Custo Brasil: Coronel Meira realiza audiência pública e impasse de uma década pode estar perto do fim
O Deputado Coronel Meira (PL-PE) presidiu nessa quinta-feira, 31, audiência pública na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, para discutir sobre regulamentação do serviço de praticagem no Brasil, atendendo aos PLs 1565/2019 e 877/2022 que pretendem alterar a Lei nº 9.537/1997. Na ocasião foram reunidos representantes dos práticos, Marinha do Brasil, Ministério Público e dos setores da indústria, do agro e do turismo.
Relator do Projeto de Lei nº 1.565/2019, Coronel Meira solicitou a reunião para ouvir as partes envolvidas e propor, em sua relatoria, a melhor solução para os problemas hoje existentes com relação a regulação do setor, proporcionando assim, maior segurança jurídica ao serviço de praticagem no Brasil. “Esse encontro foi de fundamental importância para esclarecer que a questão principal hoje é quanto a inexistência de uma regulação econômica no setor da praticagem já que a regulação técnica é realizada, com maestria, pela Marinha do Brasi, gostaria de agradecer a participação de todos e a imensa colaboração,” ressaltou Meira.
O superintendente de regulação substituto da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), José Gonçalves Moreira Neto, enfatizou que o tema é relevante. “A Antaq não participa e não regula o serviço de praticagem. Porém somos sempre consultados sobre o ponto de vista técnico e enxergamos um monopólio e a necessidade de regulação. Existe uma falha de mercado e ela precisa ser mitigada”, disse Neto, reforçando a importância da regulação econômica.
Representando a CNT, a vice-presidente executiva do Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), Lilian Schaefer, destacou que é preciso aperfeiçoar a proposta de norma que trata sobre o emprego da praticagem. “A ausência de projeto de lei para a necessária regulação econômica da atividade e sua implantação é uma questão essencial na elaboração de qualquer regramento relativo à praticagem”, disse.
O diretor presidente da ATP (Associação dos Terminais Portuários Privados), Murillo Barbosa, afirmou que o serviço é regulado apenas pela Marinha. “O serviço prestado é de excelência. O nosso aspecto é econômico. E, hoje, não temos legislação sobre a questão”, diz.
A audiência também contou com a presença da coordenadora geral substituta de Navegação do ministério de Portos e Aeroportos, Bruna Roncel; o coordenador nacional da Conapta (Coordenadoria Nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário) do MPT (Ministério Público do Trabalho), Gustavo Luis Teixeira das Chagas; o presidente da Fenapráticos (Federação Nacional dos Práticos), Gustavo Henrique Alves Martins; o presidente da FNP (Federação Nacional dos Portuários), Eduardo Guterra, e do diretor de portos e costas da Marinha do Brasil, Sergio Renato Berna Salgueirinho.
O Projeto de Lei tem o objetivo principal de assegurar o desenvolvimento econômico e a otimização do comércio internacional. Atualmente, o custo de manobra no setor portuário brasileiro é um dos mais elevados do mundo e pode significar mais de 25% no valor dos produtos, o que inviabiliza a concorrência dos produtos brasileiros no mercado internacional.
O prático é o profissional responsável por auxiliar os navios a navegarem em águas restritas, como portos, canais e estuários de rios, áreas que exigem um conhecimento específico dos seus acidentes e pontos característicos.
Ao fim da audiência pública, representantes dos Práticos, dos Terminais Portuários, Armadores e Instituições foram unânimes em afirmar que o impasse sobre a regulação está perto do fim. Coronel Meira deve apresentar seu relatório ainda na primeira quinzena de setembro.