta-feira (29), Edson Arantes do Nascimento, Pelé aos 82 anos de falência múltipla dos órgãos devido a um câncer que o Rei tratava. Pelé estava internado no hospital Albert Einstein em São Paulo desde 29 de novembro. Apesar do seu quadro difícil, o Rei do Futebol se manteve alguns dias estável. Porém nesta quinta a saúde de Pelé voltou a piorar. Pelé foi tricampeão mundial pela seleção brasileira e durante a copa deste ano, ele recebeu diversas homenagens enquanto esteve internado.
O velório de Pelé se dará apenas na segunda feira 02, após a posse de Lula, que deve comparecer o velório do maior jogador de todos os tempos.

ATAQUE - Inconformados com a falta de reação dos militares à derrota de Jair Bolsonaro para Lula nas urnas, bolsonaristas decidiram partir para o ataque contra generais. Nos últimos dias, bolsonaristas instalaram faixas com ataques aos militares próximo aos palácios da Alvorada e do Jaburu, residências oficiais do presidente e do vice-presidente da República em Brasília, respectivamente. “Generais: vocês são um bando de covardes”, diz uma das faixas instaladas no canteiro de uma das vias de acesso ao Alvorada. “Milho grátis para general covarde!”, diz outra faixa.

EMPREGOS - Pernambuco gerou 8.290 novos postos de trabalho com carteira assinada no mês de novembro. O melhor saldo do Nordeste e o quarto melhor do País. No acumulado desde agosto do ano passado, quando foi lançado o Plano Retomada, o Estado tem 139.056 empregos gerados, ultrapassando com folga e com um mês de antecedência a meta de 130 mil novas vagas projetada para ser atingida ao fim de 2022. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
PAULO CÂMARA - "Vamos finalizar o ano com R$ 5 bilhões investidos em obras públicas que estão contribuindo decisivamente para a geração de empregos. O Plano Retomada cumpriu seu objetivo e, mais uma vez, somos o Estado do Nordeste que mais cria novos postos de trabalho e aparecemos entre os quatro primeiros do País”. (Governador Paulo Câmara, sobre a liderança de líder em geração de empregos no Nordeste em novembro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged)
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FUNAI - O presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, deixou o cargo de presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). A portaria com a sua exoneração está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (29). Marcelo Xavier assumiu o comando da Funai em julho de 2019. Ele substituiu o general Franklimberg Ribeiro de Freitas, que deixou o cargo em junho do mesmo ano.
PEPINO -  Além da formação da sua equipe de governo, a governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) tem outro grande problema a resolver que é o embate político envolvendo aliados que pretendem presidir a Mesa Diretoria da Assembleia Legislativa. Os deputados estaduais eleitos Antonio Moraes (PP) e Álvaro Porto (PSDB) estão na disputa. Aliado de primeira hora da tucana, Álvaro é o nome da sua predileção, já o decano da maior bancada em seu favor vem absorvendo adesões.
 GARANHUNS -O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, assinou na manhã desta segunda-feira (26), no Gabinete do Palácio Celso Galvão, três importantes Ordens de Serviço para o município: a conclusão das obras na Central de Abastecimento de Garanhuns (Ceaga); a requalificação da Praça do Mosteiro; e a conclusão de três quadras poliesportivas no padrão FNDE, nas escolas Jaime Luna, Letácio Brito Pessoa e Silvino Almeida de Oliveira. Com o investimento de R$ 3.928,726,88 (três milhões, novecentos e vinte e oito mil, setecentos e vinte e seis reais e oitenta e oito centavos), somando todas as obras, o início dos trabalhos está previsto já para os próximos dias. As empresas que irão executar os serviços foram contempladas através de Processo Licitatório.
PODER DE TADEU - Tadeu Alencar ex-secretário da Casa Civil e deputado federal, irá atuar junto com o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino. Estarão sob seu comando direto a Polícia Federal, e a Polícia Rodoviária Federal. Profundo conhecedor das políticas públicas de segurança, Pernambuco estará muito bem representado
VEREADORES ASSASSINADOS - Na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), através da 21ª Delegacia Seccional de Serra Talhada, deu cumprimento a um mandado de busca e apreensão domiciliar que culminou com a apreensão de uma arma de fogo e munições. A medida foi requerida no bojo de investigação do homicídio do ex-PM, Cícero Valdevino, ocorrido em 28 de junho deste ano. Durante a execução da busca foi apreendida uma pistola calibre 9 mm, além de munições, que agora serão alvo de perícia pelo Instituto de Criminalística (IC). Também nesta manhã, equipes do Grupo de Operações Especiais (GOE), unidade de elite da Polícia Civil, voltou a realizar diligências em Serra Talhada sobre a morte do vereador Zé Dida Gaia, assassinado também no mês de junho deste ano.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

PETROLINA SUPERA CARUARU E OLINDA E SE TORNA A 3° MAIOR DE PE

Petrolina supera Caruaru e Olinda e é a 3ª maior cidade do estado, indica prévia do Censo do IBGE; Recife e Jaboatão têm maiores populações
Conforme informamos mais cedo na Central de Notícias, o IBGE divulgou hoje (28) a prévia da população dos municípios com base nos dados coletados pelo Censo Demográfico 2022 até o dia 25 de dezembro.
Os dados prévios mostram que a população de Pernambuco é de 9.051.113 habitantes, enquanto no Brasil é de 207.750.291 pessoas.
Em Pernambuco, os municípios mais populosos são Recife (1.494.586), Jaboatão dos Guararapes (653.793), Petrolina (388.145), Caruaru (378.180) e Olinda (349.920). 
Antes quinta maior cidade do estado, Petrolina superou Caruaru e Olinda em relação ao Censo anterior e agora ocupa a terceira colocação em Pernambuco.
No outro lado, os municípios com menor população são Itacuruba (4.394), Ingazeira (4.750), Calumbi (5.241), Solidão (5.246) e Salgadinho (5.733). 
 A divulgação da prévia do Censo tem como objetivo, de acordo com o IBGE, cumprir a lei que determina ao instituto publicar, anualmente, a população de cada um dos 5.570 municípios do país. 
A tabela com a prévia da população para cada município, encaminhada ao TCU, será publicada no Diário Oficial da União (DOU). 
A nota metodológica e o detalhamento das populações para os 5.570 municípios brasileiros e para as 27 unidades da federação podem ser consultadas pelo site censo2022.ibge.org.br.
Em Pernambuco, todos os 17.560 setores censitários já foram coletados e o estado trabalha na etapa de refinamento e melhoria dos dados. “Essa etapa consiste em realizar supervisões e verificações que visam melhorar a qualidade dessas informações. São ajustes pontuais que podem necessitar, ou não, de visita a campo”, afirma João Marcelo Santos, coordenador técnico do censo em Pernambuco.

LULA E BOLSONARO SÃO ESPERADOS EM VELÓRIO; ENTENDA O PROTOCOLO

O ex-campeão do futebol Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, será velado no gramado da Vila Belmiro, em cerimônia aberta ao público, e sepultado em cemitério de Santos. Ele teve a morte confirmada na tarde desta quinta-feira (29).

A estrutura montada no local é grandiosa e são aguardadas as presenças do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de grandes nomes da história do futebol mundial.

Pelé estava internado desde o dia 29 de novembro, no Hospital Albert Einstein para um tratamento de câncer de cólon. O estado de saúde dele veio se deteriorando desde então e o ex-craque já estava sob cuidados paliativos para não sentir dor.

Pelé será velado durante um dia e meio, no gramado do estádio. A estrutura vem sendo preparada desde a última sexta-feira (23), quando a família acionou um protocolo acordado com a administração do local. A cerimônia será aberta ao público.

A SAGA CONTROVERSA DAS MIL FACES DE PELÉ


A morte de Pelé: a saga de um rei de mil faces, encantador e controverso


Via DCM
Pelé com Jairzinho na Copa de 70, em que ele passou de jogador a lenda

Ascendeu à arena celeste o imortal Pelé, alter ego de Edson Arantes do Nascimento, considerado a maior estrela do mais popular esporte do mundo. Em 1999, o Comitê Olímpico Internacional (COI) o elegeu como “Atleta do Século”. No ano seguinte, ganhou da Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) o título de “Jogador de Futebol do Século”.

Pelé morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos, em São Paulo. Estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein e não respondia mais ao tratamento quimioterápico que vinha fazendo desde setembro do ano passado. Operado de um câncer de intestino, foram diagnosticadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado.

Tomando-se como base o acervo do Santos Futebol Clube e os registros da mídia especializada, foram 1283 gols em 1363 jogos, ao longo de 21 anos de carreira oficial, desde a estreia no Santos Futebol Clube, em 7 de Setembro de 1956, até o jogo despedida, pelo New York Cosmos, em 1º. de Outubro de 1977.

Há uma permanente revisão histórica desses números, mas existe algum consenso em torno de 767 gols em 830 partidas oficiais. A diferença vem de inúmeras partidas amistosas, comuns na época, algumas disputadas por clubes, outras por combinados, seleções estaduais, seleções regionais ou pela equipe do Exército Brasileiro.

Pelo Santos, foram 1091 gols, em 1116 jogos; pela Seleção Brasileira, 95 (77 em partidas consideradas oficiais); e pelo Cosmos outros 64. A vítima preferencial do Rei do Futebol foi o Corinthians, no qual sapecou 50 gols.

Em sua longa jornada, Pelé compôs uma robusta galeria de títulos. São três mundiais de seleções (1958, 1962 e 1970), seis torneios com status de conquista nacional (1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968), duas copas Libertadores de América (1962 e 1963), duas disputas intercontinentais (1962 e 1963), dez Paulistões (1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973), além de um caneco da Liga de Futebol Norte-Americana, pelo Cosmos, em 1977.Pelé contra o Corinthians, sua vítima predileta

Pelé nasceu em 23 de Outubro de 1940, na cidade mineira de Três Corações, filho de João Ramos do Nascimento, um ex-jogador de futebol conhecido como Dondinho (1917 – 1996) e de Celeste Arantes do Nascimento, que completou 100 anos em 20 de Novembro de 2022. Foi batizado como Edson em homenagem ao inventor e empreendedor norte-americano Thomas Alva Edison, desenvolvedor pioneiro da lâmpada elétrica incandescente. A figura era muito louvada por Dondinho, que experimentara as trevas da noite em seus anos de menino. Em 1945, a família se transferiu para Bauru, no interior de São Paulo.

Em casa, Pelé foi logo apelidado de Dico. Em seus primeiros namoros com a bola, o garoto procurava imitar um colega futebolista de seu pai, José Lino da Conceição, um arqueiro ousado do Vasco de São Lourenço, em Minas Gerais, cujo apelido era Bilé.

O pequeno Edson sonhava ser goleiro. No quintal da residência, ao praticar uma defesa, encarnava o goleiro e narrava: “seguraaa, Bilé”. Confusos com o mineirismo de pronúncia, os meninos da rua entenderam Pelé, e constituíram o codinome que se tornaria famoso em todo o planeta. O detalhe é que o apodo pegou justamente porque o rapazinho odiava o motejo. Em 2006, o futebolista declarou o seguinte a um repórter do tabloide alemão Bild.

– Meu nome verdadeiro é Edson. Eu não inventei Pelé. Eu não queria esse nome. Pelé soa infantil em Português. Edson é mais como Thomas Edison, o homem que inventou a lâmpada.

Em seus primeiros anos, Pelé vivia de forma modesta. Em geral, exercitava-se no ludopédio com uma bola de meia recheada de folhas de jornal amassadas. Começou sua jornada esportiva no Sete de Setembro, time que atuava nos terrões do bairro. De lá, foi para o Ameriquinha e depois para o “Baquinho”, a representação infanto-juvenil do Bauru Atlético Clube (BAC). O time reunia promissores talentos. E Pelé era um de seus artilheiros.

Quando a equipe de aspirantes se desfez, a molecada migrou ao futebol de salão. Formaram o Radium, em honra ao famoso homônimo da cidade de Mococa (SP). Foi quando Pelé apurou sua técnica. Sobre o cimento, precisava a pensar e agir mais rapidamente, gerando soluções no espaço restrito.

Em 1956, as beiradas dos gramados e quadras de Bauru já se enchiam de curiosos para ver aquele malabarista da bola. Foi quando o Bangu, do Rio de Janeiro, fez uma proposta para incorporar o adolescente a seus quadros. Dona Celeste vetou o acordo. Temia que o filho sofresse com as tentações e perigos de uma cidade grande e distante. Waldemar de Brito, técnico no BAC, resolveu então apresentar o prodígio ao Santos. A seus interlocutores, afirmou que se tratava do “maior jogador de futebol do mundo”.

Pelé no jogo de despedida da seleção brasileira, no Maracanã

Houve desconfiança, até mesmo ceticismo, mas o técnico peixeiro Lula (Luís Alonso Pérez) logo se impressionou com o menino. Era lépido, insinuante, tinha excelente domínio de bola, demonstrava incrível visão de jogo, chutava com os dois pés, cabeceava com precisão e até sabia “catar” no gol. O primeiro contrato foi firmado em Junho de 1956, três meses antes do já citado primeiro gol, contra o Corinthians de Santo André. Iniciava-se a epopeia que encantaria os aficcionados do esporte por mais de duas décadas.

Dois anos depois, Pelé converteu-se em esperança para a esquadra que, na Suécia, tentaria finalmente conquistar um Mundial de seleções para o Brasil. Ainda pesava o trauma da derrota para o Uruguai, na final doméstica de 1950. Havia gente graúda e experiente no time, como Didi, Nilton Santos e o goleiro Gylmar.

Antes da convocação final, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) convocou o psicólogo João Carvalhaes para aplicar aos atletas um teste de inteligência e equilíbrio psicológico. De 123 pontos possíveis, Pelé obteve apenas 68. A avaliação do profissional foi a seguinte:

– Pelé é obviamente infantil. Falta-lhe o necessário espírito de luta. É jovem demais para sentir as agressões e reagir com a força adequada. (…) Não acho aconselhável seu aproveitamento.

A sugestão não foi acatada, e o jovem astro santista seguiu com a delegação. Nas duas primeiras partidas curtiu a reserva. Há quem diga que a comissão técnica o reprovava pela inexperiência. Outros, porém, apontam uma lesão que limitava os movimentos do craque. Antes da Copa do Mundo, Pelé havia se contundido com certa gravidade numa disputa de bola com o inclemente lateral esquerdo Ari Clemente, do Corinthians.

No terceiro jogo, contra a URSS, Pelé entrou no time e logo tornou o Brasil uma máquina de jogar futebol. Entre seus feitos, destaca-se o gol da vitória contra o País de Gales. Aplicou um lençol no adversário e, antes que a bola tocasse o gramado, fuzilou no canto do arqueiro. No dia 29 de Junho de 1958, somando 17 anos e 249 dias, tornou-se o jogador mais jovem a disputar uma final da Copa do Mundo. Anotou dois tentos na vitória brasileira por 5 a 2 sobre os donos da casa. Em um deles, aplica um mágico chapéu no zagueiro antes de concluir para as redes adversárias. Terminou a competição com seis gols em quatro jogos. Foi quando se converteu em estrela mundial do esporte.

Em seus primeiros anos no futebol profissional, Pelé logrou naturalizar o mágico exercício lúdico com a redonda. Fazia tantos gols e de tantos modos diferentes, que o insólito curioso se estabeleceu, paradoxalmente, no universo do erro. Para muitos fãs, seu magnus opus foi a Copa de 1970, disputada no México, quando o Brasil conquistou o tricampeonato mundial. Pelé anotou quatro gols. Por incrível que pareça, são menos lembrados que suas jogadas malogradas.

Contra a Tchecoslováquia, chutou do meio do campo, com a intenção de surpreender o goleiro Viktor. A bola desviou-se caprichosamente no trajeto e não varou a meta adversária. Contra a Inglaterra, desferiu um petardo de cabeça que o guarda-metas Gordon Banks foi buscar no canto direito da cidadela. Para muitos, aquela se tornou a mais portentosa defesa da história do futebol. Contra o Uruguai, Pelé iludiu o goleiro uruguaio Ladislao Mazurkiewicz com uma variante do “drible da vaca”, mas concluiu para fora, enviando a bola rente à trave. No contexto humano do contraste, os lances mais populares de Pelé são, justamente, três figurações do equívoco.

O atleta santista era, na época, uma figura mundial, que, direta ou indiretamente, modificava a vida na Terra. Retornemos um tantinho na máquina do tempo, mais precisamente a 1969, aquele ano efervescente, quando o homem pisou pela primeira vez na Lua.
Pelé no Cosmos, nos EUA

Entre os temas de relevo discutidos em rodas de bar ou almoços de família, pontificava a ocorrência singular e inevitável do milésimo gol do Rei do Futebol. Em 4 de Novembro, Corinthians e Santos faria, no Pacaembu, um duelo válido pela Taça de Prata. Pelé somava 996 gols e havia quem apostasse numa quadra de tentos contra o alvinegro de Parque São Jorge. Para o estupendo camisa 10, não se tratava de missão impossível.

Naquela época, o ativista resistente Carlos Marighella era considerado pelas forças de repressão como o “inimigo público número 1” do regime militar. Era implacavelmente perseguido pelo delegado torturador Sérgio Paranhos Fleury. No universo nebuloso das múltiplas narrativas, há quem afirme que o guerrilheiro – já convertido ao corinthianismo – dividia sua atenção entre o pré-jogo radiofônico e o encontro com parceiros de luta.

Por meio de informações privilegiadas, os agentes fora da lei lograram encurralá-lo diante do número 800 da Alameda Casa Branca, na Zona Sul de São Paulo. Na emboscada, Marighella não teve chance de se defender. Foi assassinado a tiros, no Fusca placa de São Paulo, numeração 24 69 28, em ação que gerou ruidosas celebrações nos quartéis de todo o Brasil.

No momento do crime, Corinthians e Santos já jogavam no Pacaembu lotado. No segundo tempo, os alto falantes anunciaram a morte do líder esquerdista. O Corinthians goleou o rival por 4 a 1, com dois gols de Rivellino, um de Ivair e outro de Suíngue. Sem chances para Pelé.

Oito dias depois, o craque marcaria dois gols contra o Santa Cruz, em triunfo santista por 4 a 0, na Ilha do Retiro. Dias depois, mais um gol, de pênalti, desta vez contra o Botafogo da Paraíba, no Estádio Olímpico, em João Pessoa. No dia 19, no Maracanã, finalmente saiu o gol 1000, também em penalidade máxima, na vitória sobre o Vasco por 2 a 1.
Um mito de mil faces

Perdura há décadas uma polêmica em torno da preferência clubística original de Pelé, que obviamente se tornou devotado santista. E o próprio atleta contribuiu para alimentar a incerteza. Em uma entrevista ao Canal Pilhado, declarou ter sido sempre um torcedor do Vasco da Gama.

– Eu não fui vascaíno, eu sou ainda – sentenciou. – Eu sou Vasco.

Segundo ele, na época de Seleção Brasileira, brincava com os companheiros por causa de sua preferência pelo clube de São Januário. Afirmou ainda que, se não fosse o Santos, teria disputado campeonatos oficiais pela esquadra vascaína.

Em Março de 1999, no entanto, falando para a revista Placar, o ex-jogador declarou que torcia pelo Atlético Mineiro, por causa do pai, que fizera um jogo oficial pelo clube, contra o São Cristóvão, em Abril de 1940.

– Essa história (de ser vascaíno) começou quando eu disputei um torneio por um combinado Santos-Vasco. Mas, na verdade, eu torcia pelo Atlético Mineiro, porque meu pai, ‘seu’ Dondinho, jogou lá – assegurou o craque, sempre gentil com a pluralidade narrativa.

No livro “De Edson a Pelé – A Infância do Rei em Bauru”, publicado em 1997, o escritor Luiz Carlos Cordeiro afirma que o Rei do Futebol tinha um time de botão do Corinthians e que teria comemorado o título estadual corinthiano de 1954. Amigos de infância confirmaram a história.

– Nós estávamos saindo de um jogo do Noroeste quando alguém gritou que o Corinthians tinha sido campeão. Saímos pulando pela rua, comemorando – revelou Raul Marçal da Silva, um dos melhores amigos de infância do Rei, em entrevista ao Globo Esporte. – Ele era corintiano, sim. Muito fã do Baltazar. Todo gol que fazia de cabeça, saía gritando que era gol do Baltazar – assegurou.
Pelé com o ditador Médici

Legado político controverso

No âmbito do Ministério do Esporte, Pelé foi protagonista no processo de aprovação da Lei 9.615 de 24 de Março de 1998, norma jurídica do desporto que alterou definitivamente a legislação sobre o passe dos jogadores de futebol. Concebida em grande parte por Hélio Viana de Freitas, vice-presidente do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto, com mentoria técnica de Gilmar Mendes, à época subchefe jurídico da Casa Civil do governo de Fernando Henrique Cardoso, tinha por suposto objetivo criar um ambiente de maior transparência e governança responsável na área do esporte.

Além de eliminar o passe nas agremiações de futebol, fixou regulamentos para prestação de contas por dirigentes, estabeleceu regras para o repasse de verbas ao esporte olímpico e redefiniu a competência dos tribunais de justiça desportiva. Na época, a lei foi celebrada como um ato de libertação dos atletas, cujas carreiras eram controladas pelos clubes. Quando de uma transferência, o futebolista tinha direito a 15% do valor da transação. Não havia, entretanto, transparência na contabilidade dessas transações. Os atletas reclamavam porque não tinham poder de decisão no tocante ao desenvolvimento da carreira.

Se houve avanço nesse campo, contudo, a lei abriu espaço para que os grandes negócios do futebol fossem apropriados por empresários privados. Reduzindo-se o poder de decisão dos clubes, criou-se um sistema informal de trocas entre esses agentes e muitos cartolas, frequentemente envolvidos em “rachadinhas” nos processos de transferência. Os jogadores se converteram em produtos de mercado sob controle dos tubarões intermediários. Ao mesmo tempo, muitos clubes desistiram de investir nas categorias de base, desestimulados pela diminuição do retorno financeiro nesse tipo de formação.

Em 2014, o próprio Pelé admitiu os prejuízos da mudança:

– O jogador ficava cinco, dez anos jogando no mesmo clube. Hoje não é mais assim. Muito empresário leva o jogador para a Ásia, Rússia e esquece ele lá, faz o que quiser. Então tem essa parte ruim, que o clube não é mais dono do jogador. O empresário é que manda.
Legado familiar polêmico

Pelé constituiu imensa linha de sucessão, com sete filhos reconhecidos, enquanto colecionava graves problemas em seu diversificado clã. Nos anos 1990, o filho Edinho chegou a defender a meta do Santos com relativo sucesso. Depois, acumulou encrencas com a Justiça. Primeiramente, foi condenado a seis anos de prisão por homicídio, ao se envolver em racha. A sentença acabou anulada. Em 2005, foi detido no âmbito de uma investigação que visava a desmantelar uma quadrilha de traficantes de narcóticos. Em 2014, sofreu condenação por lavagem de dinheiro associado ao comércio de drogas, amargando longos períodos no cárcere.

Em 1991, Sandra Regina Machado, de 27 anos, havia recorrido à Justiça para ser reconhecida como filha do astro. Afirmava ser fruto do relacionado do “Rei” com a servidora doméstica Anízia Machado. Pelé rejeitou a demanda e iniciou uma renhida batalha judicial. Em 1996, depois de analisar provas forenses, fundamentadas em exames de DNA, os tribunais deram ganho de causa à moça. Ainda assim, ela nunca recebeu reconhecimento e amor do futebolista.

– Para mim, biologicamente, ela pode até ser minha filha. Mas, na parte sentimental, não posso me preocupar com essa pessoa, porque não a conheço – manifestou-se o astro na época, para decepção de muitos brasileiros.

Em 2000, Sandra foi eleita vereadora na cidade de Santos. Um de seus êxitos foi tornar gratuito o exame de DNA para assistidos pela rede pública. Em 2006, aos 42 anos, faleceu em decorrência de complicações de um câncer de mama. Deixou dois filhos, de 6 anos e 8 anos.

Pelé também testemunhou o êxito dos filhos, mesmo quando lhe faltou o entusiasmo para o elogio público. Foi o caso de Kely, formada em Artes, cidadã do mundo, que encampou as lutas contra o machismo, o racismo e a homofobia. Em tempos recentes, ela defendeu a vacinação contra a Covid-19, compartilhou posts da Midia Ninja e publicou críticas a Jair Bolsonaro.

Parece uma exceção de novidade na família Nascimento, considerando-se que Pelé sempre foi alvo de críticas por não se posicionar claramente contra a Ditadura Militar e por contribuir pouquíssimo, por exemplo, com as lutas negritude.

Pelé e Muhammad Ali nos anos 70

Se Sócrates e Reinaldo elevaram vozes em favor da redemocratização do país, o “Rei do Futebol” preferiu o conforto do silêncio. Se o lateral Wladimir, outro corinthiano, destacou-se pelo ativismo contra o racismo estrutural, o Camisa 10 acomodou-se em seu nicho pessoal de privilégio. Se Maradona abraçou apaixonadamente as causas progressistas, Pelé preferiu o discurso morno das platitudes genéricas, sem jamais enfrentar os opressores.

A já citada Kely, frequentemente questionada sobre a omissão do pai, o definiu em entrevista recente. Ela lembrou que, mundo afora, as pessoas estabelecem comparações entre Pelé e o boxeador Muhammad Ali. Segundo ela, a diferença está na cultura, na educação e na base de influências de cada um. Pelé foi o fruto talentoso de uma educação conservadora. Ali resultou de um caldo fervente de sedição.

– Seria um mundo maravilhoso se o Pelé fosse o Pelé e também um super ativista. (…) Concordo com a frustração atrás das críticas, mas acho também que ele fez muito só por existir.